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"Sou o mesmo de 1967"; veja frases de Felipão no Grêmio

30 jul 2014 - 12h48
(atualizado às 12h49)
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Felipão rebate críticos e recebe aplausos em coletiva:

Apresentado nesta quarta-feira como novo treinador do Grêmio, Luiz Felipe Scolari assegurou que os resultados ruins nas duas últimas partidas da Copa do Mundo com a Seleção Brasileira não vão influenciar sua maneira de trabalhar. O técnico disse que "ainda é o mesmo de 1967", ano em que começou como jogador, e que as derrotas recentes para Alemanha (7 a 1) e Holanda (3 a 0) não podem se sobrepor a uma carreira vitoriosa.

"O torcedor do Grêmio terá a personalidade, a figura, a maneira de ser do Felipão de 1967, quando começou a jogar pelo Aimoré. Não mudei nada, sou a mesma pessoa, os meus amigos sabem disso. De um mês para cá, é o Felipão que teve uma dificuldade em um determinado jogo, e que a partir dali passou a ser execrado por 90% de pessoas. E que teve que passar três semanas ouvindo, pensando e raciocinando, mas que em determinado momento dos últimos sete ou oito dias disse: 'não é isso'", disse o treinador.

"O que temos aqui em Porto Alegre e o que o Grêmio vai ter é o Felipão com toda a alegria e a vontade que sempre teve. Não vou separar nada, sou o mesmo de 1967, não tem como separar tudo aquilo que fiz de bom por causa de um jogo. Está tudo errado? Não tem nada de errado, de diferente, vou continuar sendo o mesmo treinador, a mesma pessoa. Não tem nada de mudança, terra arrasada. Eu tenho saúde, eu tenho 19 títulos, será que um resultado vai botar tudo fora? Não. Aqueles 15 dias que passei no sufoco já foram bem assimilados, não tem nada mais", continuou.

Felipão também falou sobre a emoção de voltar ao Grêmio após 18 anos, os desafios que o time tricolor terá nesta temporada, a influência da família em sua decisão e das coincidências entre suas passagens anteriores pelo clube. Confira as melhores frases da entrevista a seguir:

Jejum de títulos do Grêmio

"Eu discordo só um pouco de tantos anos (sem títulos) no Grêmio, porque eu tenho na memória que é só nos últimos quatro anos que o Grêmio não tem um título. Em 2010 foi campeão gaúcho, não foi? Mas para um clube da estatura e dimensão do Grêmio, todo mundo não aceita. Não só eu, mas minha equipe de trabalho tem condições de almejar e conquistar os títulos que o Grêmio necessita. Tem jogadores, tem boa qualidade. Tenho visto alguns jogos. Se nós tivermos um trabalho em sequência, com bom discernimento de todo nosso grupo, não vejo por que não almejar e não idealizar títulos a partir de agora".

Marcado pelos 7 a 1

"(A goleada para a Alemanha) Pode ter reflexo dentro da imagem que algumas pessoas podem ter do resultado final da Copa do Mundo. Na ideia geral que eu tenho do trabalho, não. Se me perguntarem o que vai ficar marcado, o que nunca vou esquecer, é o resultado catastrófico que foi o jogo dos 7 a 1. Sei disso, mas só acho que os resultados gerais não dizem ou não dão a oportunidade que algumas pessoas usaram para se manifestar de uma forma muito pejorativa sobre tudo que fiz até hoje. Mas também não estou nem aí para discutir sobre isso, porque não vale a pena".

Felipão chega ao Grêmio e promete lutar por títulos:
Gremista de coração

"Todo mundo sabe que sou gremista, que tenho simpatia pelo Grêmio, que passei por aqui e sempre considerei minha casa. O único convite que eu aceitaria e o único time para o qual voltaria seria o Grêmio. Por isso quando o senhor (Fábio Koff, presidente do Grêmio) falou ontem e a gente conversou e almoçou, e no final eu que paguei o almoço, foi por esse sentimento que eu tenho, essa situação diferente na minha vida. Desde que comecei, devo muito a todos os clubes em que passei, os jogadores com os quais eu convivi, mas no Grêmio é diferente. Foram duas oportunidades, e nas duas tivemos um relacionamento maravilhoso".

