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Três anos após a morte de Eliza Samudio, Bruno vem à tona: 'Eu sabia do ocorrido, mas eu não mandei matar'

12 ago 2013 - 22h19
(atualizado às 22h45)
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O goleiro Bruno, preso como suspeito pela morte da ex-namorada Elisa Samudio, com quem o ex-flamenguista teria um filho, revelou em entrevista à Record que confessou aos familiares sobre a morte da modelo, e narrou a situação em que a moça foi morta, com requintes de crueldade, por um executor. Ele também fez um apelo para que devolvessem os restos mortais da moça, com quem teve uma breve relação, pois ele "gostaria de dar um enterro digno" à vítima de assassinato.

- Não está nas minhas mãos, eu não tenho esse conhecimento (do paradeiro onde se encontra o corpo de Eliza) - disse, e ainda negou ter sequestrado a mulher, como divulgado à época.

A modelo, segundo Bruno, era uma convidada em seu sítio, e tinha o direito de ir e vir como bem entendesse. O ex-goleiro disse que entregou 30 mil reais à moça, que aceitou o dinheiro e foi levada por Macarrão e Menor, primo do atleta, ao aeroporto. No caminho, o amigo do goleiro teria parado para fazer uma ligação para Bola - condenado pela justiça como o carrasco de Eliza -, voltando mais tarde com as roupas dela e com o filho, Bruninho, que os acompanhava na viagem

- Quando ele voltou só com o Bruninho, passou um filme na minha cabeça, de que algo tinha acontecido

Bruno disse, então, ter pressionado Menor, sobre o ocorrido, e repetiu às câmeras o dito por seu primo.

- Dentro de uma casa escura, havia um homem negro, alto e forte, com uma falha no dente - o parente do goleiro se referia a Zezé, ex-policial, investigado como segundo carrasco do crime - ele pegou as mãos dela, cheirou e perguntou se ela usava drogas, então deu uma gravata nela e jogou as mãos para os cachorros - finalizou Bruno.

Quando a perícia fez o exame nos cães e nada detectou, o goleiro disse ter se sentido aliviado. Um conhecido seu disse ter visto Eliza passeando em um shopping, dando esperanças ao arqueiro. Com o passar do tempo, no entanto, suas esperanças se arrefeceram: "Infelizmente ela não volta mais". Bruno colocou o primo, outra vez, contra a parede, pedindo para que ele colocasse o ocorrido dentro da casa escura em pratos limpos.

- Quando eu olhei, estavam amarrando as mão dela atrás do corpo. Quando começaram a cortá-la, eu disse: Que isso, cara? E comecei a ficar mais assustado ainda - disse o primo, quando questionado.

Perguntado se sentia alguma culpa pelo ocorrido, o goleiro veio à tona com a declaração.

- O meu maior erro é que eu poderia ter feito alguma coisa e não fiz. Se eu tivesse naquele momento, lá no Rio de Janeiro, após a agressão do menor à Eliza, se eu tivesse agido ali e impedido que todos viajássemos, eu poderia ter evitado tudo isto. Eu tinha que ter intervido. Achei que jamais ia chegar a este ponto. Eu não mandei matar a Eliza. Eu sabia do ocorrido, mas eu não mandei matar a Eliza

Outrora ídolo da Nação Rubro-Negra, o arqueiro discorreu a respeito de sua amizade com Macarrão, dizendo que o "amor eterno" - como tatuado nas costas do amigo - vem dos tempos de infância, caracterizou-o como um rapaz ciumento e superprotetor acerca dos vínculos afetivos que nutriam ambos, e admitiu ter tentado o suicído por enforcamento na prisão, onde diz não ter nenhum tipo de regalia.

Bruno revelou-se magoado com Macarrão por conta das declarações daquele que, um dia, havia jurado amor eterno, e que dois anos após o assassinato de Elisa, acusou o jogador de ser o mandante do crime.

- Eu só esperava uma coisa dele, que falasse a verdade.Nunca mandei matar, nunca passou pela minha cabeça - disse.

Em tom saudosista, Bruno lembrou das tardes de futebol nos estádios, de ser exaltado pelo torcedor. Recordou-se também, narrando detalhadamente, dos bacanais em que participou, festas movidas a álcool e garotas de programa. Foi em uma dessas ocasiões, que o ex-atleta conheceu Elisa. Em meio a uma orgia de dar inveja aos grandes Imperadores romanos, o goleiro disse ter se envolvido com a mulher por apenas 15 minutos, que acabaram por ser determinantes na sua trajetória de vida.

Ao ser comunicado, posteriormente, pela própria Elisa Samudio a respeito da gravidez, Bruno disse que quis "sumir", e que "não saberia o que contar para sua noiva".

- Tentei manter tudo em sigilo - confessou.

Segundo o atleta, a moça então passou a persegui-lo, em busca de dinheiro e do reconhecimento da paternidade pelo atleta. O goleiro disse que Elisa "ameaçava dizendo que acabaria com a sua vida", que cerceou sua liberdade e passou a segui-lo em hotéis e treinos do clube da Gávea. Bruno teve que "mudar o número do seu telefone por várias vezes", para evitar a incômoda atitude da mulher.

Apesar de tudo, Bruno disse ter um sentimento de pai pela criança, e que pretende assumir o filho.

- Preciso de uma oportunidade, independente do que aconteça, para olhar nos olhos dele e pedir que me perdoe.

O ex-atleta projeta sua vida fora da cadeia, onde faz artesanato, e encerrou a entrevista falando sobre uma potencial volta aos gramados.

- Eu não sei quanto tempo mais eu tenho que ficar aqui, mas enquanto houver sangue correndo nas minhas veias , vou lutar por isso. Quando me perguntam se eu ainda sonho com a Seleção Brasileira, eu digo: Por que não sonhar? Eu vou dar a volta por cima, eu acredito nisso.

Fonte: Lancepress! Lancepress!
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