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Técnico uruguaio é contra trocar cessão de jogadores por vaga na Copa

26 mai 2015 - 02h18
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O técnico do Uruguai, Óscar Tabárez, se mostrou contrário nesta segunda-feira à possibilidade de a Conmebol negociar o direito de disputar a quinta vaga para a próxima Copa do Mundo em uma repescagem em troca de uma diminuição na cessão de jogadores para as seleções nacionais por parte dos clubes.

"Tramitar uma possível meia vaga em troca de pechinchar mais a cessão dos jogadores para as seleções é um ataque pelas costas contra a preparação das equipes do terceiro mundo", disse o técnico uruguaio.

"É apenas um rumor, mas quando li sobre isso fiquei um pouco assustado porque não se tem consciência do que significaria essa concessão", acrescentou.

Na semana passada, a imprensa uruguaia publicou que a Conmebol estaria disposta a negociar com a Fifa uma menor cessão de jogadores por parte dos clubes em troca de manter o direito de disputar a quinta vaga do continente para o Mundial em uma repescagem.

A Conmebol reúne dez países: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Além disso, conta com quatro vagas diretas para o Mundial e uma de repescagem contra uma seleção da Ásia.

O Uruguai, quinto classificado nas Eliminatórias sul-americanas para as Copas do Mundo de 2002, 2010 e 2014, precisou dessa "meia vaga" para se classificar.

"Se os jogadores não forem cedidos para uma seleção em uma data Fifa, diminui o nível de preparação", disse Tabárez, que destacou que para países como o Uruguai, que "tem quase 100% de seus jogadores no exterior", isso complicaria muito a situação, já que teriam menos tempo para treinar com seus principais nomes.

Tabárez argumentou que "a Fifa não pode perder de vista" que "a Copa do Mundo supõe a presença das principais estrelas" do futebol e que, apesar de quase todas elas jogarem em clubes da Europa, nem todas elas são de nacionalidade europeia.

Na próxima sexta-feira, começa em Zurique, na Suíça, o congresso da Fifa, no qual será eleito um novo presidente da organização e no qual poderá se estabelecer uma nova distribuição de vagas de classificação para o Mundial.

"Os que falam de porcentagens de países que participam com relação ao total de seus continentes levam em conta a quantidade, e não a qualidade", opinou o técnico em relação ao fato de que dos dez países da Conmebol, 45% deles se classificam para a Copa, um percentual maior que o de outras confederações.

O técnico propôs que se priorizem os continentes com seleções de maior qualidade e peso histórico.

"A Fifa tem 209 equipes, mas quem me pode fazer acreditar que são todas iguais em relação a sua história e a seu atrativo para participar dos Mundiais?", questionou 'el Maestro', como é conhecido o treinador da 'Celeste'.

Tabárez fez essas declarações na entrevista coletiva posterior ao primeiro treino de preparação da seleção uruguaia para a Copa América, que acontece no Chile e começa no dia 11 de junho.

Apenas oito jogadores estiveram hoje no gramado das instalações da seleção uruguaia, o restante será incorporado ao longo desta semana. Tabárez deverá contar com todos os seus convocados na próxima sexta-feira, ou, no mais tardar, na segunda.

EFE   
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