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Para igualar rival Grêmio, Inter coloca novo sonho em campo

18 ago 2010 - 10h36
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Diego Garcia

"Tanto Inter quanto Grêmio já ganharam Campeonato Brasileiro, Gaúcho, Mundial e Copa do Brasil, mas o Grêmio tem ainda uma Copa Libertadores da América a mais que o Inter. E agora pode acontecer de o Inter empatar, e isso ia ser muito ruim para a torcida do Grêmio". Dessa forma o goleiro Danrlei, eterno ídolo do time tricolor, definiu o sentimento que vai tomar conta do torcedor gremista nesta quarta-feira, quando o Inter encara o Chivas, no Beira-Rio, às 21h50 (de Brasília).

Com a possibilidade de o Inter igualar o número de títulos de Libertadores do Grêmio e apimentar ainda mais a rivalidade Gre-Nal, o Terra conversou de forma exclusiva com ídolos da história dos dois clubes para saber qual o sentimento que toma conta dos torcedores na véspera de um acontecimento tão importante. Confira abaixo um pouco mais sobre a maior rivalidade do Sul do Brasil, que pode ganhar um novo capítulo nesta quarta.

A Era Grêmio:

Historicamente, o Inter era superior ao Grêmio em número de conquistas até o fim dos anos 70. Com três brasileiros e alguns estaduais a mais que o rival no currículo, o time colorado tinha como grande trunfo seu maior acervo de títulos, que juntamente ao retrospecto amplamente positivo no clássico davam ao clube do Beira-Rio muitos motivos para comemorar. Mas a soberania do Inter começou a mudar a partir dos anos 80.

A equipe tricolor montou um verdadeiro esquadrão e começou a se destacar no cenário nacional e internacional. Primeiro, venceu o Brasileiro de 81. Dois anos depois, conquistou a América e, posteriormente, o mundo. "Ficou o orgulho por ser o primeiro clube do Rio Grande do Sul a ser campeão da América e do mundo", disse o ex-camisa 1 gremista Mazaropi, que também participou do bi continental em 1995 como preparador de goleiros.

A partir daí, de nada mais importavam os títulos estaduais a menos que o rival, ou o menor número de conquistas do Campeonato Brasileiro. Para a torcida gremista, o troféu da Libertadores - que viria de novo em 1995 - era o suprassumo que o Inter não possuia.

"A Libertadores era o título que o Inter não tinha e nós tinhamos. O gremista sempre teve isso, essa conquista que tinha a mais que o maior rival", declarou Danrlei, protagonista da segunda conquista continental do clube.

A equipe do Olímpico continuou se mostrando copeira nos anos seguintes, com o tetra da Copa do Brasil, o bi brasileiro, a Recopa Sul-Americana de 1996 e grandes campanhas na Libertadores. A torcida colorada, por sua vez, viveu anos de tristeza e um verdadeiro jejum de grandes conquistas, justamente no período que contrastou com o sucesso gremista.

Entre os anos 80 e 90, de significativo no mundo colorado apenas a Copa do Brasil de 1992. Mas os dias de sarro gremista estavam contados.

A Era Inter:

Após escapar do rebaixamento no Brasileiro de 1999, o Inter começou a se reerguer e renasceu. Primeiro, veio a conquista do tetra gaúcho, que desempatou o número de conquistas estaduais com o arquirrival. Depois, quase veio o tetra brasileiro em 2005, mas no ano marcado pelo escândalo de arbitragem o Inter ficou com o vice (Corinthians foi o campeão). Enquanto isso, o Grêmio vivia seu calvário particular na Série B, conquistada de maneira épica.

A partir daí, o clube do Beira-Rio ganhou muitas das competições que disputou. A consagração maior viria em 2006, com a conquista da Copa Libertadores pela primeira vez e o título mundial obtido de forma heroica, contra o poderoso Barcelona do "gremista" Ronaldinho.

Depois, veio a Recopa Sul-Americana (2007) e, posteriormente, a Copa Sul-Americana (2008) e a Copa Suruga (2009), que davam à sala de troféus colorada prêmios que o Grêmio jamais conquistou.

Agora em 2010, tudo que a torcida gremista menos quer pode enfim acontecer: o Inter ser bi da Libertadores e igualar o rival no número de conquistas do torneio.

"Claro que o torcedor não gostaria que o Inter ganhasse hoje, não é bom para o Grêmio isso, a torcida está chateada", definiu Danrlei. "O sentimento é de tristeza, mas é o futebol. Só que nós vencemos primeiro...", cutucou Mazaropi.

"Com o título do Inter, quem vai ganhar é o futebol gaúcho e o futebol brasileiro. Claro que tem a rivalidade, mas penso comigo que a gente, nessa hora, não pode pensar em rivalidade. O que interessa para o torcedor do Inter é ser campeão da Libertadores, até porque o Grêmio foi bi e o Inter venceu apenas uma vez. Mas o Grêmio nunca foi octacampeão gaúcho, nunca foi campeão brasileiro invicto...", brincou Valdomiro, ídolo da história do Inter e carrasco do histórico arquirrival nos anos 70.

"Ah, mesmo assim, se juntar Copa do Brasil e Brasileiro fica dois a mais para o Grêmio (6 a 4), ainda estamos em vantagem e isso está a nosso favor. Mas se eles ganharem, nós vamos ter que ir lá e ganhar a Libertadores de novo, para ficarmos mais uma vez na frente", retrucou Danrlei, que cansou de disputar Gre-Nais com a camisa azul.

A discussão dos ídolos comprova que, nesta noite, o Rio Grande do Sul novamente se dividirá entre azul e vermelho e colidirá com os desejos opostos de suas duas maiores torcidas.

O Inter pode fazer história e ser bicampeão da Libertadores, como o rival Grêmio
O Inter pode fazer história e ser bicampeão da Libertadores, como o rival Grêmio
Foto: AFP
Fonte: Especial para Terra
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