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São Paulo culpa A. Miguel por inundação; vereador vê lentidão de clube

16 fev 2013 - 16h07
(atualizado às 17h23)
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<p>Segundo José Francisco Manssur, assessor da presidência do São Paulo, Aurélio Miguel lutou para obstruir obras que impediriam enchentes no Morumbi</p>
Segundo José Francisco Manssur, assessor da presidência do São Paulo, Aurélio Miguel lutou para obstruir obras que impediriam enchentes no Morumbi
Foto: Léo Pinheiro / Terra

Os estragos causados pela inundação na sede social do São Paulo, no bairro do Morumbi, devido às fortes chuvas que caíram sobre a capital paulista na última quinta-feira, foram recebidos com irritação pela diretoria tricolor. O assessor da presidência do clube, José Francisco Manssur, responsabilizou o vereador e conselheiro Aurélio Miguel (PR) por tentar obstruir as obras que impediriam enchentes na região, contidas no projeto da construção da linha 17-Ouro em monotrilho.

Já Marco Aurélio Cunha (PSD), também vereador e ex-superintendente de futebol do São Paulo, apontou que Aurélio Miguel realmente trabalhou contra a aprovação das obras - que envolveriam a canalização do Córrego do Antonico e construção de dois piscinões na Praça Roberto Gomes Pedrosa - mas também acusou a diretoria tricolor de lentidão e acomodação na luta pela realização das reformas contra enchentes.

"O vereador (Aurélio Miguel) tem que assumir o ônus político da votação que ele fez", afirmou Manssur. "Eu convivi na Câmara e vi todo o esforço do vereador Marco Aurélio Cunha para aprovar as obras, e o esforço do Aurélio Miguel para que não fosse aprovado. O São Paulo precisa encontrar quem lá dentro ajudou pra que não fossem feitas as obras, e o vereador Aurélio Miguel é uma figura que ajudou a obstruir a construção das obras necessárias para evitar esse problema".

Em defesa, a assessoria de Aurélio Miguel afirma que "uma das primeiras medidas do vereador (...) foi solicitar à prefeitura de São Paulo a construção de um piscinão entre o Colégio Porto Seguro e o Morumbi, além da canalização do Córrego do Antonico", e diz que "em relação ao monotrilho, que fazia parte do plano do Estádio do Morumbi para a Copa do Mundo e de responsabilidade do governo estadual, o vereador Aurélio Miguel se manifestou contrariamente, por entender que o adequado para a região era o metrô subterrâneo".

Manssur, porém, cita a oposição de Miguel ao monotrilho como mostra de que o vereador obstruiu a aprovação das obras que poderiam impedir os alagamentos. "Os piscinões do córrego eram obras fundamentais para a gente conseguir evitar as enchentes, e estavam dentro da linha 17-Ouro. Isso é fato objetivo e ele tem que assumir a responsabilidade", afirmou, lembrando que o poder executivo também deve ser cobrado pelo ocorrido.

"Mais culpado ou tão culpados quanto são o governo do Estado e a prefeitura, que protelam a realização das obras por questões menores. Questão de torcida, secretário que é torcedor, que acha que não pode fazer obra perto de um clube de futebol. Mas o clube está inserido em um bairro, e infelizmente há políticos que não têm maturidade para trabalhar por isso", disse.

Marco Aurélio Cunha também vê Juvenal e diretoria culpados

<p>Ex-dirigente do São Paulo, vereador Marco Aurélio Cunha criticou a diretoria tricolor por não pressionar governo por obras</p>
Ex-dirigente do São Paulo, vereador Marco Aurélio Cunha criticou a diretoria tricolor por não pressionar governo por obras
Foto: Léo Pinheiro / Terra

Ex-dirigente com muita influência no ambiente político do São Paulo, o vereador Marco Aurélio Cunha também criticou a lentidão da diretoria tricolor em pressionar a prefeitura e o governo do Estado para que as obras contra as enchentes, em uma região famosa pelos alagamentos, fossem aceleradas. Ele citou as ótimas relações políticas do presidente do clube, Juvenal Juvêncio, para criticar a postura são-paulina.

"Em nenhum momento a diretoria do São Paulo colocou obras do piscinão como objetivo marcante, ao contrário do que foi a cobertura do Morumbi", comparou. "Não dá para (a diretoria) controlar tempestade, e também não pode cobrar só na hora que chove. Devia estar ali todo o tempo, se esforçando para que fosse feito. O Juvenal tem excelentes relações políticas, especialmente com o PT (partido do atual prefeito, Fernando Haddad, que assumiu o cargo em janeiro de 2013). Ele também poderia ter lutado com isso o tempo todo, como lutou pela cobertura do Morumbi".

Sobre Aurélio Miguel, Cunha confirmou que o ex-judoca e conselheiro são-paulino tentou obstruir as obras na Câmara Municipal, mas não soube afirmar se a atitude aconteceu por motivos políticos ou simples divergência de opinião.

"Não entro nessa discussão, e sim na discussão maior. Ele tinha os interesses dele, era contra o monotrilho, queria metrô. Não tinha dinheiro para fazer metrô naquela proporção", defendeu. "O Aurélio, como oposição, entra com a tática de obstrução para retardar o processo. A gente nunca sabe exatamente se é oposição pura e simples ao governo, ou se está contra determinadas situações. Realmente ele obstruiu bastante a questão das obras, talvez por divergência, talvez imaginasse que fosse melhor de outra forma. Não quero defendê-lo nem acusá-lo".

A assessoria de Aurélio Miguel entrou em contato com a reportagem do Terra e disse que o ex-judoca não irá se pronunciar com relação as declarações de Marco Aurélio Cunha. 

Fonte: Terra
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