PUBLICIDADE

Zagueiro italiano volta atrás diz que punição a Suárez foi 'pesada e alienante'

27 jun 2014 - 09h50
(atualizado às 09h55)
Compartilhar

Principal personagem do mais polêmico episódio desta Copa do Mundo, o zagueiro italiano Giorgio Chiellini – aquele que levou a mordida do uruguaio Luis Suárez no jogo que garantiu a vaga das oitavas de final ao Uruguai – se manifestou pela primeira vez depois que a Fifa divulgou a punição ao atacante.

Por meio de seu site e Twitter oficiais, Chiellini mostrou solidariedade a Suárez, que terá que cumprir nove jogos de suspensão e está banido de qualquer atividade relacionada a futebol pelos próximos quatro meses. O zagueiro italiano ainda voltou atrás nas reclamações que tinha feito na saída do campo após a vitória dos uruguaios e classificou a punição dada pela Fifa como ‘excessiva’.

"Agora não há nenhum sentimento de alegria, vingança ou raiva contra Suárez pelo incidente que aconteceu no campo e acabou ali", disse o jogador no comunicado.

"Eu sempre considerei corretas as intervenções disciplinares pelos órgãos competentes, mas ao mesmo tempo eu acredito que a fórmula proposta é excessiva", prosseguiu.

Chiellini saiu de campo reclamando muito da mordida que levou de Suárez no jogo contra o Uruguai na terça-feira. O lance dentro da área italiana aconteceu dois minutos antes dos uruguaios marcarem o gol que deu a eles a classificação às oitavas de final da Copa – e, aos italianos, a eliminação.

"Expulsar Marchisio e não Suárez foi decisivo", reclamou Chiellini na saída de campo, pedindo punição ao atacante uruguaio pela mordida que levou dele no ombro.

"Suárez é astuto e escapa assim porque a Fifa quer as estrelas jogando na Copa do Mundo. Eu adoraria ver se eles têm a coragem de usar a prova através do vídeo contra ele. O árbitro viu a marca da mordida também, mas não fez nada".

Punição

A punição da Fifa também determinou que Suárez deixasse a delegação uruguaia imediatamente. Ele não pode almoçar com os jogadores da Celeste na última quinta-feira, após receber a notícia, e teve sua credencial da Copa do Mundo retirada.

Ainda de acordo com as determinações da entidade, Suárez está proibido de ter qualquer contato com a seleção uruguaia e também não poderia ficar no estádio do Maracanã no próximo sábado para ver o jogo entre Uruguai e Colômbia pelas oitavas de final.

Chiellini, porém, espera que a Fifa reconsidere ao menos essa parte da punição. "Eu sinceramente espero que ele seja permitido, pelo menos, ficar perto de seus companheiros do Uruguai durante os jogos, porque uma punição dessas é realmente alienante para um jogador".

De acordo com o que reporta a mídia uruguaia nesta sexta, o atacante Luis Suárez já voltou a Montevideo, onde ficará pelo resto da Copa do Mundo. O episódio da mordida – que se repetiu pela terceira vez na carreira do uruguaio – já rendeu a ele a perda de um de seus patrocinadores, a 888poker. A Adidas, que também patrocina Suárez, divulgou comunicado apoiando a punição da Fifa e dizendo que irá "rever a parceria com Suárez" após o término do Mundial.

A punição dada ao atacante foi a mais severa já aplicada na história das Copas do Mundo. Antes dele, o máximo que já havi acontecido foi a suspensão de oito partidas, para o lateral Mauro Tassoti, no Mundial de 1994, pela cotovelada que quebrou o nariz do espanhol Luis Enrique.

Leia na íntegra o comunicado do zagueiro Chiellini

Agora dentro de mim não há nenhum sentimento de alegria, vingança ou raiva com Suárez pelo incidente que aconteceu no campo e acabou ali. Apenas fica a raiva e a decepção pela partida.

Neste momento, meu pensamento está com Luis e sua família, porque eles vão enfrentar um período muito difícil.

Eu sempre considerei corretas as intervenções disciplinares pelos órgãos competentes, mas ao mesmo tempo eu acredito que a fórmula proposta é excessiva. Eu sinceramente espero que ele seja permitido, pelo menos, ficar perto de seus companheiros do Uruguai durante os jogos, porque uma punição dessas é realmente alienante para um jogador.

BBC News Brasil BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.
Compartilhar
Publicidade