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Governo aproveita vexame para mudar gestão do futebol

11 jul 2014 - 11h05
(atualizado às 12h45)
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O governo federal já deu amostras antes mesmo da Copa do Mundo de 2014 da sua insatisfação com o atual modelo do futebol brasileiro. No último dia 26 de maio, a presidente Dilma Rousseff se encontrou com o Bom Senso e articula no Congresso Nacional alterações na lei para melhorar a gestão dos clubes de futebol.

Conhecido como Proforte, a lei de responsabilidade fiscal do futebol, de autoria do deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), permite o refinanciamento da dívida fiscal dos clubes com a União por 25 anos, mas em troca exige uma gestão mais séria e punição a dirigentes e rebaixamento em caso do não pagamento de salários de atletas e tributos.

O texto original previa inclusive uma taxa de 10% sobre os lucros da CBF com a Seleção Brasileira, mas a entidade fez lobby para que vetassem esse trecho para desespero do deputado Romário (PSB-RJ). O texto já passou por uma Comissão da Câmara em maio e aguarda votações nos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para depois ser analisado pela presidente.

Com a humilhação diante da Alemanha, na última terça-feira, a expectativa é que os políticos aproveitem esse momento para tentar “dar a sua mãozinha” para a revitalização do futebol brasileiro.

A presidente Dilma Rousseff, em entrevista concedida à CNN, afirmou que o Brasil precisa mudar o seu modelo de negócio e tornar o futebol praticado no País mais rentável, evitando o êxodo de seus principais craques, alguns saem ainda adolescentes para a Europa.

Dilma sobre goleada: "meus pesadelos não chegaram a tanto":

"Eu queria dizer que o Brasil não pode mais continuar exportando jogador. Exportar jogador significa não ter a maior atração para os estádios ficarem cheios. Renovar o futebol brasileiro é perceber que um país, com essa paixão pelo futebol, tem todo o direito de ter seus jogadores aqui e não tê-los exportados", afirma Dilma.

Por sua vez, o ministro Aldo Rebelo esteve em um evento da Fifa, na última quinta-feira, no Maracanã, e reafirmou a sua intenção de tentar mudar a legislação, porém sem intervenção direta na “independente” CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

“Já manifestei mais de uma vez a opinião que o futebol brasileiro precisa de mudanças. A derrota para a Alemanha expõe ainda mais essa necessidade. Mesmo que não tivesse acontecido, deveríamos aproveitar a Copa como um grande esforço para elevar a qualidade da gestão dos clubes. Vários críticos e analistas já apontam que temos problemas que precisam ser enfrentados, pois somos fornecedores de matéria-prima e os europeus nos devolvem vendendo serviços de futebol”, disse.

Nesta sexta-feira, Aldo voltou a falar, mas para negar qualquer intenção de o governo fazer uma "intervenção" no futebol brasileiro, como foi divulgado por alguns meios de comunicação.

"O governo não pretende promover intervenção em entidades administrativas do esporte. O que o govenro pretende é recuperar a capacidade de fiscalizar o que há de interesse público e nacional na administração do esporte. Não pretende nomear dirigentes, nem intererir na escolas dos dirigentes e das instituições do esporte. Essa não é a função do governo", disse.

"Fiscalizar o interesse público e nacional na administração do futebol é promover medidas ou alterações na própria legislação. Por exemplo, clubes e instituições adotarem o que está sendo debatido no Congresso através do projeto que estabelece regras para pagamento de dívidas com contrapartida de clubes", completou.

Quem deve também se beneficiar com a intenção do governo em mudar a legislação é o Bom Senso FC. O grupo formado por atletas exige a mudança no calendário do futebol brasileiro e o fair-play financeiro dos clubes para pôr fim às dívidas salariais.

Fonte: Terra
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