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Novo secretário promete renegociar dívidas de clubes profissionalizados

31 jan 2013 - 20h34
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Renegociar as dívidas milionárias dos clubes com o governo, desde que profissionalizem e dêem transparência à gestão, e evitar a elitização do futebol, que pode ocorrer devido ao aumento demasiado dos preços dos ingressos nos estádios reconstruídos para a Copa do Mundo de 2014. Essas foram as principais metas anunciadas pelo novo secretário de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, o jornalista Antônio José Carvalho do Nascimento Filho, conhecido como Toninho Nascimento, ao tomar posse em solenidade no Ministério do Esporte.

O secretário anunciou que, a partir de março, começará a percorrer o país para ouvir de desportistas e autoridades sugestões sobre medidas para melhorar o futebol brasileiro. Nascimento antecipou, no entanto, sua fórmula para resolver o problema do endividamento dos grandes clubes: os débitos serão renegociados desde que as entidades esportivas se adequem a uma série de condições para receberem o benefício, entre as quais 'profissionalização da gestão, transparência na administração e fim das eternas reeleições de dirigentes'.

Nascimento disse que o clube que se recusar a cumprir essas condições não terá sua dívida renegociada, pois 'o governo não pode dar dinheiro em troca de nada'. Ele disse ter aceitado 'por idealismo' o convite do ministro do Esporte Aldo Rebelo para deixar o jornalismo do Rio de Janeiro, onde era editor de esportes de um jornal há 16 anos. De acordo com o secretário, a decisão causou espanto entre os colegas, que o tacharam de louco. 'Mas sou louco mesmo', brincou.

Quanto à questão dos preços dos ingressos, Toninho Nascimento disse se preocupar com o 'risco de as empresas que assumirem os estádios privatizados aumentarem demais os preços para se ressarcirem dos investimentos'. Para ele, isso poderia elitizar o futebol, afastando o torcedor que não puder pagar pelo ingresso. O secretário disse que não sabe qual a solução para o problema, mas, por enquanto, quer 'pelo menos gritar' para que isso não ocorra.

Segundo Toninho Nascimento, a mudança no modelo de gestão dos clubes brasileiros é imprescindível, pois 'o mundo está mudando' e eles precisam acompanhar a evolução que está ocorrem no futebol mundial. 'Não pretendo reinventar a roda, mas fazer com que ela se mova com mais desenvoltura', disse.

O ministro Aldo Rebelo disse que a experiência profissional de Toninho Nascimento como jornalista esportivo foi fundamental para convidá-lo a assumir o cargo. O ministro, que torce pelo Palmeiras, lembrou as origens do esporte no país com os ingleses e a posterior democratização, que permitiu a entrada de negros e pobres. 'Nossos clubes são instituições nacionais, muitos deles já centenários, e precisamos cuidar deles, pois o futebol é um patrimônio do país', disse Aldo Rebelo.

Agência Brasil Agência Brasil
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