Inauguração da Arena tem show de luzes e "avalanche" para gols históricos

Luzes, fogos, coreografias, projeções. A inauguração da Arena do Grêmio teve, na noite deste sábado, toda a apoteose prevista em grandes espetáculos. Mas o diferencial não estava no roteiro: a geral do tricolor comemorou os gols históricos do time como se tivessem acontecido hoje, dia 8 de dezembro de 2012. A cada vez que a bola tocava a rede em vídeos transmitidos pelos telões do estádio, os torcedores faziam a tradicional “avalanche” – chama-se assim o movimento de comemoração da torcida, que desce rapidamente os degraus da arquibancada.

A “avalanche” foi uma das polêmicas antes da inauguração da Arena do Grêmio. A Polícia Militar gaúcha proibiu a tradição gremista e foram instalados gradis na arquibancada para evitar a descida abrupta dos torcedores. Os gremistas não se intimidaram e conseguiram realizar o movimento parcial na Arena, uma meia-avalanche, para vibrar com os gols que levaram o Grêmio a levantar taças em sua história.

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Nos telões, foram transmitidos jogos decisivos das Copas do Brasil de 1989, 1994, 1997 e 2001, as Libertadores de 1983 e 1995, além do gol de Renato Gaúcho no Mundial de 1983, que garantiu a taça ao clube gaúcho. Os gremistas comemoraram até mesmo o gol de Ronaldinho, desafeto da torcida, no Campeonato Brasileiro de 1996. A homenagem não deixou de lembrar a Batalha dos Aflitos, jogo contra o Náutico que decidiu a ascensão do Grêmio para a série A do Campeonato Brasileiro em 2005, quando o time tinha quatro jogadores expulsos.

Foi a torcida também que protagonizou outro momento emocionante da cerimônia: o presidente do Grêmio, Paulo Odone, foi ovacionado como ídolo do clube. “Eu não tenho direito de pipocar de emoção”, disse, emocionado. “Se esse templo sagrado fosse fruto de um sonho, desejo e fantasia, seria algo extraordinário. Quando esse sonho foi assumido pela massa transformou esse sonho numa realidade. Ela fez isso”, afirmou o presidente, devolvendo a homenagem.

“Digam lá fora que esse clube tem uma torcida capaz de ver isso pronto em dois anos”, afirmou Odone. Apesar de considerada a primeira arena multiuso da América Latina, o estádio gremista não será palco da Copa das Confederações de 2013, nem da Copa do Mundo de 2014.

Show

Diante de milhares de flashs de câmeras fotográficas vindas da arquibancada, uma contagem regressiva projetada em balões no centro do campo dava início, por volta das 20h45, à inauguração da Arena do Grêmio. Fogos de artifício foram disparados do topo da cobertura do estádio, enquanto os telões de alta-definição mostravam a imagem aérea da festa.

Em seguida, o telão mostrou o pianista Ivan Lins tocando o hino do Grêmio no piano. A imagem corta para um grupo de artistas gaúchos, entre eles Humberto Gessinger, do Engenheiros do Havaii, e o acordeonista Renato Borghetti continuando a execução do tema composto por Lupicínio Rodrigues.

Borghettinho, como é conhecido o músico no Rio Grande do Sul, foi ao centro da Arena tocar o Hino Rio-Grandense junto da banda marcial dos fuzileiros navais. A torcida formou um coro gigante, mostrando que a acústica da Arena formará um ambiente nada receptivo para os times visitantes. O espetáculo também foi animado pelo Blue Man Group, trio de homens azuis que tocam tambores iluminados.

A referência a tradições gaúchas também foram apresentadas pro dançarinos que executaram a Chula, espécie de sapateado gaúcho executado apenas por homens. Dançarinos também executaram coreografias com placas, nas quais foram projetados os símbolos do Grêmio e da OAS.

Outra atração em campo foram as presenças de ídolos tricolores, entre eles Danrlei, Arce, Baidek, Anchieta, Roger, Theco, Carlos Michel, Tarcíso, Jardel, Hugo De Leon, Emerson, Adilson e Milton Kuele, que jogou a última partida da Baixada, primeiro estádio do Grêmio, e a primeira do Olímpico, casa recém-aposentada do clube.