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Roque Jr tem aval de Felipão e lições de Klopp para marcar 3ª carreira

18 mar 2013 - 16h40
(atualizado às 16h48)
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Roque Júnior com Felipão no Palmeiras: estágio durante o último ano
Roque Júnior com Felipão no Palmeiras: estágio durante o último ano
Foto: Gazeta Press

Na gestão de grupo, Luiz Felipe Scolari. No conhecimento tático, Alberto Zaccheroni. Nas lições, Jürgen Klopp. Roque Júnior já definiu suas principais referências e acumulou uma invejável bagagem teórica para tentar, depois de jogador e dono de clube empresa, fincar sua terceira carreira no futebol. Dono de uma Copa Libertadores e uma Copa do Mundo como zagueiro, anunciou publicamente o desejo de ser treinador de futebol. 

"Ou vou começar como auxiliar, também", admite em entrevista ao Terra. "Mas precisa ser de um treinador que também me dê capacidade de crescer. Senão vou começar sozinho e não acho que precisa começar por baixo (à frente de uma equipe pequena). Eu me preparei para isso por dois anos, então pode ser um time grande", diz Roque com sua clareza característica. 

As lições de Roque Júnior

Jürgen Klopp é uma das referências para Roque Júnior
Jürgen Klopp é uma das referências para Roque Júnior
Foto: Getty Images

Para não ser só um ex-jogador em busca de emprego, ele definiu como fundamental a busca por conhecimento. Inicialmente, os cursos que Roque Júnior mirou serviriam para aprimorar seu trabalho no Primeira Camisa, clube formador por ele criado em São José dos Campos, mas hoje com atividades paralisadas. Aos poucos, percebeu que poderia buscar um espaço novo no futebol. 

Roque, que já tinha MBA em Gestão Esportiva, se matriculou no renomado curso de treinadores lecionado pela CBF em conjunto com a PUC Minas. Também fez cursos menores da Universidade de Viçosa, em Minas Gerais, que formou Mano Menezes e Ney Franco, entre outros. Buscou referências em estágios: no Palmeiras, com Luiz Felipe Scolari, no Porto-POR, focado na gestão do clube, no Athletic Bilbao-ESP, com Marcelo Bielsa, e no Borussia Dortmund com Jürgen Klöpp. 

Roque Jr. traça perfil de treinador que deseja ser:

"Tive um contato mais direto com Klöpp", diz sobre o treinador que faz história no Dortmund: é bicampeão alemão, jogará as quartas de final da Liga dos Campeões e é especulado por Chelsea e Real Madrid. "Estive com ele em treinamentos, em certos momentos. Acompanhei quando jogava (no Bayer Leverkusen) e ele era treinador do Mainz. É um cara super aberto, muito do bem e conversamos muito de futebol. O Dortmund é um gigante", explica Roque Júnior com um ensinamento que aprendeu na Europa. 

"Eles aproveitam o treino muito bem para o que querem da equipe no jogo. Dedica-se muito para que aquilo realmente aconteça no jogo. Quando você vê o Dortmund jogar, entende o porquê das situações que acontecem em campo. Você vê como a equipe consegue ter o controle do jogo com e sem a bola", detalha. Se não tiver emprego até junho, Roque, já matriculado, também fará um curso da Uefa, na Itália. E admite até iniciar sua carreira já na Europa. 

O aval de Felipão e a luta velada contra o racismo no banco

Pentacampeonato mundial em 2002 foi ponto alto na carreira do ex-zagueiro
Pentacampeonato mundial em 2002 foi ponto alto na carreira do ex-zagueiro
Foto: Getty Images

Antes de se lançar treinador, de fato, Roque Júnior ainda precisava se sentir 100% seguro. Para isso, buscou algumas de suas referências, mas uma opinião em especial deveria ter um peso mais forte. Luiz Felipe Scolari, responsável por sua afirmação no Palmeiras e pelos melhores dias na Seleção. "Ele sempre me incentivou e achou que eu tinha condições. Depois consultei para saber e ele me deu forças e ainda me dá. Está sempre me dando forças". 

Roque ainda admite que, a vitória na nova carreira, pode ter peso importante para os negros. Recentemente, em entrevista para a Revista Placar, Lula Pereira disse ter ouvido de dirigentes que não era contratado "porque você é preto", revelou. No futebol brasileiro, é notória a falta de muitas oportunidades. 

"É reflexo da nossa sociedade em meio a uma luta por cotas para os negros e menos favorecidos", conta. "Só assim vão poder galgar até situações de maior prestígio. É um reflexo do nosso País. Ninguém vem a público dizer, mas o Lula (Pereira) escutou. Existe e não podemos negar (o racismo). Mas vejo no meu conhecimento e na minha história uma arma contra isso".

Fonte: Terra
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