Crianças reforçam torcida do Flamengo na Arena Pantanal
A criançada flamenguista marcou presença na fila quilométrica que se formou meia hora antes da abertura dos portões da Arena Pantanal, em Cuiabá (MT), para o jogo desta quarta-feira, entre Flamengo e Goiás, às 22h (de Brasília), pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Do lado de meninos e meninas uniformizados ficou claro que a pressão dos pais ajuda muito na perpetuação "da maior torcida do Brasil". "Quando a mãe dele fez ultrassom, a primeira coisa que apareceu foi o distintivo do Flamengo", brincou o assistente comercial Ariovaldo da Silva Carvalho, 42 anos, ao lado do filho Arthur, 9 anos. "Até a lembrancinha de recém-nascido já era do Flamengo".
O que fez Ariovaldo vestir para nunca mais tirar a camisa rubro-negra foi o futebol de Zico. Por causa dele, o filho leva esse nome. Tudo do Arthur é do Flamengo: garrafinha, prato e escova de dente. Assim vai se lembrar toda hora do time que torce. E a ideia é essa.
O quarto dos filhos do funcionário público Walterney da Silva, 35 anos, é pintado de vermelho e preto, com o símbolo, faixa, quadro e bandeira do clube carioca. Perguntado quem o influenciou e quem influencia o filho a torcer tanto assim, ele garante que "a pessoa já nasce com sangue rubro-negro" - e bate nas veias para provar o amor visceral.
Mas, por via das dúvidas, faz de tudo para manter a tradição. A família da mulher dele, Michele Ribeiro, 30 anos, também torce fervorosamente para o time. "A única "ovelha negra" é uma cunhada corintiana", reclamam.
O advogado Neri de Souza, 41 anos, ensina ao filho Leonardo, 11, o que aprendeu com o irmão mais velho dele, que há 13 anos morreu precocemente, aos 39, com uma infecção pulmonar. "Sempre que torço lembro do meu irmão, que era flamenguista fervoroso. Meu pai era Fluminense, mas não torcia como ele, então valeu mais quem influenciou com mais força".