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Ginástica

Com promessas de apoio, Zanetti desiste de competir por outro país

24 abr 2013 - 10h04
(atualizado às 11h31)
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<p>Arthur Zanetti conquistou o inédito ouro olímpico em Londres 2012</p>
Arthur Zanetti conquistou o inédito ouro olímpico em Londres 2012
Foto: Marcos Goto / Divulgação

Arthur Zanetti continuará a competir pelo Brasil. Foi o que o campeão olímpico garantiu nesta breve entrevista, pouco depois de receber do Panathlon Club São Paulo o prêmio de destaque esportivo de 2012. No último domingo, a TV Globo havia veiculado que a insatisfação do ginasta com a falta de estrutura para treinamentos em São Caetano do Sul poderia levá-lo a defender outro país.

O desabafo de Zanetti chamou a atenção de amigos e até de desconhecidos - alguns foram acalmados pelo próprio ginasta nas ruas do ABC paulista. A ameaça de naturalização também chegou aos ouvidos de quem ele queria. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) prometeu enviar os equipamentos necessários à preparação dos ginastas ao SERC/São Caetano do Sul, onde treina o campeão das argolas, e incumbiu o superintendente executivo Marcus Vinícius Freire de demovê-lo da ideia de deixar o Brasil.

Na noite de terça-feira, Zanetti recebeu outras promessas de apoio. Com o troféu de destaque de 2012 em mãos, vestido de terno e gravata (traje que lhe parecia tão desconfortável quanto a hipótese de mudar de país), ele se surpreendeu ao saber que o Sesi se interessou em ajudá-lo - o presidente Paulo Skaf teria se sensibilizado com a situação do atleta. Os pais do medalhista olímpico, Archimedes e Rosiane, a namorada Juliana e o técnico Marcos Goto, todos presentes na cerimônia realizada pelo Panathlon Club no salão grená do Clube Esperia, aplaudiram a iniciativa com entusiasmo.

Quer dizer que o Sesi estará ao seu lado a partir de agora?

Arthur Zanetti: Também fui pego de surpresa com essa notícia. Isso é bom. É mais um grupo de pessoas disposto a me ajudar a ficar no Brasil.

Mas já existe algum contato seu com o Sesi?

Zanetti: Ainda não. Fiquei sabendo agora mesmo. Vamos conversar para ver o que pode ser feito.

Esse é um indício de que o seu desabafo em rede nacional surtiu algum efeito?

Zanetti: É claro que surtiu. Ao menos o COB começou a pegar a aparelhagem de musculação e levar para o nosso ginásio, em São Caetano. Outros aparelhos, aqueles mais específicos de ginástica, também já estão sendo mandados para lá. As coisas estão melhorando.

Mas os seus patrocinadores ainda são os mesmos da época das Olimpíadas de 2012, certo?

Zanetti: A Sadia e a Caixa sempre me ajudaram. Não tenho o que reclamar deles. Estão do meu lado desde o início da minha trajetória, apoiando, e continuam assim. O importante é que o meu desabafo está surtindo algum efeito.

<p>Zanetti e seu técnico Marcos Goto recebem premiação em 2012</p>
Zanetti e seu técnico Marcos Goto recebem premiação em 2012
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Quando você voltou ao Brasil como campeão olímpico, tinha a ilusão de que as suas condições de trabalho melhorariam sensivelmente?

Zanetti: Achei, sim, que as coisas mudariam. Mas só estou começando a sentir a mudança agora, depois do que falei na televisão. Felizmente, o COB está ajudando, a Sadia e a Caixa seguem...

Então você continuará a competir pelo Brasil?

Zanetti: Para falar a verdade, eu nunca tinha parado para pensar sobre a chance de mudar de País. Só disse que, se tivesse alguma federação interessada, eu pensaria no assunto.

Alguma federação já demonstrou interesse na sua naturalização?

Zanetti: Jamais houve qualquer contato com alguém. Também não é só querer ir para outro país. Isso depende de um grupo de coisas. Mas estou dizendo: quero e muito provavelmente vou continuar a defender o Brasil.

A notícia deverá deixar muita gente aliviada. Como foi a repercussão das suas declarações? Você foi bastante interpelado nas ruas de São Caetano?

Zanetti: Demais. Várias pessoas estavam me parando nas ruas para perguntar, para saber mais sobre o meu caso, para contrapor... Mas só falei aquilo mesmo para dar uma desabafada. Tudo já está correndo como deveria. Com todos esses incentivos, com certeza ficarei no Brasil.

Receber o prêmio de destaque do ano, entregue pelo Panathlon, também te faz pensar assim?

Zanetti: O prêmio representa um grande reconhecimento ao meu trabalho. Fiquei muito feliz porque um clube como o Panathlon percebeu o esforço que o meu técnico, os meus parentes, os meus amigos e eu fizemos para ganhar a medalha. A homenagem representa demais para a minha carreira.

Sua carreira já tem uma medalha olímpica de ouro...

Zanetti: Que está bem guardada (risos). É um título inédito para o Brasil. Sempre sonhei com isso. Lutei muito para ter a conquista, contando com a ajuda de diversos profissionais. Graças a Deus, ganhei a medalha e estou recebendo agora esse prêmio do Panathlon.

Durante a premiação, brincaram que a sua próxima conquista seria um anel de noivado. Quando você vai se casar com a Juliana?

Zanetti: A gente está vendo... Acho que não dá para casar agora. Precisamos terminar a faculdade (o atleta cursa Educação Física) e ter uma casa primeiro. Só depois planejaremos casamento. Vamos com calma, pensando em subir na vida. Tudo acontece a seu tempo.

E os seus objetivos profissionais?

Zanetti: As maiores metas são levar uma equipe completa para os Jogos Olímpicos de 2016 e defender o meu título no Rio de Janeiro.

Competindo pelo Brasil?

Zanetti: Com certeza. Pelo Brasil.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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