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Presidente da CBF irrita colegas ao só falar de Paysandu

8 mar 2016 - 11h35
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Coronel Antônio Nunes
Coronel Antônio Nunes
Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Nem mesmo a recente eleição na Fifa ou os jogos do Brasil pelas eliminatórias da Copa do Mundo, ainda em março, ou mesmo a crise por que passa a CBF, envolvida em escândalos de corrupção. No jantar de domingo na Barra da Tijuca, no Rio, oferecido pela entidade às federações estaduais, e ainda no café da manhã desta segunda-feira (7) e em pequenas reuniões nesses dias, o presidente da CBF, coronel Antônio Nunes, chegou a constranger os demais dirigentes por só falar num assunto: o desempenho do goleiro Marcão, do Paysandu, que defendeu dois pênaltis em jogo com o Remo, no fim de semana, pelo campeonato paraense.

O coronel está em exercício no cargo na CBF e licenciado da federação do Pará, da qual é o presidente. Para seus colegas de outros Estados, é difícil levá-lo a expandir seus comentários, ainda que no mundo restrito do futebol, a outros fatos e acontecimentos.

“Foi cansativo e constrangedor. A todo instante, ele voltava para falar do goleiro do Paysandu que defendeu dois pênaltis. Claro que cada um gosta de puxar sardinha para o seu lado. Mas ele agora está na presidência da CBF e tem que assumir isso. Não pode ficar restrito ao futebol do seu Estado”, disse ao Terra um presidente de federação, que preferiu não ser identificado.

Outro dirigente ouvido pela reportagem contou que seus colegas se entreolhavam com algum incômodo diante da facilidade com que o coronel mudava os rumos da conversa para falar da façanha de Marcão. “Não é toda hora que você reúne as 27 federações. Poderíamos ter avançado na discussão de temas fundamentais para o futebol brasileiro nesses encontros com o coronel. Mas ele estava fascinado com o goleiro do Paysandu e não deu brecha.”

Ao defender dois pênaltis no domingo, Marcão ajudou o Paysandu a conquistar o título do primeiro turno do Pará, em jogo com seu tradicional rival, o Remo.

O coronel Nunes, desde que assumiu uma das vice-presidências da CBF, em dezembro, só concedeu uma entrevista coletiva, na qual exaltou o técnico do Paysandu, Dado Cavalcanti, considerado por ele como o melhor do Brasil, e o jogador Yago Pikachu, então no Paysandu e transferido recentemente para o Vasco.

As federações estaduais estiveram reunidas no Rio para julgar na segunda-feira as contas da CBF, exercício 2015. Mas a Justiça impediu a apreciação do balanço por considerar que houve falta de transparência na conduta da confederação, que não apresentou comprovantes de receitas e despesas a um procurador do presidente da federação catarinense, Delfim Peixoto.

Fonte: Silvio Alves Barsetti
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