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Novo vice da CBF foi acusado de fraude em eleição no Pará

21 dez 2015 - 18h12
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Recém-eleito vice-presidente da CBF, o coronel Antônio Nunes foi acusado de fraude no pleito que o manteve no comando da federação paraense de futebol, em dezembro de 2013. Ele chegou ao seu sexto mandato seguido derrotando dois adversários, Ulisses Sereni e Luiz Omar Pinheiro. Mas ambos apontaram desvios graves na campanha do coronel durante todo o processo.

"Ele jamais nos forneceu a lista dos votantes. Tivemos de ingressar na Justiça para ter acesso aos nomes dos eleitores, mas nem assim conseguimos", contou Sereni, em entrevista ao Terra

Adversários apontam desvios na campanha do coronel durante processo eleitoral
Adversários apontam desvios na campanha do coronel durante processo eleitoral
Foto: Divulgação/CBF

O empresário de 41 anos, hoje diretor do futebol de base do Paysandu, foi mais além em suas denúncias. "O coronel pagou passagem aérea e hospedagem para a maioria dos representantes de ligas dos 147 municípios do Pará. Não tinha como ser derrotado. Foi uma deslealde sem igual. Para quem morava a até 200 ou 300 quilômetros de Belém, ele mandou carros e ônibus".

Nunes negou seu envolvimento em escândalos naquela eleição. Na semana passada, ao deixar o prédio da CBF, pouco depois de ser empossado como vice da Região Sudeste, ele foi enfático ao dizer que não existe corrupção no futebol.

Ainda de acordo com Sereni, o coronel despachou enormes pacotes para eleitores do interior do Estado - destinados aos dirigentes de ligas de futebol com direito a voto na federação. "Eram bolas, redes, material vasto". A relação dos mimos incluía camisas e agasalhos da Seleção Brasileira, numa colaboração direta da CBF. As remessas foram enviadas dias antes daquela eleição.

"O coronel Nunes é conhecido aqui no meio do futebol como um 'Zé Mané', totalmente inexpressivo. Se chegar à presidência da CBF, vai ser um cordeirinho dessa turma de Del Nero, Marin e Teixeira", disse Sereni

Já Luiz Omar Pinheiro, ex-presidente do Paysandu, lamentou a derrota em 2013 com comentários públicos, naquela oportunidade, de que tinha perdido para o coronel por causa da compra de votos na eleição. Nunes recebeu 88 votos; Pinheiro, 56, e Sereni, 43.

O Terra não conseguiu contato com o coronel.

Fonte: Silvio Alves Barsetti
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