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Para Felipão, seleção representou os anseios do povo

1 jul 2013 - 01h04
(atualizado às 11h18)
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Ainda que do lado de fora do Maracanã manifestantes tenham entrado em confronto com a polícia, o técnico Luiz Felipe Scolari acredita que dentro do estádio a seleção brasileira "representou os anseios do povo" com a vitória por 3 x 0 sobre a Espanha na final da Copa das Confederações, neste domingo.

Mesmo com um contingente de cerca de 10 mil homens para garantir a segurança no entorno do Maracanã, houve confronto entre policiais e manifestantes que tentaram se aproximar do estádios para realizar um protesto.

Ao menos dois policiais ficaram feridos, um deles atingido na perna por um coquetel molotov e o outro ferido na cabeça por uma pedrada, de acordo com a Polícia Militar.

Os protestos se seguiram a outros episódios de violência entre manifestantes e policiais no entorno de arenas das seis cidades-sede da Copa das Confederações ao longo das duas semanas da competição. Manifestantes, que foram às ruas inicialmente para protestar contra o aumento das tarifas do transporte público nas principais cidades do país, ampliaram a lista de reivindicações, incluindo a indignação com os gastos para a organização da Copa do Mundo.

Jogadores da seleção brasileira se declaram favoráveis às manifestações cobrando das autoridades melhores serviços públicos, e o atacante Neymar afirmou antes da final que o time jogava para deixar felizes as pessoas que estavam nas ruas cobrando um país melhor.

Segundo Felipão, o time cumpriu seu compromisso perante à população com a exibição imponente contra a Espanha.

"A nossa equipe hoje representou os anseios do povo brasileiro em tudo, hoje nós representamos o Brasil dignamente, e isso é o que nós queremos, representar dignamente dentro da nossa área", disse o treinador em entrevista coletiva após a partida. "Em outras áreas nós não podemos opinar muitas coisas, mas na nossa área é assim que nós queremos."

O clima das ruas acabou tendo efeito positivo para a seleção dentro dos estádios, onde a torcida cresceu junto com o time ao longo da competição. Neste domingo no Maracanã, os mais de 73 mil torcedores cantaram o hino nacional a plenos pulmões antes do início da partida e incendiaram a equipe em campo.

Com apenas dois minutos, Fred abriu o marcador e o grito das manifestações "o gigante acordou" virou "o gigante voltou" nas arquibancadas do estádio, em referência à volta da seleção brasileira aos tempos vitoriosos do passado.

"Algumas pessoas podem achar que é bobagem... mas os nosso jogadores estão motivados, porque eles recebem do torcedor essa motivação e eles querem dar mais. É assim que nós precisamos agir, não só no futebol, na vida", disse Felipão.

"Quando nós nos unimos, somos fortes, e o que precisamos é ser fortes em todos os sentidos, não apenas no futebol, mas em tudo no Brasil. E o Brasil já mostrou que pode ser assim", acrescentou.

Neymar, questionado por um jornalista estrangeiro depois da partida se não se sentia mal por estar comemorado um título dentro de campo, enquanto compatriotas estavam sendo reprimidos pela polícia do lado de fora, lamentou os incidentes.

"Esse episódio é um pouco chato, as brigas fora do estádio são ruins, podem acabar machucando muita gente. Não sabia (da violência) e a comemoração ficou aqui dentro com quem estava dentro do estádio."

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