Caso Aranha: suspeitos citam confusão e negam racismo
Dois dos três suspeitos de cometerem injúrias racistas contra o goleiro Aranha, do Santos, na partida contra o Grêmio, na Arena, na semana passada, negaram que tenham gritado insultos racistas contra o atleta em depoimento à polícia, nesta terça-feira, em Porto Alegre.
Tiago Oliveira afirmou que foi confundido com outra pessoa, “eu estava em outro setor”, e Rodrigo Rychter afirmou apenas que prestou os esclarecimentos à polícia e negou ter cometido o crime, apesar de estar no setor onde as imagens mostram torcedores chamando o goleiro de “macaco”.
De acordo com o inspetor Lindomar de Souza, a polícia vai averiguar as informações prestadas no depoimento. “No caso do Tiago, nós vamos identificar o acesso para ver se ele realmente estava em outro local”, afirmou. Ainda de acordo com o policial, no caso de Rodrigo, pelas imagens, não foi possível identificar se ele participou das agressões verbais contra Aranha.
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Além dos dois depoimentos, a polícia ainda vai colher declarações de Patricia Moreira da Silva na quinta-feira. Ela aparece nas imagens cometendo injúria racial contra o atleta. Estas foram as três únicas pessoas identificadas pela polícia até o momento. As imagens, tanto da TV, quanto do clube ainda serão analisadas para que novas pessoas possam ser identificadas.
De acordo com o inspetor, na segunda-feira algumas pessoas procuraram a polícia para ajudar nas investigações. Até o momento, segundo Souza, ainda não é possível dizer se haverá indiciamentos dos suspeitos. “Ainda é muito cedo para afirmar”, afirmou, dizendo que tudo vai depender de como vai se desenrolar o inquérito conduzido pelo delegado responsável pela investigação, Herbert Ferreira.
Ao deixar a delegacia após falar por aproximadamente 40 minutos, Tiago afirmou que foi confundido, além de dizer que está pensando em não frequentar mais estádios. ”Realmente era parecido comigo, mas estava no outro escanteio, em outro setor, não era eu”, disse. “Eu não conheço ninguém da Geral, mas vou ver como posso ajudar a polícia”, completou.
Já Rodrigo foi mais sucinto em suas palavras, “é errado isso ai”, afirmou, dizendo ainda que “em nenhum momento” cometeu injúrias contra Aranha. Ele afirmou ainda que não pertence à organizada Geral do Grêmio.
