Beira-Rio é tormento para o Palmeiras há 17 anos; veja tabu

Extremamente ameaçado pelo terceiro rebaixamento de sua gloriosa história, o Palmeiras terá, no próximo sábado, às 19h30 (de Brasília), o seu próximo (e penúltimo) desafio na luta contra mais um vexame no Campeonato Brasileiro. Será neste dia e horário que o time alviverde enfrentará o forte Internacional, em Porto Alegre, pela 37ª rodada da competição nacional. O jogo será crucial para as pretensões palmeirenses no campeonato. Até mesmo um empate (combinado a um triunfo do Vitória sobre o Flamengo, também no sábado) pode fazer com que os comandados de Dorival Junior disputem a derradeira partida da Série A, diante do Atlético-PR, dentro da temida zona do descenso à segunda divisão nacional.

E se o jogo diante de um time que está no G-4 já seria, por si só, muito duro para o Palmeiras, outro fator aumentará ainda mais as dificuldades que os paulistas deverão encontrar no próximo final de semana. E ele tem nome e sobrenome: Estádio Beira-Rio. Completamente reformado para a disputa da Copa do Mundo, o local ainda não recebeu o time de Palestra Itália desde a sua reabertura. Contudo, quando o fez antes de ser remodelado, quase sempre deu alegrias ao torcedor colorado e tristezas aos fãs alviverdes. Isto não é uma mera especulação. São os números que provam a sua veracidade.

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De 1971 (ano em que o Campeonato Brasileiro começou a ser disputado) para cá, o Palmeiras pegou o avião e desembarcou no Beira-Rio para jogar uma partida da competição nacional em 26 oportunidades. E sabe em quantas delas saiu vencedor? Em apenas duas. Elas aconteceram em 1994 (0x2) e em 1997 (0x1). Isto significa que o time alviverde não triunfa na casa colorada há incríveis 17 anos. Neste período, as equipes se enfrentaram no estádio colorado em 11 oportunidades, e o Inter se saiu vencedor em oito delas (os empates ocorreram em 2006, 2010 e 2011). Abrindo o leque e contabilizando todos os 26 jogos de Série A entre os times no Beira-Rio, a superioridade gaúcha se confirmou em 17 deles (com sete empates). O domínio é absurdo.

Não bastasse isto, o Palmeiras ainda tem péssimas recordações quando vai ao estádio do Inter e está ameaçado pelo rebaixamento. Em 2012, ano da última degola alviverde, por exemplo, o então time comandado por Gilson Kleina visitou o Beira-Rio ostentando uma animadora sequência de duas vitórias sobre Bahia e Cruzeiro, mas caiu para os gaúchos por 2 a 1. Esta derrota, contudo, não foi como qualquer outra. Ela foi traumática. Primeiro, porque o Palmeiras saiu na frente com Luan - e, então, perdeu de virada. Depois, porque Hernán Barcos chegou a empatar o confronto no segundo tempo, mas teve o gol anulado por ter balançado as redes com um toque de mão. O árbitro Francisco Carlos Nascimento validaria o lance, mas, depois de um papo com o delegado da partida, anotou a falta. O fato tirou o Palmeiras do eixo.

Gol anulado de Barcos no Beira-Rio afundou o Palmeiras em 2012 (Roberto Vinicius/Futra Press)

Os atletas se revoltaram durante e depois da partida e até insinuaram a existência de um complô pelo rebaixamento do time alviverde. O clube foi ao tribunal pedir a suspensão do confronto – alegando interferência externa na arbitragem -, mas o julgamento confirmou a legalidade do fato e a derrota paulista por 9 votos a 0. Este conjunto de fatores enfraqueceu ainda mais o já frágil Palmeiras de 2012. De lá até o fim do campeonato, cinco jogos foram disputados, e o time de Palestra Itália não venceu nenhum. Quando se fala do rebaixamento de duas temporadas atrás, então, há um capítulo especial para o duelo realizado no Beira-Rio. É exatamente isto o que os jogadores alviverdes querem evitar em 2014. Mas vai ser difícil, muito difícil...