Togo abandona Copa Africana; número de mortes pode chegar a 4
Atacada na última sexta-feira pela Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC), enquanto viajava de ônibus pela Angola, a seleção de futebol do Togo decidiu abandonar o país neste sábado e desistir da disputa da Copa Africana de Nações, que teria seu início no domingo.
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Embora outras seleções estejam avaliando a situação, por enquanto não há outro anúncio oficial de desistência. Uma delegação do Governo do Togo chegou hoje em Cabinda para avaliar a situação e se reuniu com os jogadores da seleção, os funcionários da Confederação Africana de Futebol e as autoridades angolanas.
O número de mortos na tragédia pode chegar a 4. Até o momento, são três mortes confirmadas: o assistente-técnico Abalo Amelete, o assessor de imprensa Stan Ocloo e o motorista que dirigia o ônibus.
A quarta vítima fatal seria o goleiro reserva Kodjovi Obilale, que atua no GSI Pontivy. Em entrevista a rádio francesa RMC, o atacante da seleção togolesa Jonathan Ayite afirmou que o arqueiro não resistiu aos ferimentos.
"Ele (Obilale) está morto e mesmo trazendo até o Obama (presidente dos Estados Unidos) aqui, nós vamos sair imediatamente, vamos voltar para casa. As seleções de Gana e Costa do Marfim estão solidários a nós", afirmou Ayite.
Porém, Philippe Le Mestre, presidente do clube francês, rebateu as informações de que Obilale estaria morto e afirmou estar em contato com família do jogador. "Estou em permanente contato com sua esposa", confirmou em comunicado divulgado no site oficial do GSI Pontivy.
Na última sexta-feira, o ônibus com a delegação de Togo era escoltado à cidade onde disputará a competição continental quando, na ligação entre as cidades de Chicamba e Liambo Liona, foi surpreendido. Sob tiros de metralhadoras, jogadores acabaram feridos e encaminhados a um hospital militar da região para um primeiro atendimento.
O ataque foi reivindicado pela Frente de Libertação de Cabinda (FLC). Este território angolês rico em petróleo situado entre a República Democrática do Congo (RDC) e o Congo é assolado por um conflito separatista desde a independência da Angola, em 1975.
Apesar do incidente, a disputa da Copa Africana de Nações foi mantida, porém, agora sem a presença da seleção togolesa, que se encontrava no Grupo B do torneio, ao lado de Burkina Faso, Gana e Costa do Marfim. As partidas serão disputadas na região de Cabinda.
Com informações da EFE