Ao redor do Beira-Rio, torcedores confiam em vitória magra do Inter

Guilherme Mergen

Direto de Porto Alegre

Apesar de o Inter ter vencido as duas últimas partidas contra o Chivas com pelo menos dois gols de diferença - uma por 2 a 0 e outra por 4 a 0, ambas em 2008 -, os colorados demonstraram no início da noite desta quarta-feira cautela ao arriscar um placar para o conflito contra o time mexicano, a partir das 21h50, em Guadalajara, pela final da Libertadores. Concentrados ao redor do estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, na tentativa de garantir ingressos para o jogo de volta, os torcedores colorados apostaram em uma tímida vitória gaúcha, com apenas um gol de diferença.

Há mais de duas horas na fila por ingresso, o garçom Marcelo Franco, 43 anos, apostava em uma vitória de 2 a 1 a favor do Inter, com gols de Alecsandro e Taison. No entanto, acredita em um jogo difícil. "Mesmo se essa vitória se confirmar, ainda temos muito jogo pela frente aqui em Porto Alegre. Acho que o confronto da final deverá repetir a mesma dificuldade que o contra o São Paulo, com a mesma pegada em camopo, apesar de achar a equipe paulista melhor que o Chivas", disse Marcelo. "Jogo decisivo é sempre jogo decisivo, independentemente do adversário."

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A cautela de Franco se repetiu nas declarações do vigilante Emerson Silva Dávila. Na fila com outras 100 pessoas para comprar ingressos à partida no Beira-Rio, ele disse que sua expectativa para o confronto da noite é de vitória gaúcha, porém com um placar apertado de 1 a 0 e gol marcado no segundo tempo. "Precisamos entender que, mesmo com a vitória lá (no México), não temos nada garantido. O título virá aqui no Beira- Rio", afirmou o torcedor colorado.

Revolta

Com o fim dos ingressos para o segundo jogo entre Inter e Chivas, marcado para a próxima quarta-feira, em Porto Alegre, centenas de associados do clube colorado que aguardavam em uma fila no pátio do Beira-Rio se revoltaram. Com gritos - alguns disseram que o time "trata o sócio como bandido" -, torcedores protestavam contra a impossibilidade de assistir ao confronto de dentro do estádio. Para evitar princípio de tumulto, o Inter acionou reforço da Polícia Militar gaúcha. No entanto, nenhuma confusão foi registrada.

Sem ingresso, o sócio colorado Eduardo Canto Machado, 38 anos, organizou uma lista de espera com o nome dos torcedores que estavam na fila. De acordo com ele, a ideia é acionar o clube e tentar fazer com que, caso a bilheteria seja reaberta, os primeiros contemplados sejam os sócios quer aguardavam na tarde desta quarta-feira. "Estamos pegando o nome das carteirinhas de todos, na tentativa de negociar essa possibilidade com a direção colorada", disse.

A venda de ingressos à partida final da Libertadores durou menos de 2h. Em 1h30, segundo a direção colorada, as 12 mil entradas à disposição haviam sido comercializadas - todas por internet, televendas e portal de voz. No meio da tarde, o acesso foi tão intenso que os sistemas de atendimento trancaram. Quando fluiu outra vez, os ingressos logo se esgotaram.