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Copa das Confederações

"Baiano", Balotelli desafia amigo Neymar e preocupa Felipão

22 jun 2013 - 10h29
(atualizado às 19h01)
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"Salvador. Eu também pareço baiano", escreveu Mario Balotelli no Twitter nesta sexta-feira, logo após sair rapidamente para caminhar pelas ruas da cidade com o maior número de negros no Brasil. Precavida com a onda de protestos no País, a Itália proibiu os jogadores de deixar o hotel em Salvador, mas abriu uma exceção para o filho de imigrantes ganeses. Neste sábado, o jogador será uma das preocupações do técnico Luiz Felipe Scolari, em partida marcada para as 16h (de Brasília) na Arena Fonte Nova, pela Copa das Confederações.

<p>Balotelli passeou por Salvador e escreveu: "eu também pareço baiano"</p>
Balotelli passeou por Salvador e escreveu: "eu também pareço baiano"
Foto: Marcelo Pereira / Terra

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O passeio de Balotelli nesta sexta foi rápido. Acompanhado de dois policiais militares, ele deixou o hotel Matiz, no bairro do Stiep, e andou por 3 km em direção à praia do Jardim de Allah. “Ele é o único que podia (sair), porque a cor é um pouco diferente da nossa”, diz o técnico Cesare Prandelli, explicando, em tom de brincadeira, a caminhada do atacante.

Balotelli realmente se sente em casa em Salvador. Ele já havia visitado a cidade em 2008, quando foi levado pelo irmão Giovanni (da família Balotelli, que adotou o jogador que fora abandonado em um hospital) a uma associação a qual assiste crianças e adolescentes em situações de risco na comunidade no bairro periférico da Mata Escura.

Na viagem, fez amizade com Marcio de Jesus Bezerra, um dos diretores do Projeto Mata Escura Novo Rumo, o qual o atacante auxilia atualmente. “Penso que todas as pessoas crescem quando dedicam tempo aos outros. Talvez um jogador até mais, porque percebe a sorte que teve e vê que as pessoas têm muito problemas”, afirma Prandelli.

Balotelli poderia ser um bom exemplo contra o racismo no futebol italiano, mas com ele “pode acontecer de tudo”, costuma dizer o treinador. No Twitter, duas horas após mostrar sua identificação com o Salvador, ele desabafou para seus mais de 900 mil seguidores: “grupo racista pode se f...”.

Avesso a entrevistas e de comportamento considerado polêmico, o jogador muda de atitude quando tem mais intimidade com as pessoas. “Ele é gente boa demais. Se vocês tivessem a oportunidade de conviver cinco minutos com ele... é alegre, expansivo, fora de série”, conta Scolari.

O treinador admite que Balotelli lhe causa “muitas” preocupações para a partida deste sábado, que definirá a seleção primeira colocada do Grupo A da Copa das Confederações. “Gostaria, sim, de tê-lo conosco aqui no Brasil. É um jogador espetacular”, aponta Felipão.

Na Arena Fonte Nova, o centroavante ainda reencontrará o amigo Neymar, com o qual costuma trocar elogios no Twitter. O último duelo entre os dois foi em 21 de março de 2013, em Genebra, na Suíça, onde Brasil e Itália empataram por 2 a 2. Balotelli marcou o gol que deu números finais àquele amistoso e depois daquele jogo trocou camisas com Neymar.

Qual seria a maior diferença entre os dois astros, que marcaram duas vezes cada na Copa das Confederações com dois gols? “Não noto grande diferença, seria interessante vê-los juntos”, diz Prandelli.

Ao que parece no discurso de Balotelli, seria mais fácil ele jogar pelo Brasil do que Neymar pela Itália. O jogador do Milan é “um dos nossos”. Resta saber se se sentirá tão à vontade no gramado da Fonte Nova quanto pelas ruas de Salvador.

Fonte: Terra
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