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Ídolo de Medina, Slater tem insônia para escrever prefácio

24 jul 2015 - 08h11
(atualizado em 3/8/2015 às 16h53)
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Onze vezes campeão mundial de surfe, o legendário Kelly Slater perdeu o sono por causa de Gabriel Medina. A insônia, porém, não ocorreu devido às disputas dentro do mar, mas sim porque o norte-americano de 43 anos foi pego de surpresa ao receber a incumbência de escrever o prefácio do livro que relata a trajetória do brasileiro na modalidade.

Na tarde da última quinta-feira, em São Paulo, Gabriel Medina lançou livro que leva seu nome. Escrito pelo jornalista Tulio Brandão, a obra conta a história do paulista de Maresias no surfe até a conquista do Mundial, em dezembro do ano passado.

Em entrevista coletiva, o atual campeão do mundo não escondeu o orgulho de ter o prefácio de seu livro escrito por seu grande ídolo, Kelly Slater, que acordou no meio da madrugada para homenagear o amigo de profissão.

"É estranho ver o seu ídolo escrevendo sobre você, porque é um caro que eu admiro bastante e é uma lenda do esporte, foi 11 vezes campeão mundial. A gente sempre se vê durante as etapas, sempre conversamos, somos bons amigos. Quando escreveu o prefácio, ele disse que levantou às 3 horas da manhã, foi dormir e levantou às 3 horas da manhã e não conseguia dormir, porque tinha isso na cabeça. Ele escreveu até às 4h30 e até agradeceu por fazer parte do livro", contou Medina, que assim como Slater foi campeão mundial pela primeira vez com apenas 20 anos de idade.

"Eu sou fã, eu acho isso muito estranho, mas é um cara que eu admiro bastante e o que ele escreveu sobre mim foi fantástico. Vindo do meu ídolo é muito emocionante. Ele até relembrou alguns resultados que eu já tinha esquecido, algumas coisas que eu não lembrava e que ele já tinha reparado em mim. Achei muito louco", vibrou o brasileiro.

Na 15ª colocação do Mundial deste ano e 17.050 pontos atrás do líder e compatriota Adriano de Souza, Medina confirmou que o bicampeonato ficou muito distante por estar vivendo "uma má fase que todo esportista passa", embora esteja treinando e se esforçando do mesmo modo feito nas temporadas anteriores.

Foi justamente após vencer o ídolo Kelly Slater que Medina ergueu seu último troféu de etapa, nas ondas perfeitas de Teahupoo, Taiti, em 2014. Praticamente um ano depois, o surfista de Maresias voltará ao local, onde tentará retomar a boa fase.

"Teahupoo é uma etapa que eu gosto muito. No ano passado eu ganhei em uma final contra o Kelly, tinha altas ondas. É uma onde que encaixa com meu surfe, uma onda pra esquerda, tubular e eu estou bem ansioso, confiante e quero sim ter um bom resultado lá", analisou o surfista de Maresias.

Medo de tubarão

Sobre o quase fatal episódio envolvendo o australiano Mick Fanning, tricampeão mundial, e o tubarão durante a final da etapa sul-africana do Mundial, em Jeffreys Bay, Gabriel contou que aparições do animal não são tão raras durante as competições.

Segundo o brasileiro, voltar a J-Bay não seria o ideal, mas, caso a etapa permaneça dentro do calendário, medidas devem ser tomadas pela Liga Mundial de Surfe (WSL, na sigla em inglês) para garantir a segurança de todos os surfistas.

"A gente sabe que tem tubarão no mar, ainda mais nesses lugares, como em Jeffreys Bay, tem uma etapa da Austrália (Margaret River) que tem bastante tubarão, mas a gente nunca acredita que ele vá aparecer pra você, mas eu morro de medo de tubarão. É difícil surfar nesses lugares que já têm um histórico de ataques", revelou Medina.

"Se continuar em J-Bay, a gente vai continuar indo, nós temos que cumprir os eventos da WSL, mas se continuar mesmo provavelmente eles vão colocar mais segurança, enfim, vão tentar fazer alguma coisa para deixar a gente mais seguro", encerrou o pupilo de Charles Serrano.

Após o ataque, a WSL anunciou estar estudando medidas para evitar novos sustos durante o Mundial, como o uso de uma pulseira, que colocada em um dos pés dos surfistas, serviria como repelente de tubarões.

A sétima das 11 etapas do Circuito Mundial de Surfe (WCT) será realizada em Teahupoo, no Taiti, entre os dias 14 e 25 de agosto. Nas ondas perfeitas e pesadas, Gabriel Medina defenderá o título do evento.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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