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Zico completa amanhã 60 anos de uma vida dedicada ao futebol

2 mar 2013 - 15h28
(atualizado às 15h52)
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Celebrado como um dos maiores ídolos da história do futebol pelo conjunto de sua obra, alçado ao status de divindade pela torcida do Flamengo e dono de uma carreira cujo brilho nos gramados não dá margem a qualquer "mas", Arthur Antunes Coimbra, para alguns o "Galinho de Quintino", para outros o eterno camisa 10 da Gávea e para todos Zico, completa neste domingo 60 anos.

Nascido em 3 de março de 1953 no bairro de Quintino, na Zona Norte do Rio de Janeiro, Zico viveu intensamente o Flamengo, seu único clube no Brasil como jogador e cuja torcida o idolatra como poucas mundo afora - talvez nenhuma - o faça com outro craque.

Dizer que Zico era um meio-campista é simplificar equivocadamente o que desenho tático algum pode explicar. Afinal, no Rubro-Negro, por vezes era encontrado em campo começando as jogadas atrás dos volantes, ditando o ritmo da equipe na intermediária ou - com a categoria e a frieza dos atacantes mais refinados - dando o toque final para o fundo das redes.

Aliás, Zico fazia gols como poucos, em arte e quantidade. Foram mais de 800 em uma carreira profissional que começou em 1971, no Flamengo, e culminou no Japão no Kashima Antlers, clube pelo qual pendurou definitivamente as chuteiras em 1994. Neste último, também se tornou ídolo e ganhou o respeito dos japoneses.

O também inesquecível camisa 10 da seleção brasileira que encantou o mundo na Copa de 82 deu seus primeiros dribles no futsal, e chegou à escolinha do Flamengo aos 14 anos, em 1967. Quatro anos mais tarde, chegou ao time principal, estreando em um clássico contra o Vasco.

A partir daí, Zico construiu uma carreira ímpar, que nem mesmo a ausência do troféu de campeão do mundo pela seleção consegue ofuscar. No Flamengo, conquistou em 1981 o Mundial Interclubes, em Tóquio, quando o time bateu o Liverpool por 3 a 0. No caminho rumo a essa conquista, o craque liderou o Rubro-Negro na campanha que culminou com o título da Taça Libertadores.

Quando deixou o clube, em 1983, para se transferir à Udinese, prometeu que voltaria. E cumpriu, em 1985, após duas temporadas no futebol italiano, nas quais também se destacou, mesmo jogando por um time modesto e sem pretensões de título.

Porém, uma grave lesão sofrida em uma partida contra o Bangu, naquele mesmo ano, deixou Zico afastado dos gramados por um longo período e marcou sua carreira a ponto de ele ter perdido a capacidade de explosão. Sua genialidade, entretanto, fez com que, mesmo mudando sua forma de jogar para um estilo mais cadenciado, continuasse a ser decisivo para o Rubro-Negro.

Zico ainda viveria outro drama na carreira, desta vez na seleção. Em 1982, ele já havia tido a frustração da "tragédia de Sarriá" - a derrota por 3 a 2 para a Itália, que eliminou da Copa do Mundo uma equipe espetacular, que contava, além dele, com nomes como Falcão, Sócrates e Éder.

Mas em 1986, ainda sem estar em suas melhores condições físicas devido à lesão no ano anterior, uma nova oportunidade se abrira.

Apesar de não ter chegado às quartas de final com uma campanha tão destacada como a de quatro anos antes, a seleção novamente dirigida por Telê Santana voltava a se ver na rota da conquista do tetracampeonato. Quis o destino que em um equilibrado jogo contra a França, até então empatado em 1 a 1, o Brasil tivesse um pênalti a seu favor. E Zico, que havia acabado de entrar na partida e feito a jogada que originou a penalidade, fez a cobrança e a desperdiçou.

Muitos que o culpam pela eliminação do Brasil não se lembram, mas Zico voltou a bater um pênalti naquele jogo, desta vez nas cobranças após o tempo regulamentar, e converteu. A seleção perdeu na série decisiva por 4 a 3 - Sócrates e Júlio César desperdiçaram suas chances.

Zico atuou pelo Flamengo até 1989, quando se despediu do futebol em um amistoso contra o Fluminense em Juiz de Fora - uma goleada por 5 a 0, com direito a gol de falta do Galinho.

Após um parêntese de dois anos, em 1991 ele foi para o Japão, contratado pelo clube embrião do Kashima Antlers, onde fechou sua carreira em 1994 e também foi elevado à categoria de ídolo. Zico, já como treinador, chegou a dirigir o clube e a seleção japonesa, à qual levou à Copa do Mundo de 2006.

Em sua carreira como técnico, Zico comandou ainda Fenerbahçe (Turquia), Bunyodkor (Uzbequistão), CSKA (Rússia) e Olympiacos (Grécia), e mais recentemente a seleção iraquiana, a qual deixou no final do ano passado.

Em 18 anos com a camisa rubro-negra, o eterno craque disputou 703 partidas e marcou 509 gols, ganhou sete vezes o Campeonato Carioca, quatro vezes o Brasileirão, levantou uma Taça Libertadores e um Mundial Interclubes, entre outras muitas conquistas.

Esse histórico está resumido em uma camiseta que o clube lançou para festejar o aniversário do ídolo de "40 milhões de torcedores", segundo o Flamengo, que neste sábado inaugurou em sua sede uma estátua de Zico como testemunho de gratidão a sua lenda viva.

EFE   
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