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Proibição do véu pela Fifa afasta mulheres do futebol

10 fev 2012 - 16h57
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As mulheres muçulmanas estão se afastando do futebol por causa da proibição da Fifa ao hijab (véu islâmico), e isso deve aumentar se quem faz as regras não reverter a decisão em uma reunião no próximo mês, disse o príncipe Ali Bin Al-Hussein, da Jordânia.

Embora esportes olímpicos como o rúgbi e o taekwondo permitam que muçulmanas usem o véu nas competições, o futebol, o esporte mais popular do mundo, continua contrário a seu uso, citando preocupações com a segurança.

No ano passado, a equipe de futebol feminino do Irã não pôde participar do jogo de qualificação na segunda rodada para as Olimpíadas de 2012, contra a Jordânia, porque as jogadoras se recusaram a retirar seus hijabs antes do chute inicial.

O Irã estava no topo do seu grupo na primeira rodada de qualificações para a Olimpíada depois de não perder nenhuma vez, mas a nação asiática foi declarada derrotada por 3 a 0 na segunda rodada porque não se submeteu às regras, pondo um fim abrupto ao sonho de competir em Londres.

"É muito importante que todo mundo tenha a chance de praticar o esporte que ama e, obviamente, as leis dos jogos têm que ser emendadas para permitir isso", disse o príncipe Ali, vice-presidente da Fifa, em uma entrevista em Cingapura.

"Acho que o futebol, como o esporte mais popular do mundo, acessível a todos, deveria assumir a liderança nessa questão, e é o que estamos tentando buscar e esperamos obter uma permissão da Ifab".

Fundada em 1886, a Junta Internacional da Associação de Futebol (Ifab), é a última instância legislativa do futebol, englobando quatro membros do organismo que governa o esporte mundialmente (a Fifa) e quatro das associações britânicas.

Ela fará uma reunião na Inglaterra em 3 de março, quando o príncipe Ali defenderá que as jogadoras usem o hijab com um velcro, desenhado na Holanda, que pode se abrir se for puxado. Ele espera que isso acabe com as preocupações de segurança.

Uma maioria de três quartos é exigida para que a proposta seja aprovada pela Ifab, que proibiu o hijab pela primeira vez em 2007, quando Asmahan Mansour, de 11 anos, foi proibida de jogar pela Federação de Futebol de Québec depois que se recusou a retirar o véu.

"Eu realmente espero e realmente acredito que, se o bom-senso prevalecer, todos apoiarão isso, por que não? Não gosto de política, vamos direto ao ponto, que é permitir que todos os nossos jogadores participem em todos os níveis", disse o príncipe Ali.

Em 2010 a Fifa ajustou suas regras para permitir o uso de um gorro que cobria a cabeça das jogadoras, mas não chegava às orelhas nem cobria o pescoço.

Questionado se estava preocupado que as muçulmanas se afastassem do esporte se a Ifab não permitisse o uso do véu, o príncipe Ali disse que já poderia ser tarde demais para algumas.

"Bem, acho que já estamos vendo isso, e acho que é muito infeliz. Acho que precisamos dar o direito (de jogar) para todos no mundo todo e temos que respeitar a cultura de cada um".

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Foto: Getty Images
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