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Protesto contra gastos da Copa marca abertura das Confederações

15 jun 2013 - 21h10
(atualizado às 21h59)
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Um protesto em frente ao estádio nacional de Brasília, disperso pela polícia com bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha, marcou o início da Copa FIFA das Confederações, após uma semana de intensos protestos em grandes cidades do Brasil.

Os manifestantes protestaram contra os multimilionários gastos públicos do Brasil nesta Copa e para o Mundial de 2014.

Em Belo Horizonte, terceira maior cidade do país que também recebe jogos das Confederações, milhares foram às ruas protestar contra a alta dos preços do transporte e os investimentos públicos da Copa, calculados em 15 bilhões de dólares.

Em Brasília, pelo menos 26 manifestantes e sete policiais ficaram feridos, enquanto outros 20 foram detidos.

"Da Copa do Mundo abro mão, mais dinheiro para saúde e educação" era o lema dos manifestantes - uns 500 segundo a polícia e mais de 1000 segundo os organizadores -, que evitaram o perímetro de segurança da polícia de forma pacífica.

Quando chegaram às portas do estádio, a situação ficou tensa com a chegada de milhares de torcedores para a partida inaugural das Confederações, na qual o Brasil venceu o Japão por 3-0.

Pouco mais de uma hora antes do começo do jogo, a polícia atirou bombas de gás lacrimogênio e disparou balas de borracha, que atingiram alguns torcedores.

"Estavam encurralando o público, impedindo a entrada ao estádio", explicou à AFP o comandante da Polícia Militar, coronel Antonio Evangelista Adilson.

"Educação, segurança, saúde, tudo sai perdendo com esta Copa do Mundo", criticou Thiago Von-Grapp, estudante de enfermagem de 19 anos.

"Vimos mostrar que este país não é feito só de futebol e carnaval", declarou à AFP a estudante Angelita Torres.

Três mil policiais foram mobilizados para proteger o estádio, enquanto a tropa de choque e a polícia montada criaram barreiras para impedir o acesso dos manifestantes.

Na sexta-feira, outras 400 pessoas tinham protestado contra os milionários gastos do Mundial e queimaram pneus perto do estádio, o mais caro da Copa, impedindo o acesso. "Quando teu filho ficar doente, leve ao estádio", escreveu uma mulher em um cartaz.

Em Belo Horizonte, oito mil pessoas segundo os organizadores - e duas mil segundo a polícia - protestaram de forma pacífica contra a alta das passagens de ônibus e os altos custos da Copa, seguindo a tônica dos intensos protestos realizados em várias cidades brasileiras, especialmente São Paulo e Rio de Janeiro, que deixaram 300 detidos e uma centena de feridos.

Os protestos ocorrem em um momento em que o Brasil vive um fraco crescimento econômico e uma inflação de 6,5% ao ano, no teto da meta oficial, o que tem provocado a queda de popularidade do governo da presidente Dilma Rousseff, que foi vaiada este sábado no estádio.

Além das Copas das Confederações e do Mundo, o Brasil sediará os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio. E sua capacidade para abrigar grandes eventos será posta à prova novamente em julho, quando a Cidade Maravilhosa receberá o papa Francisco e mais de dois milhões de católicos para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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