Advogada acusa presidente do Guarani de coagir revelação: "covardia"
Além de não viver bom momento dentro de campo, a situação do Guarani é ainda pior fora das quatro linhas. Uma audiência sobre o "Caso Eduardo" está marcada para essa quinta-feira, em Campinas, mas a polêmica está longe de acabar. Representando o meio-campista na ação contra o clube, a advogada Gislaine Nunes acusou o presidente Álvaro Negrão de ter coagido o volante de apenas 17 anos.
O assunto veio à tona na semana passada, quando o ex-presidente Marcelo Mingone foi acusado pelo advogado do Guarani, Filipe Souza, de ter aliciado e se passado por tio de Eduardo. Depois, a imprensa teve acesso a um Boletim de Ocorrência registrado contra Álvaro Negrão e o técnico Branco, no qual o jogador disse ter sido ameaçado por ambos a ficar sem jogar caso não assinasse contrato com o empresário Nenê Zini.
Conhecida no futebol por defender a maioria dos jogadores nas ações contra clubes, Gislaine Nunes se mostrou inconformada com toda a polêmica, principalmente por estar relacionada a um menor de idade, classificado a atitude de Álvaro Negrão como um "ato de covardia e criminoso". A audiência desta quinta-feira servirá apenas para as duas partes se defenderam das acusações, mas o julgamento deve durar, pelo menos, um mês.
"O menino é menor de idade, estava desacompanhado de seus responsáveis e foi obrigado a assinar um contrato. Isso é um ato de covardia e também um ato criminoso. Você coagiu um menor, levou-o à força... Ele (Álvaro Negrão) responderia a um crime. Amanhã (quinta-feira) vou saber a que ponto nós chegamos e até onde posso chegar, mas não vou deixar isso impune, pois não quero que volte a acontecer", afirmou a advogada Gislaine Nunes à Rádio Bandeirantes de Campinas.
A advogada declarou que já oficiou um pedido junto ao Ministério Público do Trabalho de Campinas, a vara da Infância e Juventude, além de outras entidades que fiscalizam o direito do jogador, para ver se isso não acontece também com outros atletas da base do Guarani. Gislaine Nunes disse ter "provas cabais" que confirmam a coação dos dirigentes bugrinos em relação a Eduardo.
Ao Terra, o presidente Álvaro Negrão preferiu não entrar em polêmica com a advogada sobre a acusação de ter coagido Eduardo e disse ter provas de que o empresário Hugo Ardison é sócio de Marcelo Mingone e está envolvido nas negociações envolvendo não só o volante, como também os outros jogadores das categorias de base do clube.
"Nós temos provas de quem está representando o jogador, que é o Hugo (Ardison, empresário), que não pode nem ser empresário, pois não é agente Fifa e nem advogado. É sócio do Mingone e tem porcentagem em praticamente todos os jogadores da base. São essas provas que temos. Ela (Gislaine Nunes) está falando porque todo mundo pode falar o que quiser. Nós não vamos falar, vamos provar com documentos que vão falar quem está do lado certo ou errado da história", afirmou Negrão.
A polêmica deve durar pelo menos um mês até que o julgamento final seja realizado. Enquanto isso, Eduardo não irá se reapresentar ao Guarani para realizar os trabalhos com o restante do elenco, conforme antecipou Gislaine Nunes. A advogada está tentando a rescisão de contrato do volante com o clube campineiro.