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Romário responde desafio de Gilmar Rinaldi e volta a questionar convocações da Seleção

29 set 2015 - 14h24
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Nesta segunda-feira, durante o programa “Bem Amigos”, do Sportv, o coordenador da seleção brasileira Gilmar Rinaldi desafiou o senador Romário a abrir mão de sua imunidade parlamentar e revelar suas contas publicamente. Em resposta, nesta terça, o Baixinho escreveu um longo texto em sua página oficial do Facebook, onde diz que Gilmar só está no cargo em que ocupa por ter sido indicado, além de chamá-lo de “jogador e empresário medíocre”.

“Gilmar Rinaldi tem que se colocar no lugar dele. Sou senador da República, legitimado por quase cinco milhões de pessoas, enquanto ele foi indicado para um cargo em uma entidade corrupta depois de ter sido um jogador e empresário medíocre. Ele só ocupa o cargo de coordenador da seleção porque foi indicado por pessoas como José Maria Marin, que está preso na Suíça, e Marco Polo Del Nero, outro alvo do FBI. Ele tem que desafiar seus iguais, pessoas iguais a ele”, disse o campeão da Copa do Mundo de 1994, em parte do texto.

O desafio de Gilmar Rinaldi foi motivado pelas declarações de Romário, semana passada, ao jornal “Gazzetta dello Sport”. Ao periódico italiano, o Baixinho disse que “há interesses por trás das convocações da seleção brasileira”.

“Os problemas são refletidos nas convocações. Dunga é meu amigo, mas não é a sua hora. Não se convoca mais os melhores, há interesses por trás. O diretor é Gilmar Rinaldi, que, até um dia antes de sua nomeação, era um agente de jogadores. Uma provocação! Você viu a convocação? Todos pertencem aos empresários que lucram com convocações. É evidente para todos”, disse o ex-atleta.

A resposta veio ontem, quando Rinaldi disse que exporia suas contas desde que Romário fizesse o mesmo e abrisse mão de sua imunidade parlamentar. Gilmar também garantiu que irá processar o ex-atacante.

“Realmente a gente ficou surpreso com o que ele falou, mas vamos fazer uma ação judicial. Estamos estudando como, porque ele tem imunidade, é senador. Os advogados estão estudando como se faz isso. Ele é senador, tem imunidade parlamentar, por que não abre mão da imunidade a abre as contas dele? Eu abro, se ele fizer eu abro, abro meu sigilo bancário, telefone, tudo, das minhas contas no exterior abro também, que são regulares e estão no Banco Central. É simples. Falar é uma coisa, numa tribuna protegido por uma imunidade, aí é muito fácil. Eu falo aqui no programa, e estou à disposição”, desafiou Gilmar em entrevista ao programa “Bem Amigos”.

Como resposta, o Baixinho disse que "imunidade parlamentar não tem nenhuma relação com a abertura do seu sigilo bancário" e ainda lembrou que “Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos” - em referência ao artigo 53 da Constituição.

Leia o texto de Romário na íntegra

"Na última semana, concedi uma entrevista ao jornal italiano Gazetta Dello Sport. Fiz duras críticas à convocação de jogadores na Seleção e mantenho minha posição. As convocações têm sido motivadas por forte interesse financeiro.

Estão me pedindo provas, não preciso ir muito longe, o jornal O Estado de S. Paulo tornou público um contrato da CBF com a empresa a ISE, para a realização de amistosos da Seleção Brasileira. Está explícito no contrato que a lista de jogadores convocados atende a critérios estabelecidos pelos parceiros comerciais e qualquer substituição precisa ser realizada em "mútuo acordo" entre CBF e empresários. O contrato deixa claro: o jogador que substituir um "titular" precisa ter o mesmo "valor de marketing'' do substituído.

Onde ficam os critérios técnicos?

Quem define quais jogadores convocados? O técnico ou os parceiros comerciais?

Sobre Gilmar Rinaldi, tenho todo direito de afirmar que ele não deveria ocupar o cargo de coordenador da seleção brasileira. Até um dia antes dele ser anunciado para a função, Gilmar Rinaldi era empresário de jogador de futebol. Não acredito na isenção dele para o cargo. Ontem, em um programa de TV, ele afirmou que abriria o sigilo bancário dele se eu abrisse mão da minha “imunidade parlamentar” e abrisse minhas contas. Cabe esclarecer diante da total ignorância deste senhor sobre a imunidade parlamentar. A Constituição Brasileira preconiza em seu artigo Art. 53:

“Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. Ou seja, imunidade parlamentar não tem nenhuma relação com a abertura do meu sigilo bancário. Sobre mim não pesa nenhuma suspeita.

Gilmar Rinaldi tem que se colocar no lugar dele. Sou senador da República, legitimado por quase 5 milhões de pessoas, enquanto ele foi indicado para um cargo em uma entidade corrupta depois de ter sido um jogador e empresário medíocre. Ele só ocupa o cargo de coordenador da seleção porque foi indicado por pessoas como José Maria Marin, que está preso na Suíça, e Marco Polo Del Nero, outro alvo do FBI. Ele tem que desafiar seus iguais, pessoas iguais a ele."

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