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Ricardo Rocha: "Aldair e Márcio Santos foram os melhores"

17 jul 2009 - 11h38
(atualizado às 11h58)
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Não foi por acaso que Ricardo Rocha recebeu o apelido de xerife. Zagueiro de grande senso de liderança, ele era referência no elenco tetracampeão mundial há 15 anos nos Estados Unidos. Contudo, uma lesão já estreia da Copa, contra a Rússia, acabou lhe privando de exercer sua ascendência dentro de campo.

Ricardo Rocha se lesionou na estreia e perdeu a Copa
Ricardo Rocha se lesionou na estreia e perdeu a Copa
Foto: Gazeta Press

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Ricardo, que àquela altura tinha 32 anos, já vestira camisas de clubes de ponta, como Santos, São Paulo, Vasco e Real Madrid, acabou abrindo espaço para as chegadas de Aldair e Márcio Santos aos titulares. Ricardo Gomes, presença certa no grupo, foi cortado dias antes do Mundial, assim como Mozer, também na fase de preparação.

No fim das contas, Aldair e Márcio Santos surgiram do nada para formar uma das mais competentes duplas de zaga da Seleção Brasileira em toda a história das Copas, enquanto Ricardo Rocha tentava ajudar, fora de campo, com o seu perfil de xerife, importante para um ambiente vencedor - e campeão do mundo - como aquele.

Confira a entrevista exclusiva com Ricardo Rocha na íntegra:

Terra - São 15 anos daquela conquista. O que passa pela sua cabeça hoje?

Ricardo Rocha - Foi importante ter ganhado, depois de 24 anos sem um título mundial. Com todos os problemas que tivemos, a coisa caminhou muito bem. Era um grupo que foi desacreditado e isso nos fortaleceu na competição.

Nós lidávamos bem com a pressão, porque era um grupo experiente e muitos tinham jogado duas Copas do Mundo.

Terra - Não bastasse isso, as pessoas ainda exigiam um futebol bonito, não?

Ricardo Rocha - A gente pensava no título e não em fazer bonito. Isso vem dependendo da facilidade da partida, mas Copa do Mundo raramente se ganha jogando bonito. Faz parte da cultura do torcedor e temos que entender, porque o povo foi criado assim, diferente do alemão, por exemplo, que só quer ganhar.

Terra - O Brasil perdeu os titulares, você e o Ricardo Gomes, e acabou tendo a melhor dupla de zaga do mundial. Te surpreendeu?

Ricardo Rocha - Não, porque a gente treinava e eles iam muito bem. Na minha opinião, foram os melhores zagueiros daquela Copa. A união de todos era a força do grupo.

Terra - Mas você se machucou na primeira partida da Copa. Foi muito triste? Como você reagiu?

Ricardo Rocha - Da melhor maneira possível, porque tive a lesão no primeiro jogo e não ia mais poder atuar. No início fiquei mal, mas depois entendi que era minha última Copa e ia tentar ajudar da melhor forma.

Terra - O Parreira era muito criticado. Vocês fecharam com ele?

Ricardo Rocha - Tava fechado, sim. Todo mundo adorava ele. O título era o mais importante naquele momento pra gente. O Parreira sempre nos ajudou. Era um grupo preparado para ser campeão, com determinação na cabeça.

Terra - O Romário era uma fera enjaulada? É um cara difícil de lidar?

Ricardo Rocha - Pelo contrário, excelente. Fez todos os treinos muito bem. Tratávamos ele e o Bebeto como os caras que iam decidir. Temos a consciência de que sem eles a gente não ganharia.

Terra - Como era o Dunga? Ele passava do ponto nas cobranças?

Ricardo Rocha - Sempre foi assim, um ser humano extraordinário, positivo. Nunca extrapolou.

Terra - Em algum momento você achou que não ia dar?

Ricardo Rocha - Teve dois momentos difíceis. Contra os Estados Unidos, com menos um e a torcida contra, e contra a Holanda, que ganhávamos e eles empataram. Foi f...

Fonte: Terra
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