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Em novo "quase", Holanda dá adeus à sua 4ª geração perdida

12 jul 2014 - 08h58
(atualizado às 09h10)
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Cruyff sofre pênalti na final de 1974: o grande time holandês parou em dois vices para os donos da casa
Cruyff sofre pênalti na final de 1974: o grande time holandês parou em dois vices para os donos da casa
Foto: Getty Images

Desde que a Holanda surpreendeu o mundo pela primeira vez nos anos 1970 com o Futebol Total, a seleção consolidou o estigma de sempre produzir bons times e nunca ser campeã. Gerações e gerações de excelentes jogadores passaram pelas Copas do Mundo com a camisa laranja, muitas vezes protagonizando jogos épicos, mas sempre ficando pelo caminho em algum momento. E neste sábado, contra o Brasil, é provável que mais uma leva de estrelas se despeça da principal competição do planeta após mais um "quase".

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Arjen Robben, Wesley Sneijder e Robin van Persie, os três grandes nomes da seleção holandesa nas últimas temporadas, estão todos com 30 anos. Dificilmente chegarão à Copa de 2018, pelo menos não no mesmo nível de hoje. A eliminação nos pênaltis para a Argentina na semifinal marcou o fim do sonho holandês de conquistar o Mundial para a quarta grande geração do futebol do país. Agora, o Terra relembra todas elas.

Geração Cruyff-Neeskens: dois vices

A Holanda não era nada no futebol mundial até a década de 70. Foi ali que os times do país começaram a dominar o futebol europeu, com títulos consecutivos do Feyenoord (1970) e do Ajax (1971, 1972 e 1973), que já havia sido vice em 1969. Mesmo assim, o desempenho da Holanda na Copa de 1974 foi uma surpresa para o mundo. O Futebol Total desenvolvido pelo técnico Rinus Michels e que tinha nos craques Cruyff e Neeskens seus principais expoentes em campo levou a Holanda até a final de forma devastadora, mas o time-sensação perdeu para outro esquadrão, a anfitriã Alemanha Ocidental.

Com conceitos bastante inovadores para a época, como marcação pressão no campo adversário, linha defensiva adiantada, trocas constantes de posição e o capitão Cruyff como falso centroavante, pensava-se que a Holanda viria para ficar. Mas Cruyff decidiu não jogar a Copa de 1978 depois de sofrer uma tentativa de sequestro em Barcelona, e o time já não tinha a mesma fluidez de quatro anos atrás. Ainda assim, com valores como Neeskens, Haan, Krol, Rep e Rensenbrink, a Holanda novamente chegou à final – e novamente perdeu para os donos da casa, desta vez a Argentina.

Geração Van Basten-Gullit: uma Euro e um vexame

Gullit no empate com o Egito em 1990: craque jogou a Copa prejudicado por lesões
Gullit no empate com o Egito em 1990: craque jogou a Copa prejudicado por lesões
Foto: Getty Images

Depois de ficar de fora das Copas do Mundo de 1982 e 1986, a Holanda voltou a ter uma grande geração no final da década e conquistou o único título de sua história: a Eurocopa de 1988. Liderada por craques do quilate de Marco van Basten, Ruud Gullit e Frank Rijkaard, a equipe jogou um futebol bonito e eficiente, conseguindo algo que nem a geração de Cruyff alcançou – na Euro 76, mesmo com todas as suas estrelas, os holandeses caíram na semifinal para a Checoslováquia.

Na Copa do Mundo de 1990, porém, o fiasco foi grande. Uma das grandes favoritas ao título, a Holanda só passou da primeira fase em terceiro do grupo, depois de perder um sorteio com a Irlanda, que também teve três empates na chave. E nas oitavas de final, derrota para a eventual campeã Alemanha Ocidental por 2 a 1. Gullit já estava baleado pelas lesões, Van Basten não marcou um único gol e Rijkaard apareceu mais por cuspir duas vezes no alemão Rudi Völler no jogo da eliminação.

Geração Bergkamp-De Boer: duas quedas para o Brasil

Bergkamp em 1998: um golaço contra a Argentina, mas outra derrota diante do Brasil
Bergkamp em 1998: um golaço contra a Argentina, mas outra derrota diante do Brasil
Foto: Getty Images

Na Copa de 1994, Gullit já havia deixado a seleção, e Van Basten perdido sua luta precoce com as lesões. Rijkaard ainda permanecia, mas novos talentos estavam surgindo para liderar a seleção: principalmente o genial atacante Dennis Bergkamp, além dos irmãos Frank e Ronald de Boer. Com outros grandes valores no time, como Ronald Koeman e Marc Overmars, a Holanda chegou às quartas de final, mas caiu para o eventual campeão Brasil em um jogo épico, perdendo por 3 a 2 graças ao gol de falta de Branco.

No Mundial seguinte, em 1998, Bergkamp era novamente o astro holandês, e os irmãos De Boer ainda eram titulares. Vista por muitos como a melhor seleção daquela Copa, a equipe tinha ainda Kluivert, Seedorf, Davids e Cocu, entre outros grandes nomes do futebol do país. De novo, porém, o algoz foi o Brasil, desta vez na semifinal: após empate por 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação, Taffarel foi o herói ao defender os pênaltis de Cocu e Ronald de Boer.

Geração Robben-Van Persie: um vice e uma semi

A Holanda surpreendentemente ficou de fora da Copa de 2002 quando as brigas internas destruíram o time de Louis van Gaal nas Eliminatórias. Já em 2006, os jovens Robben, Van Persie e Sneijder eram parte integrante da seleção que caiu nas oitavas de final para Portugal em um dos jogos mais violentos da história dos Mundiais. Mas foi em 2010, com o trio já experiente e consagrado no futebol europeu, que a Holanda ficou novamente a um passo de conquistar a glória que nunca veio – Casillas parou Robben na prorrogação, e Iniesta marcou o gol que daria à Espanha, e não aos holandeses, a primeira Copa de sua história.

Van Persie, Robben e Sneijder antes da final de 2010: última grande geração holandesa se despede na Copa do Brasil
Van Persie, Robben e Sneijder antes da final de 2010: última grande geração holandesa se despede na Copa do Brasil
Foto: Getty Images

O jogo holandês em 2010 já não era aquele ao qual o mundo se acostumou em décadas anteriores – menos ofensivo, mais preocupado com a marcação e muito mais violento. Mas o estilo pragmático e a identidade das estrelas não mudariam para a Copa de 2014. Novamente, Robben, Van Persie e Sneijder comandaram a seleção até as fases decisivas, mesclando vitórias convincentes, como os 5 a 1 sobre a Espanha, com atuações sonolentas, como o 0 a 0 com a Argentina na semifinal. De novo, os pênaltis foram o fim da linha um degrau antes da decisão. Resta a essa geração, agora, jogar pelo terceiro lugar diante de um igualmente desiludido Brasil.

Fonte: Terra
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