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Aplaudido, Felipão chega ao Grêmio em clima de saudosismo

Ex-técnico da Seleção Brasileira diz ter passado dias de "sufoco" após a Copa: "nunca vou esquecer o resultado catastrófico do 7 a 1"

30 jul 2014 - 13h24
(atualizado às 13h30)
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<p>Felipão deu autógrafos em bandeiras do Grêmio e foi aplaudido por torcedores</p>
Felipão deu autógrafos em bandeiras do Grêmio e foi aplaudido por torcedores
Foto: Lucas Uebel/Grêmio / Divulgação

Mesmo garantindo que nunca se esquecerá da goleada de 7 a 1 aplicada pela Alemanha, Luiz Felipe Scolari parece disposto a virar a página após o vexame da Seleção Brasileira na Copa do Mundo. A receita para isso ficou clara nesta quarta-feira, em sua apresentação como novo técnico do Grêmio: cercar-se do carinho de amigos e abraçar-se às glórias do passado, 18 anos depois de deixar o clube com os títulos da Libertadores e do Campeonato Brasileiro.

Em uma entrevista coletiva marcada pelo bom humor e por seguidas referências ao passado vitorioso, Felipão teve a fala interrompida diversas vezes pelos aplausos de conselheiros e torcedores presentes no auditório da Arena do Grêmio. Uma das mais efusivas demonstrações de apoio ao técnico ocorreu logo após Felipão citar o insucesso com a Seleção Brasileira. “O que eu nunca vou esquecer é o resultado catastrófico do 7 a 1. Mas isso não muda em nada a minha maneira de trabalhar. Pode ter reflexo dentro da imagem que algumas pessoas fazem do meu trabalho. Mas eu não estou nem aí para discutir mais dados porque não vale a pena”, afirmou Scolari.

Queixando-se do massacre de parte da imprensa após a eliminação na Copa do Mundo, Felipão afirmou que não pretendia voltar a trabalhar tão cedo, mas que um pedido de Fábio Koff, presidente do Grêmio com quem já havia trabalhado nas décadas de 80 e 90, o sensibilizou. “Por isso, quando o senhor (Fábio Koff) falou ontem (terça-feira) e a gente conversou e almoçou, e no final eu que paguei o almoço, foi por esse sentimento que eu tenho, essa situação diferente na minha vida. Desde que comecei, devo muito a todos os clubes que passei, os jogadores com os quais eu convivi, mas no Grêmio é diferente. Foram duas oportunidades e nas duas tivemos um relacionamento maravilhoso”, completou, referindo-se às passagens em 1987 e entre 1993 a 1996 pelo clube. “Todo mundo sabe que sou gremista, que tenho simpatia pelo Grêmio, que passei por aqui e sempre considerei minha casa. O único convite que eu aceitaria e o único time para o qual voltaria seria o Grêmio.”

Apesar de dizer já ter “assimilado” a derrota na Seleção, Scolari assegura que “continua o mesmo”. “O Grêmio vai receber a personalidade do Felipão de 67, quando eu comecei a jogar no Aimoré. Eu não mudei nada, sou a mesma pessoa. Eu tive dificuldade em um jogo, e fui execrado por 90% das pessoas. E eu digo não o torcedor, mas pessoas ligadas ao futebol, que trabalham na imprensa. Eu tenho saúde, 19 títulos na carreira. Por um resultado vou botar tudo fora? Já passei esses quase 20 dias no sufoco, e eles já foram bem assimilados”, disse o técnico, novamente interrompido por aplausos.

Estreia no Gre-Nal

Apresentado nesta quarta-feira, Felipão não deve comandar a casamata tricolor na partida diante do Vitória, a ser realizada no próximo sábado, já que não haverá tempo hábil para ajustar a equipe. A função será exercida por André Jardine, que assumiu interinamente após a demissão de Enderson Moreira. Após resolver pendências familiares, Felipão iniciaria os trabalhos apenas na próxima segunda-feira, fazendo sua partida de estreia justamente contra o maior rival, no clássico Gre-Nal de 10 de agosto.

Felipão rebate críticos e recebe aplausos em coletiva:

Questionado sobre a importância de estrear em um clássico, Felipão desconversou. “Em 1987 e em 1993, quando o doutor Fábio me chamou para trabalhar no Grêmio, sempre foi no meio do campeonato. Eu e o Murtosa tínhamos a ideia de começar apenas em janeiro, mas depois pensei: se antes já entrei no meio do campeonato, por que seria diferente agora? Nós temos duas competições para disputar até o final do ano, o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. Nós temos plenas condições de chegar bem e conquistar os títulos”, disse Scolari.

Tempo de contrato ainda é uma incógnita

Ao longo de toda a entrevista coletiva, Luiz Felipe Scolari fez questão de afirmar que a possibilidade de trabalhar novamente com Fábio Koff foi determinante para convencê-lo a retornar ao Grêmio. No entanto, como o mandato do presidente do Grêmio se encerra ao final deste ano, o técnico foi questionado sobre a duração de seu contrato com o tricolor gaúcho. Apesar de ser evasivo em suas respostas, Felipão transpareceu fazer planos a longo prazo.

“Nós sabemos o tempo (de contrato) que foi combinado. Não precisamos de contrato para fazer o que sempre fizemos. Se vai ser por seis meses, um ano, dois anos, cinco anos, não importa”, afirmou Felipão, que negou que tenha exigido que Koff concorra à reeleição para fechar o acordo. “Como eu, simples funcionário, vou chegar para o presidente do Grêmio e pedir para ele ficar? Em primeiro lugar, tem um conselho que decide isso, e depois tem o torcedor do Grêmio. Ele sabe que é ele quem eu gostaria que permanecesse. É por ele que eu estou aqui. Pelo que o doutor Fábio me contou, ele consultou membros do conselho e todas as respostas foram unânimes de apoio. Independente do tempo que for contratar, nós estamos juntos. Eu sou Grêmio, independente de qualquer coisa”, declarou.

Fonte: Terra
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