PUBLICIDADE

Ginástica

Ginasta morta é enterrada em cerimônia com choro e homenagens

17 set 2012 - 18h28
(atualizado às 19h44)
Compartilhar
Acácio Rodrigues
Direto de Vila Velha (ES)

O velório da ginasta Eduarda Mello de Queiroz, que morreu na manhã do último domingo em um acidente na BR 262, foi marcado pela emoção de amigos e familiares da jovem, 17 anos. O sepultamento aconteceu em Vila Velha (ES), no final da tarde desta segunda-feira.

Eduarda foi vice-campeã brasileira de ginástica rítmica por equipes no início deste mês. O acidente que provocou a morte da jovem aconteceu quando ela voltava de uma casa noturna no município de Marechal Floriano. Com ela, estavam Natália Gaudio, que também é ginasta e foi bicampeã brasileira recentemente, e o amigo delas, Luiz Felipe Morozewsky.

Natália Gaudio esteve presente no velório e sepultamento de Eduarda Queiroz. Muito abalada, a jovem, que apresentava marcas do acidente, não quis falar com a imprensa. A presidente da Federação Capixaba de Ginástica Rítmica, Dalza Batista, falou sobre a perda de uma atleta cheia de potencial.

"A nossa perda foi não só de uma ginasta, mas também para as outras ginastas e técnicas. Foi um abalo muito grande. Vamos precisar de muito apoio para vencer essa batalha", lamentou a presidente da federação.

Dalza Batista também comentou sobre o apoio necessário à mãe de Eduarda, a ex-técnica da Seleção Brasileira de ginástica rítmica Mônika Queiroz. "A Mônica é uma grande ginasta, e ela envolve todo mundo na ginástica. E nós vamos precisar de muita força para ajudar na recuperação psicológica dela", afirma.

Muito abatida, Mônika Queiroz falou com a imprensa sobre a vida de Eduarda. Recordou o jeito de ser de uma jovem carinhosa, segundo ela. "Ela sempre esteve do lado da família, era uma criança muito doce. Sempre teve um senso de justiça. Ela nunca concordava se as coisas ficassem mal terminadas. Sempre se posicionava sobre aquilo", lembrou a mãe.

De acordo com Mônika, Eduarda sempre batalhou com as próprias pernas para conquistar seu espaço na ginástica rítmica. "Ela nunca se aproveitou do fato de eu ser treinadora da Seleção para conseguir as coisas da carreira dela. Isso foi o grande momento que ela passou desde pequena. Ela nunca usou disso para se vangloriar, algo que ela pudesse se beneficiar. Ela sempre falava que queria conquistar tudo com o trabalho dela", contou a ex-treinadora.

Pensando já em 2016, Dalza Batista falou sobre o cuidado que se deve ter com Natália Gaudio de agora em diante. "A Natália agora está muito abalada, mas se Deus quiser vamos vencer isso. Temos muita confiança nela para as Olimpíadas, e esperamos que ela possa superar essas barreiras. Foi uma fatalidade, ninguém teve culpa", reforçou.

Quem também esteve presente foi o secretário estadual de Esportes e Lazer do Espírito Santo, Vandinho Leite. O responsável pela pasta lamentou a perda de Eduarda, e frisou que não só o Espírito Santo, mas também o Brasil, perde uma excelente atleta.

Gostaria de me solidarizar com a família, principalmente com a mãe dela, a Mônika Queiroz. É uma perda muito grande para o Brasil, pois a Duda, como nós a conhecíamos, era uma atleta muito carinhosa, reconhecida dentro e fora da ginástica. Se dedicou muito pelo esporte, tendo se destacado principalmente por equipes", disse.

Mãe de Eduarda deixa mensagem sobre a consciência no trânsito
Mônika Queiroz não escondeu o abatimento pela perda da filha em um acidente automobilístico. Sabendo que Eduarda não usava o cinto de segurança, a ex-treinadora da Seleção Brasileira de ginástica rítmica deixou seu recado de conscientização.

"Um dia essa dor vai se transformar em saudade, isso é o que nós estamos buscando. Peço que os jovens cuidem de seus carros quando estiverem guiando, e que usem o cinto de segurança. Não quer dizer que se ela estivesse usando teria se salvado, pois todos nós temos uma trajetória aqui na terra. Não sabemos qual, mas temos. Porém muitas situações podem ser evitadas se soubermos se usarmos o cinto de segurança", alerta.

Motorista está em estado grave
Segundo o boletim médico desta segunda-feira, Luiz Felipe está em estado grave, porém, estável. O jovem encontra-se sedado, em assistência ventilatória mecânica, na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) de um hospital particular na região metropolitana de Vitória.

O acidente
A tragédia que ocasionou a morte de Eduarda Mello de Queiroz aconteceu na BR 262, próximo à Viana, quando a ginasta voltava de uma casa noturna no município de Marechal Floriano. O acidente aconteceu por volta das 6h (de Brasília) do último domingo. Quem dirigia o veículo era o amigo de Eduarda, Luiz Felipe Morozewsky. Ele e Eduarda estavam sem cinto de segurança, enquanto Natália Gaudio, que estava no banco do carona, usava o recurso de proteção.

De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal, o veículo teria perdido o controle quando Luiz Felipe tentava fazer uma curva. Chovia muito na hora do acidente, e o carro caiu de um barranco com cerca de 20 metros. Eduarda foi arremessada do carro enquanto ele capotava.

Familiares e amigos se despediram da ginasta nesta segunda-feira
Familiares e amigos se despediram da ginasta nesta segunda-feira
Foto: Acácio Rodrigues / Especial para Terra
Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade