Em 1ª competição pós-Londres, Zanetti vira estrela e faz bonito
31 ago2012 - 22h17
(atualizado às 22h46)
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João Paulo Di Medeiros
Direto de Goiânia
Goiânia está sediando o Campeonato Brasileiro de Ginástica Artística e Rítmica, evento que conta com a presença do medalhista de ouro Arthur Zanetti. Essa é a primeira competição do ginasta depois do feito em Londres. Agora como estrela, ele afirmou que entende o que se tornou para o esporte brasileiro, mas foca em novas conquistas.
Logo na primeira vez que voltou a competir, Arthur Zanetti repetiu a série que usou na final olímpica e que rendeu o ouro inédito para o Brasil. O ginasta fez o exercício com perfeição e conseguiu melhorar a sua saída ao cravar o movimento. "Fiz a mesma série que fiz em Londres, gostei do que fiz, gostei mesmo, ainda mais que o objetivo era cravar a saída e eu consegui isso", comemorou o ginasta.
Arthur era, sem dúvida, o atleta mais assediado pelos goianienses. A torcida que compareceu ao ginásio Goiânia Arena viu a execução perfeita do ginasta e não poupou aplausos. Zanetti disse que, nesse período entre a conquista do ouro e a primeira competição pós-Londres, teve que aprender a lidar com o assédio.
"Teve o assédio, mas ao mesmo tempo eu estava treinando e a gente estava sabendo dosar isso e foi necessário para vir para o Brasileiro e conseguir uma boa performance. Então, acho que deu para conciliar as duas coisas", explicou Zanetti.
Sereno, Arthur Zanetti sabe o que passou a representar para o esporte brasileiro depois de Londres. Até por isso o ginasta salientou a importância do Campeonato Brasileiro ser disputado em um centro que não está acostumado com a modalidade.
"Meu nome se tornou uma referência para a ginástica e isso é importante, pois acaba divulgando um pouquinho mais a ginástica para o Brasil. Não só eu, mas tem muita gente importante da ginástica brasileira aqui, e isso é importante ao trazer a divulgação para outros centros", frisou.
Concentrado no novo ciclo olímpico, Arthur Zanetti descartou participar do individual geral, quer seguir focando na prova das argolas e, se possível, se especializar em mais um ou dois aparelhos.
"Eu não pretendo disputar o individual geral, mas quero fazer mais um aparelho, as barras paralelas. Eu já faço o solo, o salto sobre o cavalo e as argolas, mas quero voltar a fazer as paralelas. É sempre pensando no melhor, em puxar a maior nota para a equipe", contou.
Arthur Zanetti volta a competir neste sábado, quando tentará o primeiro lugar nas argolas. Na competição por equipes, Zanetti foi o campeão com o Santa Maria nesta sexta-feira, ao derrotar o Flamengo (2º lugar) e o Pinheiros (3º lugar).
Arthur Zanetti chegou aos Jogos Olímpicos de Londres como a principal, e talvez única, esperança brasileira de uma medalha inédita na ginástica artística. Contudo, a medalha de ouro conquistada nas argolas não deixou de surpreender e emocionar o País
Foto: Getty Images
Quarto lugar na fase classificatória, Zanetti foi o último a se apresentar na final do aparelho. O primeiro atleta a competir foi o chinês Yibing Chen, campeão olímpico em 2008 e favorito ao bi. Chen conquistou 15.800 pontos, marca que não foi atingia pelos ginastas seguintes, até a apresentação do brasileiro, que fez uma passagem segura e convincente, conquistou 15.900 pontos e ficou com o ouro
Foto: AP
A boa notícia ficou pela 10ª colocação de Sergio Sazaki no individual geral, melhor colocação de um atleta do País da modalidade. Essa foi a segunda vez na história que um ginasta brasileiro competiu nos seis aparelhos em uma edição dos Jogos Olímpicos. Oito anos atrás, em Atenas, Mosiah Rodrigues representou o Brasil, mas foi apenas o 33º colocado, terminando fora da final
Foto: Reuters
Se Zanetti brilhou nas argolas e Sasaki fez história no individual geral, a equipe brasileira contou com algumas decepções nesta Olimpíada. A primeira delas foi Diego Hypólito, que caiu de barriga em sua apresentação no solo, repetiu a falha de Pequim (quando era favorito ao ouro) e ficou de fora da decisão da prova, que é sua especialidade
Foto: Reuters
Daniele Hypolito, irmã de Diego, também cometeu erros no solo e prejudicou a pontuação do time feminino, que disputou o torneio de equipes mas ficou de fora da final. Prejudicada pelas lesões de Adrian Gomes e Lais Souza, que foram cortadas, e pela não convocação de Jade Barbosa, que ficou de fora por problemas com a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), a equipe já chegou a Londres enfraquecida
Foto: Reuters
Vale ressaltar os aplausos do público a Daiane dos Santos, que, aos 28 anos, disputou sua última Olimpíada. Após competir em três Jogos, além de ter ido a Sydney 2000 como reserva. Em tom de brincadeira, a ginasta disse estar desempregada a partir de agora, mas frisou que sai com a "sensação do dever cumprido"
Foto: Getty Images
Protagonistas do quadro de medalhas dos Jogos, Estados Unidos e China dominaram as competições por equipes na ginástica artística. O time formado por Alexandra Raisman, Gabrielle Douglas, Jordyn Wieber, Kyla Ross e McKayla Maroney, que já havia se classificado em primeiro nas qualificatórias, somou 183.596 pontos e deixou Rússia e Romênia para trás
Foto: Getty Images
Os EUA foram campeões no feminino, enquanto o país asiático ficou com a medalha de ouro no masculino e liderou o quadro de medalhas da modalidade, com quatro de ouro, contra três do rival
Foto: Getty Images
Gabrielle Douglas virou destaque no mundo todo depois de se tornar a primeira negra a ganhar o ouro no individual geral da ginástica artística em toda a história dos Jogos Olímpicos. A americana, 16 anos, desde então, também virou assunto porque seu cabelo estaria feio durante as apresentações em Londres
Foto: AP
Na ginástica rítimica, a supremacia foi russa. Bicampeã olímpica e tricampeã mundial nos últimos três anos, Evgeniya Kanaeva conquistou a medalha de ouro no campeonato indivudal, seguida da compatriota Daria Dmitrieva. A seleção europeia também foi medalhista de ouro por equipes, superando, que ficaram em segundo e terceiro, respectivamente