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Guarani agoniza, mas não acabou: é grande até na Copa SP

16 jan 2015 - 15h12
(atualizado às 21h08)
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A última vez que os torcedores do Guarani foram em peso para São Paulo era por uma razão muito especial: em 2012, o time fazia a final do Campeonato Paulista contra o Santos, no Morumbi, com milhares de campineiros nas arquibancadas. Desde então, foram vários fracassos: três anos depois, está na terceira divisão nacional e na segunda paulista, podendo até perder o estádio por causa de dívidas. A grandeza do time, que já foi campeão brasileiro e semifinalista da Libertadores, contudo, continua nas arquibancadas.

Em plena quinta-feira à tarde, centenas de torcedores campineiros foram até a cidade de São Paulo, distante quase 100 km de Campinas, ver o time alviverde jogar o primeiro mata-mata da Copa São Paulo, contra o Goiás, no Estádio Nicolau Alayon, casa do Nacional-SP. Coisa de time grande. 

<p>Torcida do Guarani acompanha jogo sob sol forte</p>
Torcida do Guarani acompanha jogo sob sol forte
Foto: Gabriel Francisco Ribeiro / Terra

A parte coberta do acanhado estádio estava abarrotada de torcedores, em sua maioria com camisa verde – do time campineiro, vale lembrar, já que o adversário também tem a cor como predominante em seu uniforme. Três organizadas vieram de Campinas, com faixas no alambrado para acompanhar a partida. Mas o destaque era para a maioria de torcedores comuns, que vestiam o uniforme bugrino com orgulho e espalhavam as bandeiras pelo estádio. Nem parecia que a equipe está na atual lamentável situação, após anos de administrações ruins.

Os torcedores do time campineiro, é bem verdade, mostravam-se desconfiados e ressabiados com o time. A expressão de dúvida era nítida na cara de cada um, que tentava frear a empolgação - que poderia virar desilusão - com a campanha do time no mais tradicional torneio de base do Brasil. Gritos na arquibancada? Só quando o Guarani esboçava uma pressão digna de render otimismo aos torcedores.

O maior exemplo da resistência do fanatismo pelos times do interior, que ainda está presente em equipes como Inter de Limeira, São Bento, XV de Piracicaba, São José, Taubaté, Rio Branco, entre muitas outras como o rival do Guarani em Campinas, pode ser expresso por um simples garoto que não sai do alambrado durante toda a partida. Miguel, 12 anos, é categórico: “não me interesso por times do exterior e da capital”, diz, apesar do pai ser são-paulino.

“Foi por causa do meu irmão, que sempre torceu para o Guarani, que passei a torcer para o time. Quando vimos que o jogo era no Nicolau Alayon, nem pensamos duas vezes: ‘vamos’”, conta o jovem, baixinho, bastante falante, mas com voz calma, cabelos bem pretos em formato tigelinha. “Fomos no primeiro jogo da final contra o Santos, no Morumbi. Descemos no Butantã e pegamos dois ônibus, depois andamos muito”, recorda, com a expressão facial em claro êxtase com a recordação.

O momento de maior emoção no Nicolau Alayon ocorreu no segundo tempo. Um grupo de seis torcedores puxa o hino do clube na área coberta do estádio. Todos seguem, em uníssono. “Avante, avante meu Bugre...” e “na vitória ou na derrota, hoje e sempre Guarani” são as frases que ecoam com mais força. Em um dos primeiros degraus da arquibancada, o garoto Miguel era o mais animado: na hora do “Hoje e Sempre Guarani”, ficava em pé e bradava as palavras com orgulho.

Em campo, não deu para o Guarani, como tem se tornado tradicional nos últimos anos: 1 a 0 para o Goiás. A partida foi marcada por confusões: após o gol do time goiano, o treinador bugrino invadiu o campo para partir para cima do árbitro e só foi contido pela Polícia Militar, da mesma forma que os jogadores campineiros no fim da partida. Nas arquibancadas, Miguel foi embora resignado, assim como as outras centenas de torcedores. Mas a esperança de um futuro melhor não saiu de seu rosto. 

Copinha: veja o gol de Goiás 1 x 0 Guarani:
Fonte: Terra
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