Pelé concorda com Blatter: "agora qualquer coisinha é racismo"
18 nov2011 - 19h42
(atualizado às 20h10)
Compartilhar
Ao contrário de muitos atletas negros, Pelé não se sentiu nem um pouco ofendido com uma recente declaração de Joseph Blatter. O presidente da Fifa causou polêmica ao dizer que não há mais racismo no futebol e retrocedeu, embora tenha sido endossado pelo maior jogador da história nesta sexta.
"Na minha época, a gente ia jogar no interior e os adversários passavam a mão, xingavam a mãe, a mulher... Ninguém falava nada. Agora, qualquer coisinha é racismo. É um absurdo. Estão dando muita ênfase a isso", opinou Pelé, bem-humorado com o assunto.
"Várias vezes os caras da Europa diziam que eu era feio. Não acreditava muito nisso. Graças a Deus, não tive esse problema de racismo. Com o advento da informação, aumentou esse negócio de reclamarem. Lembro que, na Copa do Mundo da Suécia, a única seleção que tinha negros era a do Brasil", acrescentou.
Joseph Blatter se posicionou sobre o racismo no momento em que duas acusações de preconceito racial são investigadas no Campeonato Inglês. O zagueiro Anton Ferdinand, do Queens Park Rangers, e o lateral esquerdo Patrick Evra, do Manchester United, denunciaram o defensor John Terry, do Chelsea, e o atacante Luis Suárez, do Liverpool, respectivamente.
Após a declaração, Blatter foi duramente criticado por (entre outros) Rio Ferdinand, do Manchester United, David Beckham, do Los Angeles Galaxy, e até pelo ministro do Esporte britânico Hugh Robertson, que pediu a renúncia do presidente da Fifa.
René Ndémézo'o Obiang, Ministro de Cultura, Juventude, Esportes e Lazer do Gabão, esteve presente durante o treino da Seleção Brasileira, nesta quarta, no país africano
Foto: Celso Paiva / Terra
Em meio às atividades dos comandados de Mano Menezes, Obiang contou ter jogado contra Pelé em 1967
Foto: Celso Paiva / Terra
Segundo ele, a partida foi parte de uma excursão do Santos pela África, na qual o time teria ido do Congo para lá em meio ao trajeto
Foto: Celso Paiva / Terra
O Ministro conta ainda ter relação bastante amigável com outro brasileiro: Jairzinho, campeão mundial com a Seleção na Copa de 1970 e posteriormente técnico da seleção gabonesa
Foto: Celso Paiva / Terra
O homem-forte do esporte gabonês ainda destacou a importância desta quinta-feira para seu país, que será uma das sedes da Copa Africana de Nações de 2012: "é uma chance única que nós temos de enfrentar o Brasil. Será um jogo histórico e importante para nossa preparação para a Copa Africana de Nações", disse
Foto: Celso Paiva / Terra
A partida marcará a reestréia do Estádio Nacional de Libreville, que será uma das quatro sedes da Copa Africana de Nações 2012. A competição será sediada também na Guiné Equatorial
Foto: Celso Paiva / Terra
A presença do Santos no País foi relembrada nesta quarta-feira pela imprensa local; o Gabbon Sports Plus relatou diversos detalhes da vitória alvinegra sobre a equipe local, formada em sua totalidade por militares gaboneses