Por escândalos de apostas, Fifa pune mais 13 pessoas; 11 são banidos
19 jun2012 - 08h26
(atualizado às 08h33)
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As investigações sobre as redes de apostas ilegais e manipulação de resultados no mundo do futebol renderam mais 13 punições severas nesta terça-feira, segundo informa a Fifa. Em comunicado oficial, a entidade confirmou que jogadores, dirigentes e treinadores dos campeonatos da Coreia do Sul e da Croácia estão entre os novos sancionados.
Na Coreia, que partidas arranjadas em dois torneios (K-League e Copa da Liga), oito atletas foram banidos do esporte: Lee Sang-Hong e Kim Dong-Hyun receberam a punição em caráter definitivo, enquanto Kim Eung-Jin, Hong Sung-Yo, Park Byoung-Kyu, Yoon Yeo-San, Sung Kyung-Il e Lee Jung-Ho ainda podem ter a pena reduzida após um período em condicional. Além deles, Kim Jung-Kyum e Choi Sung-Kuk foram suspensos por cinco anos.
Já na Croácia, pelo menos 15 jogadores, dois técnicos e um dirigente estão implicados na manipulação de um resultado do campeonato local, em julho de 2010. Todos os investigados estão suspensos até o fim das apurações, mas três pessoas já tiveram seus procedimentos concluídos e também foram banidas do futebol: o treinador Vinko Saka e os atletas Mario Darmopil e Danijel Madaric.
As punições a sul-coreanos e croatas acontecem apenas dois meses depois de a Fifa ter sancionado 45 pessoas ligadas a escândalos similares na Turquia e na Finlândia. Recentemente, a Itália também efetuou uma série de prisões e distribuiu punições a clubes e jogadores envolvidos em outro caso de apostas e fraudes de partidas.
De acordo com o diretor de segurança da Fifa, Ralf Mutschke, os casos "provam novamente que a ameaça das apostas ilegais e da manipulação de resultados não está confinada a uma parte do mundo. A integridade do esporte, especialmente do futebol, está sob grande risco, e a Fifa está determinada a combater esta ameaça".
Entidade presidida por Joseph Blatter (foto) confirmou punições na Coreia do Sul e na Croácia
Capitão da Lazio e destaque da equipe quarta colocada no último Campeonato Italiano, Stefano Mauri está preso desde 28 de maio. O meia teria participado da manipulação das partidas da equipe contra Genoa e Lecce, ambas da temporada 2010/11. Em interrogatório durante a semana, ele negou as acusações, mas admitiu ser amigo do ex-jogador Alessandro Zamperini, envolvido com a máfia das apostas. Mauri foi acusado por um dos jogadores arrependidos, Carlo Gervasoni, detido em abril
Foto: AP
Técnico atual campeão da Itália pela Juventus, Antonio Conte está entre os investigados. Ele é suspeito de saber sobre o arranjo de uma partida disputada em 30 de abril de 2011, entre o Siena, então dirigido por Conte, e o Novara. De acordo com o ex-jogador do Siena Filippo Carobbio, o treinador teria dito a seus atletas ficarem "tranquilos" sobre um suposto empate arrumado para o encontro, válido pela Série B do Campeonato Italiano - naquela edição, ambos subiram de divisão
Foto: Getty Images
Em 28 de maio, a polícia invadiu o centro de treinamentos de Coverciano, em Florença, onde a Itália se prepara para a Eurocopa, para ouvir o depoimento do lateral esquerdo Domenico Criscito. Na sequência, o jogador do Anzhi seria cortado da competição, com a justificativa de que seu foco estava voltado para esclarecer sua situação no que toca às investigações
Foto: Getty Images
Ainda no grupo da seleção italiana, o zagueiro Leonardo Bonucci também é investigado. Na temporada 2009/2010 do Italiano, quando ainda atuava pelo Bari, o jogador da Juventus teria participado de acertos para a combinação de resultados, principalmente na partida de sua equipe contra a Sampdoria. O nome de Bonucci foi citado pelo também defensor Andrea Masiello, que prestou depoimento à justiça italiana no último dia 15 de março. Apesar disso, o atleta foi confirmado na Eurocopa
Foto: Getty Images
O brasileiro José Joelson Inácio (centro), 28 anos, teve sua prisão domiciliar decretada. O atacante atualmente defende o Pergocrema, da terceira divisão da Itália, e é acusado de participar do esquema ilegal durante sua passagem pela Cremonese, no primeiro semestre de 2011
Foto: Getty Images
Também em 28 de maio ocorreu a prisão de Cristian Bertani. Atacante da Sampdoria, ele é acusado de exercer a função de intermediador entre os apostadores e os jogadores do Novara, clube que defendia, no período entre 2010 e 2011
Foto: Getty Images
Marco Turati, defensor do Modena, também foi preso preventivamente. A acusação é de manipulação de partidas da Série B Italiana nas temporadas 2009/10 e 2010/11, nas quais defendeu respectivamente Ancona e Grosetto
Foto: Getty Images
O goleiro Paolo Domenico Arcebis, atualmente no Vicenza e ex-Grosetto, é apontado como ponto de referência das máfias de apostas. Interrogado, ele admitiu que manipulou ou tentou manipular encontros da Série B italiana
Foto: EFE
Atacante atualmente sem contrato que defendia o Queens Park Rangers, Alessandro Pellicori também foi preso preventivamente. Ele é acusado por Carlo Gervasoni de sondar companheiros de time e adversários para avaliar a possibilidade de acertar resultados de partidas. Foram três os duelos que Pellicori teria manipulado quando vestia a camisa do Mantova: contra Citadella, Brescia e Empoli
Foto: Getty Images
Zagueiro e lateral direito nascido em Serra Leoa, Kewullay Conteh (à esq.) escapou da prisão e ficou apenas com a obrigação de assinatura no posto policial duas vezes depois de ter colaborado com as investigações. O jogador disse ter sido ameaçado para arranjar uma partida entre Albinoleffe e Pisa da Série B. Ao final, admitiu ter recebido 7 mil euros para que sua equipe sofresse um gol nos primeiros 15 minutos, outro nos 15 minutos e viesse a derrota
Foto: Getty Images
No mesmo dia de Mauri, Omar Milanetto (à esq.) também foi preso preventivamente. Atualmente no Padova, o meio-campista é acusado de participar, ao lado de Mauri, do arranjo do resultado da partida entre Lazio e Genoa, em 15 de maio de 2011, vencido pela primeira equipe por 4 a 2. Interrogado, o ex-capitão do Genoa negou as acusações, mas admitiu saber de "outros jogos" combinados além dos quais já foram indicados pela promotoria de Cremona, que comanda parte das investigações
Foto: Getty Images
Assim como Conteh, Francesco Ruopolo também está obrigado a se apresentar a um posto oficial. Ele escapou da prisão após colaborar com a investigações, confessando que recebeu dinheiro na época em que defendia o Albinoleffe junto a companheiros de time para combinar uma série de partidas
