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Protesto bloqueia acesso ao estádio de Brasília na véspera da Copa das Confederações

14 jun 2013 - 13h52
(atualizado às 14h06)
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Cerca de 400 manifestantes bloquearam neste sábado o acesso ao estádio Nacional Mané Garrincha de Brasília, que neste sábado receberá o jogo de abertura da Copa das Confederações entre Brasil e Japão.

O protesto começou pouco depois das 09h30 com manifestantes queimando pneus e bloqueando a via M1, principal acesso ao estádio.

A manifestação foi organizada por um fórum que reúne representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a Organização de Comunicação Popular, o Movimento de Mulheres e o Movimento Copa Para Quem, que protestam contra o forma como o dinheiro público foi usado para as obras da Copa do Mundo.

"Resolvemos bloquear o acesso ao estádio para ganhar mais visibilidade. É o único jeito que temos para chamar a atenção do governo", explicou à AFP Rogério da Cunha, militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto.

O corpo de bombeiros chegou ao local para apagar o fogo, mas um forte cheiro de fumaça permanecia no local horas depois do protesto.

A manifestação foi pacífica e a polícia não precisou fazer uso da força para remover os militantes até a praça Buriti, em frente à sede do Governo do Distrito Federal, onde se juntaram a outro protesto, organizado pelo Sindicato dos Técnicos de Enfermagem.

Os enfermeiros dos hospitais públicos de Brasília estão em greve há uma semana.

"Estamos fazendo este protesto para denunciar a exploração, a falta de moradia e o descaso do governo. Estão construindo um elefante branco de 1,5 milhão de reais, fazendo várias obras superfaturadas para a Copa, enquanto muita gente não tem nem onde morar", lamentou Rogério da Cunha.

Os manifestantes exibiram várias faixas, usando muitas vezes o humor para transmitir suas mensagens.

"Cartão vermelho para a Copa que viola direitos humanos", indicava uma faixa.

"Queremos que o governo aprove a lei do auxílio aluguel. Essa lei já existe, mas só falta a assinatura do governo, que está adiando o processo", explicou Sérgio Leonel, cordenador do MTST.

"Venderam vários terrenos do governo para empresas privadas de construção civil, enquanto poderiam ter sido usados para construir moradia social", completou, alegando que que parte da verba usada para a construção do estádio veio da venda de terrenos da Terracap (Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal).

O trânsito na via M1 só foi liberado pouco depois do meio dia, enquanto manifestantes continuavam reunidos na praça Buriti. Uma pequena delegação foi recebida na sede do Governo.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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