Reserva e com apoio da torcida, Zé Roberto diz: "nunca vivi isso"
O meia Zé Roberto vive uma situação no mínimo constrangedora no Grêmio. Indicado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, o meio-campista chegou em julho de 2012 e em um curto espaço de tempo conquistou a exigente torcida tricolor. Aos 39 anos e vestindo a camisa 10, o veterano logo se tornou o maestro da equipe.
Em 2013, com o contrato renovado por mais uma temporada, Zé Roberto chegou a ser cogitado para retornar à Seleção Brasileira, mas acabou ficando de fora das convocações de Luiz Felipe Scolari.
Atualmente, porém, a situação é diferente. A história de Zé Roberto no Grêmio começa a ganhar um rumo diferente quando a direção trocou Luxemburgo por Renato Gaúcho. Desde então, o camisa 10 passou de titular a alternativa no banco de reservas, algo que até hoje o torcedor gremista busca explicação.
Em entrevista exclusiva para o Terra, o camisa 10 falou sobre o atual momento no Grêmio e sobre o futuro - que pode ou não ser no time gaúcho.
Terra - Como você se sente atualmente no Grêmio? Em pouco tempo deixou de ser titular absoluto e virou alternativa no banco de reservas. Você se sente frustrado?
Zé Roberto -
Frustração de forma alguma, muito pelo contrário. Eu continuo é com muito prestígio aqui no Grêmio. A maior prova disto foi a reação dos torcedores (alguns gremistas vaiaram a substituição do meia por Renato no último jogo, contra o Vasco), que sabem da minha identificação com o clube e isto nada vai apagar. Quando se tem uma identificação como esta, isto só faz com que eu continue lutando pelo seu espaço.
Terra - Por que você acabou perdendo espaço com o Renato Gaúcho?
Zé Roberto -
Infelizmente eu tive uma lesão que acabou me prejudicando, e como futebol é dinâmico, o Renato acabou mudando esquema e deu certo. O time buscou uma colocação muito privilegiada que é se manter no G-4 e foi ganhando. Hoje, de vez em quando eu vou tendo oportunidades e procuro aproveitar. No jogo contra o Atlético-PR (volta da semifinal da Copa do Brasil), a oportunidade que eu recebi foi um pouco diferente, eu não vinha sendo aproveitado, aí me faltou ritmo de jogo, mas contra o Vasco já foi um pouco melhor.
Terra - O seu contrato acaba no final deste ano, mas tem uma cláusula que garante renovação automática em caso de classificação para a Copa Libertadores. O que você projeta para a próxima temporada?
Zé Roberto -
Os meus planos para 2014 continuam os mesmos. Tenho um contrato com o Grêmio e uma cláusula em que, conseguindo a vaga para Libertadores, a renovação é automática de mais seis meses. Estou focado aqui e não penso nada mais além disto, em buscar esta vaga para a Libertadores do ano que vem.
Terra - É verdade que você e o Renato Gaúcho discutiram e por isso você acabou perdendo espaço?
Zé Roberto -
Não. Nenhum atrito. Não tive nenhuma desavença com o Renato. Somente respeito em saber lidar com uma situação em que a opção é do treinador em escolher sistema e jogadores, então a gente tem que permanecer focado e entender. Eu sempre respeitei as suas opções. Desavença, atrito ou briga eu nunca tive com o Renato e espero não ter, até porque isto não faz parte da minha filosofia de trabalhar e da minha história de vida.
Terra - Você já viveu algo parecido na carreira, a torcida querendo você no time, o estádio todo gritando o seu nome, pedindo a sua entrada?
Zé Roberto -
Não. Pela primeira vez estou vivendo esta situação, e isto para mim vai ficar marcado. A única coisa que eu tenho que fazer é retribuir este carinho honrando a camisa do Grêmio e fazendo aquilo que eu mais gosto que é jogar futebol. Sou muito feliz por ter esta identificação em um tempo tão curto em um clube, e isto só me motiva cada vez mais em estar trabalhando em busca dos meus objetivos.