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Polícia cogita fechar estádio do Grêmio após acidente

31 jan 2013 - 15h10
(atualizado às 15h19)
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A polícia cogita fechar temporariamente o estádio do Grêmio, onde a popular "avalanche" da torcida deixou vários feridos quarta-feira à noite, durante partida válida pela Copa Libertadores.

A grade de segurança, situada próxima ao campo, cedeu quando a torcida comemorava o gol marcado por Elano contra a LDU. Alguns torcedores caíram no fosso que separa a arquibancada do gramado.

Sete pessoas ficaram feridas, cinco entre elas chegaram a ser hospitalizadas, mas já foram liberadas. O jogo chegou a ser suspenso por seis minutos.

"Nós poderemos fechar temporariamente" a Arena Grêmio, advertiu o comandante do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Civil, Kleber Rodrigues Goulart, citado pela imprensa.

O incidente aconteceu aos 16 minutos do segundo tempo no setor do estádio destinado à Geral, atrás do gol gremista. A arquibancada de concreto e sem cadeiras permite sos torcedores descer em avalanche até a grade que separa o gramado nas comemorações de gol.

Este incidente volta a gerar preocupação sobre a capacidade do Brasil de garantir a segurança em grandes eventos, a quatro meses da Copa das Confederações-2013 e a menos de 500 dias da Copa do Mundo de 2014.

O estádio Arena Grêmio foi inaugurado no final de 2012. Ele não receberá nenhuma partida da Copa das Confederações em Porto Alegre, uma das 12 cidades-sede, mas receberá o amistoso entre Brasil e França em junho, que servirá de preparação para a competição.

O amistoso contra a Seleção francesa seria realizado em Belo Horizonte, mas a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) resolveu mudar para Porto Alegre.

"A CBF acompanha (o caso) com atenção, mas com tranquilidade, sem pânico (...). Temos um jogo em Porto Alegre, vamos tomar as medidas necessárias para garantir a tranquilidade" da partida, declarou o presidente da entidade, José Maria Marin.

"A Brigada Militar sempre acreditou que este espaço deveria ser ocupado por cadeiras. Não podemos esperar acontecer uma tragédia que corrobore nossa opinião", indicou o comandante Goulart.

A avalanche já havia sido proibida pela polícia em outras ocasiões por questões de segurança, mas finalmente voltou a ser autorizada após um acordo com o clube.

"Sempre fomos contra a avalanche. Lamentavelmente recebemos muita pressão, tanto da sociedade como de políticos. Agora vamos proibi-la", anunciou Guido Pedroso de Melo, comandante do Corpo de Bombeiros.

A diretoria do Grêmio "está em reuniões internas" e ainda "não há nenhuma decisão que possa ser comunicada", afirmou à AFP um porta-voz do clube.

"É uma questão de engenharia. Isso nos preocupa, temos que corrigir o que possa causar problemas. Precisamos de um local 100% seguro. Faremos um estudo técnico", apontou Eduardo Antonini, da empresa Grêmio Empreendimentos, que serviu de ligação entre o clube e a companhia construtora do complexo esportivo.

Também na quarta-feira, antes do início da partida, um jovem de 22 anos foi esfaqueado nos arredores do estádio durante uma briga entre torcedores.

Ele não corre risco de morte, mas continua hospitalizado, segundo o site GloboEsporte.

No dia 14 de fevereiro, o Grêmio, classificado nos pênaltis, receberá a equipe chilena de Huachipato neste estádio em partida pelo grupo 8 da Libertadores.

O incidente ocorre quatro dias após a tragédia da boate incendiada em Santa Maria, a 260 km de Porto Alegre, que deixou 235 mortos e mais de 140 feridos.

Outro incidente foi registrado no dia 13 de dezembro , quando na final da Copa Sul-americana, os jogadores da equipe argentina Tigre se negaram a disputar o segundo tempo da partida acusando membros da segurança do São Paulo de agressões no vestiário. Fato negado pela diretoria do clube paulista.

A partida foi finalizada e o São Paulo levou o título.

Para a Copa do Mundo, estão previstos cinco jogos em Porto Alegre, no estádio Beira Rio, que atualmente passa por reformas.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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