Irmãos-parceiros superam brigas e falta de romantismo no gelo
- Mariana Lanza
- Direto de Vancouver
Brigas entre irmãos são comuns, mas os atletas de dança no gelo não encaram isso como empecilho para formarem pares em família. Pelo contrário. Só nos Jogos Olímpicos de Inverno, em Vancouver, quatro das 23 duplas da modalidade são de irmãos.
Representante de Israel pela segunda vez em Olimpíada ao lado de Alexandra Zaretsky, 22 anos, Roman aponta apenas uma desvantagem em ter a irmã como parceira de dança: na hora de interpretar um casal apaixonado.
"É muito difícil mostrar romantismo, porque somos irmãos. Eu até planejo na minha cabeça, procuro pensar em outras coisas que são românticas, mas não transparece. Não importa o quanto eu tente. Por outro lado, nos conhecemos tão bem que às vezes conversamos por telepatia", diz o patinador. Nos Jogos de Turim (2006), eles ficaram na 22ª colocação.
Os possíveis atritos, que também poderiam ser vistos como um problema, são tirados de letra pelos competidores. "Brigamos como dois irmãos, parceiros ou outras pessoas normais que convivem muito tempo, estão sempre juntas. Começamos a ficar cansados e, obviamente, brigamos. Mas, como patinamos juntos, temos que nos entender rápido para voltarmos ao trabalho", afirma Alexandra.
Os japoneses Cathy e Chris Reed compartilham da mesma opinião. Segundo eles, as brigas entre irmãos são resolvidas com mais facilidade do que com estranhos. "Nos conhecemos muito bem e sabemos quando o outro pode se sair melhor. Sempre que brigamos é por causa da patinação, porque queremos fazer o melhor", diz a patinadora, 22 anos. "Só que temos que olhar um para a cara do outro e então decidimos logo", acrescenta o rapaz, 20 anos.
Outra vantangem, segundo a alemã Christina Beier, 25 anos, é a proximidade entre a dupla. "É bom porque estamos em família, não temos problemas para nos organizar, moramos juntos. Não é muito complicado porque estamos juntos o tempo todo", afirma a parceira de William Beir, 27 anos. No Campeonato Mundial de 2006, eles alcançaram o 13º lugar.
Apesar dos puxões de orelha, os irmãos olímpicos da dança no gelo se mostram satisfeitos com as parcerias em família. "Atualmente, é muito comum ter irmãos patinando juntos. A vantagem é que a aparência é semelhante e competimos todos juntos", diz Cathy, cuja irmã mais nova, Allison, representa a Geórgia com Otar Japaridze na mesma modalidade.
"Não danço com a Sinead (31 anos) especificamente porque é minha irmã, mas porque acho que é a melhor parceira para mim. Minhas razões vão além do fato de sermos irmãos", afirma o britânico John Kerr, 29 anos, 10º colocado em Turim com a irmã.
Após as disputas de dança obrigatória e original, o pódio da dança no gelo será decidido às 21h45 (de Brasília) de segunda-feira com a dança livre, última parte do programa.
Entenda a prova de dança no gelo da patinação artística
Na dança do gelo da patinação artística, um casal é avaliado pelo corpo de juízes por seu ritmo, interpretação da música e precisão dos passos. Diferentemente da prova de duplas da modalidade, não há saltos ou outras manobras. Como na dança do salão, os patinadores ficam em contato durante a maior parte da apresentação.
A disputa é dividida em três partes: dança obrigatória, definida por sorteio, dança original, na qual o casal atua em um estilo pré-definido (em Vancouver é o Folk/Country Dance) e dança livre, em que os atletas escolhem a música e definem a coreografia. Quem tiver mais pontos na soma das notas ganha o ouro.
Jogos Olímpicos de Inverno no Terra
O Terra transmite ao vivo a competição em 15 canais simultâneos de vídeo. Além disso, os usuários têm a possibilidade de assistir novamente a todo o conteúdo a qualquer momento. Todo o acesso é gratuito.
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A equipe conta com a participação do repórter especialista em esportes radicais Formiga - com 20 anos de experiência em modalidades de neve -, e o pentacampeão mundial de skate Sandro Dias, que comenta a competição em seu blog no Terra.
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