Presidente do Flu apoia investigação sobre "caso Héverton"
Com o "caso Héverton" (escalado irregularmente pela Portuguesa no ano passado, na última rodada do Campeonato Brasileiro) vindo à tona novamente, o presidente do Fluminense, Peter Siemsen, pronunciou-se à rádio CBN sobre as investigações em andamento no Ministério Público, que alega que ex-integrantes da diretoria da Lusa receberam dinheiro para que o atleta atuasse.
"Para o Fluminense seria maravilhoso que se apurasse, em definitivo, qualquer tipo de investigação, pois ajudaria muito a esclarecer o caso. Acabaria de uma vez por todas com a situação criada, pois um dos maiores prejudicados foi o Fluminense. Se o primeiro, em termos de imagem, foi a Portuguesa, o segundo mais prejudicado, sem dúvida, foi o Flu. Fomos atacados injustamente, em redes sociais e por alguns poucos jornalistas que faltaram com a verdade e criaram uma suspeição totalmente inadmissível", afirmou.
Para permanecer na primeira divisão, o clube carioca precisava de uma combinação de resultados, conforme o mandatário comentou, para desqualificar qualquer suspeita sobre um possível envolvimento do clube no caso.
"Na rodada anterior, o Fluminense precisava de uma combinação de resultados, envolvia Coritiba, Vasco. Certamente, era impossível para o Fluminense, imagina, ter que fazer um acordo com vários clubes ao mesmo tempo. Primeiro, tínhamos que ganhar do Bahia, o Coritiba não poderia ganhar do São Paulo e o Vasco não poderia ganhar do Atlético-PR. É uma coisa completamente sem pé, nem cabeça em relação ao Fluminense. Se houve alguma conduta criminosa, para nós seria fantástico o esclarecimento", comentou.
"Estávamos preparados para jogar a segunda divisão, temos um departamento organizado de acompanhamento da condição de jogo de cada atleta. E por isso cumprimos a regra. Se outros não cumprem, certamente têm de ser punidos, não importa se é grande, pequeno, nem a história do clubes. Apoiamos o cumprimento da regra e a investigação", disse.
O presidente Peter Siemsen também descartou qualquer possibilidade de participação da patrocinadora a Unimed nessa situação. Para isso, citou o estado emocional do presidente da empresa, Celso Barros, no dia da eliminação.
"Claro que coloco a mão no fogo (pela Unimed). Se vocês vissem o estado psicológico do Celso depois do rebaixamento, vocês (jornalistas) iriam ficar impressionados. Foi de um abatimento, um negócio assim . Tive dificuldades de falar com ele no período, dado que, realmente, ficou mais abatido do que eu", lembrou.
"Comecei a pensar em segunda divisão, promovi mudanças internas no clube, reavaliação de elenco. Dei uma entrevista, inclusive, já preparando o ano. Tomei até a decisão de trocar o diretor executivo à época e, certamente, não teria trocado se não tivesse ocorrido daquela maneira. Foi difícil conversar com o Celso naquele período. Ele ficou extremamente abatido, decepcionado e eu entendo, pois o investimento dele era grande".
A escalação de Héverton manteve o Flamengo na Série A do Campeonato Brasileiro, já que o clube, uma rodada antes, havia escalado o lateral esquerdo André Santos também irregularmente. O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) aguarda as investigações finais do Ministério Público de São Paulo para saber se faz ou não novas denúncias.