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Racismo ou brincadeira? Termo "macacada" divide gremistas

14 mar 2014 - 16h40
(atualizado às 16h43)
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Os recentes casos de racismo contra os meio-campistas Tinga (Cruzeiro, em jogo no Peru) e Arouca (Santos, em partida em Mogi Mirim-SP) e contra o árbitro Márcio Chagas no Rio Grande do Sul têm causado muita repercussão sobre o preconceito no futebol e gerado discussão até sobre cantos racistas entoados pelas torcidas. Tanto que nesta semana gremistas pediram em vídeo publicado na internet que a torcida do Internacional não fosse mais chamada de “macacada”.

<p>Torcedor do Grêmio provoca Inter com camiseta em partida contra Newell's; termo "macacada", porém, não foi escutado nas arquibancadas da Arena</p>
Torcedor do Grêmio provoca Inter com camiseta em partida contra Newell's; termo "macacada", porém, não foi escutado nas arquibancadas da Arena
Foto: AFP

Na noite de quinta-feira, o Terra acompanhou a partida do Grêmio contra o Newell’s Old Boys, da Argentina, pela Libertadores, em Porto Alegre, e questionou sobre o uso do termo para se referir aos torcedores colorados. As opiniões foram divididas.

O pedido provocou protestos de alguns torcedores. Por outro lado, muita gente manifestou apoio nas redes sociais, principalmente depois de os tricolores não terem cantado a canção “macacada imunda” na noite de quinta, conforme observou o blog El Aguante. 

Veja o que disseram os torcedores gremistas entrevistados na Arena antes da partida pela Libertadores:

Marcelo Baur, 31 anos, administrador

Acho que não tem nada a ver. Acho que tudo não passa de uma brincadeira, a própria torcida colorada tem cantos se auto-intitulando macacos. Acho que está virando exagero, estão passando dos limites, pegando casos isolados, casos que a gente não concorda (de racismo). Eu, representante da torcida gremista, a gente não concorda, mas acaba aparecendo que algumas situações são exageradas.

André Machado, 35, analista de tecnologia da informação

Acho que essa questão da macacada é uma questão cultural da torcida. Não é de agora. E acho que não tem nada de conotação racista, e sim uma questão cultural de grito de guerra. Até os colorados já se rotulam assim, há um tempo atrás tinha até um gorila no meio da torcida do Inter. Então, claro, a gente é totalmente contra o racismo, mas a questão da rivalidade é mais uma questão cultural do que um termo racista.

Eneder Tomdim, 49 anos, comerciante

Acho que racismo não deve existir em lugar nenhum, ainda mais quando se refere a um adversário do nosso Estado mesmo, seja o  Inter ou qualquer time de qualquer pais. É uma brincadeira. Pelo certo, deveria ser respeitado. Pelo politicamente correto, não deveria existir.

Jetson Ramirere, 32 anos, assistente administrativo

Eu acho que eles (os colorados) se intitularam como macacada há um tempo atrás em função de chamar o próprio estádio de planeta dos macacos. Não que eu concorde com isso, mas é uma coisa que possa ter vindo deles também, não só da torcida do Grêmio, uma coisa casada. Eles também têm uma parcela de culpa nisso que é chamado por eles de racismo, mas não é uma coisa só da Geral do Grêmio ou só do Grêmio. Não é uma coisa tipo:  “vamos chamar eles de macacos porque vão se ofender”.

Vítima de racismo, Tinga é homenageado em jogo do Cruzeiro:
Robson Galhardi, 57 anos, funcionário público

Isso aí tem que ser uma brincadeira,. Futebol não pode ser levado a sério.

Adriane Rost, 46 anos, analista judiciária 

Sei que as pessoas que falam não são racistas, falam por brincadeira, porque já é histórico, é só brincadeira, mas eu não gosto de ouvir, acho chato. Tem colorado branco, negro. Acho que é por conta do mascote ser o saci, mas acho que não tem uma conotação assim (racista). Só que acho feito quando falam macacada. Acho agressivo e não gosto muito desses termos. Acho difícil xingarem de outra coisa, porque já virou histórico, mas para mim soa mal.

Veja fotos de Grêmio x Newell's Old Boys

Fonte: Terra
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