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Álvaro Negrão não paga elenco do Guarani e entrega o cargo

3 set 2014 - 20h46
(atualizado às 20h57)
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<p>Álvaro Negrão (à dir) e Felipe Ramos Roselli renunciaram na noite desta quarta-feira</p>
Álvaro Negrão (à dir) e Felipe Ramos Roselli renunciaram na noite desta quarta-feira
Foto: Guarani FC / Divulgação

A crise foi instalada de vez no Brinco de Ouro da Princesa na noite desta quarta-feira. Depois de deixar os jogadores esperando por mais de quatro horas e não pagar a outra metade dos salários referente ao mês de junho, Álvaro Negrão entregou a carta renunciando ao cargo de presidente do Guarani. Junto a ele, deixam o clube outros três membros que compunham o Conselho Administrativo: Felipe Roselli, Adriano Hintze e Maria Cristina Orlando Siqueira.

Os únicos membros do Conselho Administrativo que não renunciaram ao cargo foram Gustavo Tavares e Luiz Antônio Carreira Torres. Caso eles deixem o clube nos próximos dias, quem assume interinamente a presidência do Guarani é o presidente do Conselho Deliberativo, Paulo Souza.

Pressionado pela oposição, principalmente depois de ter se ausentado durante duas semanas para realizar uma viagem familiar aos Estados Unidos, Álvaro Negrão retornou na última segunda-feira e sua renúncia era aguardada durante a reunião do Conselho Deliberativo, realizada na terça. Como isso não aconteceu, todos esperavam que o mandatário continuasse, pelo menos, até o fim da Série C do Campeonato Brasileiro. Por isso, a saída de Negrão nesta quarta pegou todos de surpresa.

E a saída do presidente deixa a situação ainda mais preocupante em relação ao futuro bugrino na Série C. Isso porque Álvaro Negrão não pagou a outra metade do mês de junho conforme havia prometido na semana passada e existe a possibilidade dos jogadores entrarem em greve, conforme havia antecipado o meia Fumagalli. Além disso, o técnico Vágner Benazzi deixou claro que, caso o elenco não recebesse o dinheiro, ele pediria para sair do clube.

Na última sexta, os jogadores receberam cheques assinados por Álvaro Negrão e o pedido para depositarem apenas nesta quarta. No entanto, nas primeiras horas do dia, o mandatário marcou de encontrá-los às 16 horas no Brinco de Ouro e prometeu pagá-los em dinheiro. Conforme havia sido combinado, o elenco se dirigiu ao vestiário aguardando o pagamento, mas Álvaro Negrão não deu as caras no estádio. Por volta das 19h30, o meia Fumagalli, ídolo da torcida e um dos principais líderes do grupo, deixou o Brinco e pediu para não falar com a imprensa.

Álvaro Negrão e os outros membros do Conselho Administrativo citaram a briga política que existe no Guarani como o principal motivo de suas renúncias. Ao longo da carta, o presidente também lamenta não ter cumprido com o combinado em relação ao pagamento dos jogadores.

"...Envolvidos em uma interminável briga política, ora motivada pelo desejo do poder, ora motivada pelo desejo de representar interesses que em nada se alinham aos do clube, entendemos que neste momento a melhor decisão a tomar é apresentar nosso pedido de renúncia imediata e em caráter irrevogável para que outros grupos de torcedores, afinal, todos somos apenas isso, meros torcedores, possam, detentores de maior estrutura, alinhamentos de parcerias e peso político junto a sociedade de modo geral, empreender ao Guarani a gestão profissional tão necessária... Apenas lamentando não termos conseguido antes de tomar esta decisão, cumprir com o pagamento que assumimos que minimizariam esta situação...", dizia uma parte da carta de renúncia.

Álvaro Negrão assumiu a presidência em dezembro de 2012 depois de Marcelo Mingone ter renunciado ao cargo e acabou sendo reeleito ao ganhar a eleição, realizada em março deste ano, de Horley Senna, que foi seu vice no primeiro mandato. A gestão iria até 2017.

A situação política é um dos principais problemas do Guarani. Antes de Mingone ter renunciado ao cargo em 2012, Leonel Martins de Oliveira, no fim de novembro de 2011, teve seu mandato cassado pelos sócios. E, com essas péssimas administrações, o clube só vê a dívida - gira em torno de R$ 225 milhões - aumentar. Isso também reflete diretamente dentro de campo, com os seguidos rebaixamentos.

Fonte: Terra
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