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Elenco do Guarani pede, e diretoria acaba com Índio Caboclo

15 ago 2014 - 13h23
(atualizado às 14h21)
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O símbolo do Índio Caboclo no uniforme estava incomodando alguns jogadores
O símbolo do Índio Caboclo no uniforme estava incomodando alguns jogadores
Foto: André Regi Esmeriz - Especial para o Terra

Salários atrasados, cheques sem fundos e baixo aproveitamento na Série C do Campeonato Brasileiro. Além disso tudo, a religião também movimentou os bastidores do Brinco de Ouro da Princesa nos últimos dias. Incomodados com a imagem do Índio Caboclo colocado nos uniformes ainda antes da Copa do Mundo, alguns jogadores pediram para que o símbolo fosse retirado das camisas e também dos vestiários do estádio.

Apesar de ser considerado um protetor do clube desde a inauguração do Brinco de Ouro, o Índio Caboclo ganhou mais em notoriedade em 1977, quando sua imagem foi pintada na calçada, em frente ao portão principal do estádio. No ano seguinte, o Guarani conquistou o Campeonato Brasileiro. E, para os espíritas, isso tem ligação direta com o símbolo adotado pelo alviverde de Campinas.

O Índio Caboclo, porém, estava esquecido até maio deste ano, mas bastou uma vitória sobre o Macaé, por 1 a 0, pela terceira rodada da Série C, para ele ser lembrado. Espírita, o presidente Álvaro Negrão disse que havia falado sobre o assunto dias antes do resultado positivo, que acabou com um jejum de 71 dias sem vitórias. Depois disso, a imagem em frente ao estádio foi reforçada, além de ter sido colocada nos uniformes e no vestiário.

A atitude de Álvaro Negrão deixou alguns jogadores, que não são espíritas, chateados. O assunto, porém, foi tratado internamente apenas na última quinta-feira. Antes do treinamento pela manhã, o elenco se reunião com a comissão técnica e pediu que as imagens fossem retiradas dos uniformes e também dos vestiários. O pedido foi acatado e o símbolo já não será mais visto neste sábado, quando o Guarani enfrenta o Madureira, no Rio de Janeiro.

"Cada um tem sua religião e todo mundo tem que se respeitar. Eu sou católico, mas não tenho nada contra outras religiões. Para mim, (o Índio Caboclo) não incomodava, para outros incomodava. O pessoal de outras religiões ficou meio desconfiado com o índio e resolvemos falar para a diretoria tirar. Todo mundo aceitou, a diretoria aceitou. Mas isso não pode ser usado como desculpa pelos resultados negativos. Futebol é dentro de campo", afirmou o experiente meia Fumagalli.

Na reunião da última quinta-feira, Evaristo Piza levou dois amigos pastores - um deles é Marcos Grava, presidente dos Atletas de Cristo - para falar com os jogadores. Durante a conversa, os convidados procuraram passar confiança ao elenco neste momento delicado em que se encontra o Guarani no Brasileiro.

"Hoje (quinta-feira) trouxe dois amigos que são pastores para conversar, tranquilizar e passar confiança neste momento. Muitas vezes o jogador fica pensando: o que está acontecendo? Por que a bola não entra? Nessas horas é bom uma palavra de foa para tranquilizar. Independente da fé ou crença, eles (pastores) falaram em nome de Jesus Cristo", explicou Evaristo Piza, que, para evitar maiores polêmicas, conversou com o elenco antes de convidar os pastores.

Sem o Índio Caboclo na camisa e com a fé reforçada, o Guarani entra em campo neste sábado, contra o Madureira, fora de casa, pela 11ª rodada da Série C. Sem vencer há quatro jogos - três empates e uma derrota -, o time é apenas o oitavo colocado, com 11 pontos, correndo risco de entrar na zona de rebaixamento em caso de novo tropeço.

Fonte: Terra
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