CBF investiga suposto ato racista contra D. Maurício para acionar Conmebol
25 jan2011 - 03h41
(atualizado às 04h31)
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Direto de Tacna (Peru)
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou, na madrugada desta terça-feira, uma nota oficial avisando que investigará um suposto ato racista contra o atacante Diego Maurício no empate da Seleção por 1 a 1 contra a Bolívia, no último domingo, pelo Sul-Americano Sub-20.
Relatos de pessoas que estavam próximas da arquibancada do Estádio 25 de Novembro, em Moquegua, indicam que o jogador foi ofendido com sons que imitavam macaco assim que entrou na partida, aos 34min do segundo tempo.
Segunda a nota, o presidente Ricardo Teixeira diz que, comprovado o ato racista, acionará a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) com uma medida de protesto.
Confira a nota na íntegra:
O presidente Ricardo Teixeira determinou ao supervisor da Seleção Brasileira Guilherme Ribeiro que apure o episódio que houve manifestação de racismo de parte da torcida presente ao Estádio 25 de Novembro, em Moquegua, tendo como alvo o jogador Diego Maurício, durante a partida Brasil x Bolívia, válida pelo Sul-Americano Sub-20 do Peru.
De posse dessas informações, que comprovem o episódio, o presidente Ricardo Teixeira acionará o Departamento Jurídico da entidade para que sejam tomadas as providências relativas ao envio de um protesto formal à Conmebol de repúdio à citada manifestação.
O atacante da Seleção Brasileira Sub-20, Diego Maurício, teria sofrido ofensas racistas no momento em que entrou na partida do último domingo contra a Bolívia. O Terra selecionou outros casos de racismo no futebol para você, internauta, relembrar.
Foto: Mowa Press / Divulgação
Os sons de macado emitidos pela torcida, no entanto, não tiveram a intenção de ofender, segundo relatos de peruanos, os quais afirmaram ser "normais" as manifestações.
Foto: Mowa Press / Divulgação
O atacante Mario Balotelli, atualmente no Manchester City, sofreu com cânticos racistas no amistoso entre Itália e Romênia, no último dia 17 de novembro. De origem ganesa, o jogador acabou hostilizado pelos próprios torcedores italianos.
Foto: Getty Images
No Brasil, o último caso de racismo no futebol ocorreu com o zagueiro Manoel, do Atlético-PR. No dia 15 de abril do ano passado, o defensor acusou o palmeirense Danilo de chamá-lo de "macaco".
Foto: Rodrigo Coca / Fotoarena / Agência Estado
O atacante Maxi López foi protagonista de um caso de racismo envolvendo o meio-campista Elicarlos, do Cruzeiro. Na Libertadores de 2009, o argentino teria chamado o atleta do time mineiro de "macaco". Ambos foram parar na delegacia depois da partida, por conta da queixa realizada pelo cruzeirense.
Foto: Getty Images
O ex-zagueiro Antonio Carlos, atual técnico de futebol, teve um comportamento triste no ano de 2006. Em partida contra o Grêmio, o então atleta do Juventude esfregou os dedos da mão esquerda no braço direito, com um tom racista em alusão à cor de pele do volante Jeovânio.
Foto: Getty Images
O marfinense Marc Zoro sofreu ofensas racistas no ano de 2005, quando defendia o Messina. Em partida contra a Inter de Milão, o jogador ouviu insultos da torcida, ameaçou sair de campo e precisou ser contido por Adriano.
Foto: AFP
O caso mais famoso no futebol brasileiro ocorreu em 2005, envolvendo o atacante Grafite e o zagueiro argentino Leandro Desábato, na partida entre São Paulo e Quilmes, válida pela Copa Libertadores.
Foto: AFP
O brasileiro acusou o defensor de atos racistas e prestou queixa contra o rival. Desábato passou a noite preso e motivou a ira dos torcedores do Quilmes.
Foto: AFP
O camaronês Eto'o virou um símbolo na luta contra o racismo. A primeira vez que o atleta acabou hostilizado foi em 2004, durante a partida entre Getafe e Barcelona. Os torcedores adversários imitaram macacos para provocar o atleta do time catalão.
Foto: AFP
Primeiro negro a vestir a camisa da seleção polonesa, Olisadebe revoltou um grupo de torcedores do país. Em 2001, durante o amistoso contra a Islândia, o atacante foi alvo de cascas de bananas, atiradas por um bando posicionado na arquibancada.