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Vários dirigentes da Fifa são detidos na Suíça por corrupção, segundo "NYT"

27 mai 2015 - 03h56
(atualizado às 07h55)
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Vários dirigentes da Fifa foram detidos na madrugada desta quarta-feira na Suíça a pedido da Justiça dos Estados Unidos, que solicitou sua extradição para julgá-los por suspeitas de corrupção, informou o "The New York Times".

A operação foi realizada durante a madrugada pela polícia suíça no luxuoso hotel Baur au Lac, nos Alpes, onde os dirigentes se reúnem para seu encontro anual. Os agentes recolheram as chaves na recepção e se dirigiram para os quartos para proceder com as detenções.

O jornal explicou como um membro do alto escalão da Fifa, cuja identidade não foi revelada, foi "conduzido pelas autoridades de seu quarto até uma saída traseira para deixar o hotel e foi permitido que ele levasse consigo sua bagagem".

As acusações que a Justiça dos EUA apresenta contra os dirigentes do futebol mundial giram em torno da "corrupção generalizada durante as duas últimas décadas", em relação à escolha das sedes para a Copa do Mundo e aos acordos de marketing e de direitos de televisão.

Segundo o jornal americano, que cita fontes próprias ligadas às investigações, as acusações incluem fraude, associação criminosa e lavagem de dinheiro, e estão dirigidas contra "membros do poderoso comitê executivo da Fifa, que acumula um enorme poder e realiza seus negócios, em grande medida, de forma sigilosa".

A operação do Departamento de Justiça dos EUA envolve mais de dez dirigentes do futebol mundial, mas nem todos eles se encontram em Zurique para o encontro da entidade.

Entre eles, sempre segundo o "The New York Times", estão: Jeffrey Webb, das Ilhas Cayman, um vice-presidente do comitê executivo; Eugenio Figueredo, do Uruguai, também vice-presidente e presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) até 2014; e Jack Warner, de Trinidad e Tobago, ex-membro do comitê e presidente da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf) entre 1990 e 2011.

A operação, portanto, teria sérias consequências para o futebol no continente americano já que, segundo a informação publicada, dois dos detidos são um ex-presidente da Conmebol e outro da Concacaf.

A Justiça americana não apresentou acusações contra o presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter, mas as detenções podem representar um empecilho para sua reeleição no pleito que acontecerá na sexta-feira e no qual concorre a um quinto mandato à frente da entidade.

"Estamos surpresos pelo tempo que isso durou e como alcançou quase tudo o que foi feito pela Fifa", disse um agente da lei ao "New York Times" sobre as suspeitas de corrupção.

"Parece que chegava a cada elemento da federação e que essa era sua maneira de fazer negócios. É como se fosse uma corrupção institucionalizada", frisou a fonte.

Espera-se que a procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch, e o diretor do FBI, James Comey, ofereçam uma entrevista coletiva hoje em Nova York para explicar os detalhes das acusações.

EFE   
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