Apoio da família e viagem desmarcada

"Quando o doutor Fábio (Koff) ligou no sábado a noite, e no domingo para reiterar novamente o convite, eu disse que a ideia não era essa, mas primeiro iria consultar as minhas bases. Você sabe que minhas bases sempre são Olga (mulher), Fabrício e Leonardo (filhos). A concordância da família é o melhor que a gente pode ter. Eu e a Olga tínhamos viagem marcada para o início de setembro para Portugal, e pronto, provavelmente agora a Olga vai sozinha. Quando você está casado há 40 anos com a mesma mulher, sabe como é... Tem que dar umas pequenas voltas para que ela entenda sua necessidade".

Atenção especial para Barcos

"Acho que, à medida em que formos tomando conhecimento do perfil, das características, da personalidade dos jogadores, vamos nos identificando muito bem, como sempre fizemos. Naturalmente que o Barcos tem uma situação diferente, porque quem o contratou e fez a indicação para o Palmeiras fui eu, então temos um pouco mais de amizade. Mas tem alguns jogadores que já trabalharam comigo como é do caso do Edinho, que acredito que seja um dos mais velhos. Mas essas identificações poderão também acontecer com os jogadores mais novos, à medida em que vamos passando alguma coisa que vivenciamos dentro do Grêmio ou outros clubes".

Felipão usa bordão de Luxemburgo e manda recado ao treinador:
Brincadeira com Luxemburgo

"Temos duas competições, Brasileiro e Copa do Brasil, que são competições em que a gente tem condições ainda de chegar muito bem. Uma não entramos, a outra estamos no meio, em uma situação razoável. Foi isso que me fez voltar, uma ideia e um plano de trabalho, uma situação... Não ia falar essa palavra, mas um projeto (risos). Todo mundo brinca com o Vanderlei (Luxemburgo) por causa do projeto, mas é um projeto com que a gente se identifica. Estava usando a palavra 'plano', mas o Vanderlei vai me emprestar a palavra 'projeto'".

Coincidências com o passado

"Fiz uma análise: em 1987 quando vim para o Grêmio, vim no meio do campeonato. O Grêmio jogou com o Juventude no campo do Caxias, o Juventude ganhou naquela oportunidade, e recebi o convite para dirigir o Grêmio. Eu estava no Juventude, e falei: 'deixa eu conversar com o meu presidente'. Ele disse: 'é o seu futuro, sua alegria'. Ele me liberou e vim para o Grêmio. O que aconteceu em 1987? Ganhamos o Gaúcho, que era o que tinha para disputar naquela oportunidade.

Em 93 também cheguei no meio do campeonato, tinha voltado do Kuwait. O doutor Fábio falou: 'preciso de ti'. Falei que era difícil, não conhecia os jogadores, mas decidi: 'vamos embora'. Se já fiz isso em 87 e 93, por que não posso voltar no meio do campeonato? Uma das coisas que mais imaginávamos era que começássemos um trabalho em janeiro. Mas o doutor Fábio disse: 'Felipe, por favor, pensa um pouquinho, só pensa'. Isso me fez aceitar novamente".

Torcida para que Koff siga na presidência

"Como eu, um simples funcionário, vou dizer: 'só vou se você for presidente'?. Tem um conselho, uma torcida por trás. Tem que entender que, se o doutor Fábio achar que tem que permanecer, tem que ter a ciência de todo mundo dentro do Grêmio, do conselho. Não sou eu quem vou dizer isso a ele. Ele também sabe o que tem enfrentado, o que pode enfrentar, algumas dificuldades, a gente não sabe. Tomara que o doutor Fábio permaneça, mas se não permanecer, com quem quer que seja, estarei no meu time, na minha casa. Não sou eu a influenciar neste momento".

Fonte: Terra
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