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Rivaldo, o adeus do camisa 10 injustiçado

15 mar 2014 - 16h29
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Último camisa 10 de uma seleção brasileira campeã mundial, Rivaldo anunciou neste sábado o fim de sua carreira de 24 anos como jogador, da qual sai sem o reconhecimento merecido dos torcedores brasileiros.

"Se vai um dos grandes, mas, por essas coisas que a gente nunca entende do futebol, se vai sem o reconhecimento que merecia", disse à Agência Efe Zinho Cota, um aposentado que em suas conversas em um bar de Osasco, na região metropolitana de São Paulo, sempre defende perante seus amigos a "magia" de Rivaldo.

Segundo Cota, "pode pesar contra Rivaldo o fato de que ele não se identificou com nenhum dos três times grandes de São Paulo, jogou nos três, mas não deixou saudade em nenhum".

"É um caso raro porque na seleção foi um dos camisa 10 mais bem-sucedidos, mas quando os torcedores são perguntados sobre os '10' mais importantes na história da seleção citam Pelé, Rivelino, Zico ou Ronaldinho Gaúcho, e poucos lembram de Rivaldo", comentou.

Para o mecânico aposentado, "é injusto que quando se fale do título do pentacampeonato mundial do Brasil em 2002 nem todos mencionem Rivaldo, porque sem ele Ronaldo não teria se consagrado como maior goleador das Copas nem o Brasil teria conquistado o título".

Vitor Borba Ferreira, nome verdadeiro de Rivaldo, nasceu em 19 de abril de 1972 em Paulista, pequena cidade do interior de Pernambuco e começou a atuar no futebol profissional com 18 anos no Santa Cruz, de Recife.

Rapidamente o esbelto e talentoso jogador se destacou no Santa e, apesar das dúvidas de muitos médicos de clubes grandes por sua falta de peso e estrutura muscular, se mudou em 1992 para o estado de São Paulo, onde começou a defender o modesto Mogi Mirim.

No Campeonato Paulista, por coincidência o mesmo nome de sua cidade natal a mais de 2 mil quilômetros de distância, o jovem Rivaldo despertou o interesse do Corinthians, que o adquiriu por empréstimo do Mogi Mirim.

Na época, com o respaldo financeiro de um grande patrocínio, o rival Palmeiras conseguiu em 1994 adquirir os direitos do jogador e o manteve em seu elenco até 1997, quando as portas da Europa se abriram com sua contratação pelo Deportivo La Coruña.

Na Espanha, rapidamente Rivaldo, com golaços e talento, caiu no gosto da torcida galega e, como aconteceu no Brasil quando chegou ao estado de São Paulo, um grande desse país, o Barcelona, o contratou para a temporada seguinte. No Barcelona disputou 235 partidos e marcou 130 gols.

A carreira bem-sucedida do jogador pernambucano se prolongou no Barça e foi assim consagrado pela Fifa como Bola de Ouro em 1999 e eleito pelo máximo organismo do futebol mundial na equipe ideal das Copas de 1998 e 2002.

Em 2002, depois do título mundial na Coreia do Sul-Japão, a "magia" de Rivaldo partiu para a Itália, mas a falta de continuidade pelas lesões lhe impediram de consagrar-se no Milan, com o qual jogou 40 vezes e marcou apenas oito gols.

Após sete anos em campos europeus, Rivaldo retornou em 2004 ao Campeonato Brasileiro para defender o Cruzeiro e, apesar dos altos e baixos de sua atuação na equipe de Belo Horizonte, voltou nesse mesmo ao velho continente para defender o Olympiacos, da Grécia. Na equipe da cidade de Piraeus anotou 43 gols em 94 jogos.

O Atenas, também da Grécia, e o Bunyodkor, do Uzibequistão, foram as outras equipes de Rivaldo antes de retornar mais uma vez ao Brasil em 2011, no que parecia sua despedida do futebol com um último contrato no São Paulo. No Uzbequistão jogou 77 vezes e perfurou as redes em 42 ocasiões.

A sorte também não acompanhou Rivaldo no Tricolor Paulista, apesar de brilhos em alguns jogos nos quais demonstrou que sua "magia" com a bola seguia intacta apesar da idade e das sequelas de lesões.

Em 2012, fez as malas novamente e partiu para uma aventura na África, para jogar no Kabuscopr, de Angola, que defendeu em 21 jogos, marcando 11 gols.

Após sua rápida passagem pelo futebol angolano, Rivaldo retornou um ano depois ao Brasil para defender o São Caetano.

Já nesta temporada, Rivaldo cumpria no Mogi Mirim a dupla função de presidente, que seguirá exercendo, e a de jogador, inclusive com a oportunidade de jogar partidas oficiais do Campeonato Paulista ao lado de seu filho Rivaldinho.

Em mensagem em seu perfil de Instagram, o jogador declarou que tomou a decisão "com lágrimas nos olhos" e agradeceu a Deus, a família e todos os que o apoiaram "com carinho" no futebol.

EFE   
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