Mario Balotelli precisou se explicar mais uma vez. O polêmico atacante da seleção italiana e do Milan, convocado para a Copa das Confederações, foi acusado por um integrante da máfia italiana Camorra de associação ao tráfico de drogas, o que irritou o treinador Cesare Prandelli, comandante da seleção. Balotelli admitiu a visita ao grupo em Nápoles, na Itália, mas tudo não teria passado de uma brincadeira.
Armando De Rosa, membro da Camorra, declarou em depoimento que Balotelli havia observado como drogas como cocaína e heróina são produzidas e negociada no bairro de Scampia. Ao perceber o produto ser entregue a um comprador, teria questionado se também poderia vender.
Balotelli, que há quase dois anos chegou a depor em um tribunal por conta da visita ao bairro, sustentou a versão de que foi conhecer o bairro por curiosidade. Ele teria visto um filme em que se retratava a realidade de Camorra. "Foi um pequeno passeio com alguns amigos, nada de especial houve. Não tenho nada a ver com tráfico, odeio drogas. É uma mentira incrível e vergonhosa", classificou depois do treino da Itália na quinta-feira.
"É intolerável como tentam colocá-lo dentro de todas as situações. Não posso imaginá-lo negociando drogas nem como uma piada", se irritou Prandelli. "Balotelli se tornou tão popular que precisa avaliar cada coisa que faz e escolher cuidadosamente com quem passa o tempo. A visita foi feita por curiosidade de criança. Tudo já foi esclarecido ao juiz", acrescentou.
A "maldição" da Copa das Confederações não se resume apenas a seleções - uma vez que nunca um país que conquistou o título do torneou levantou a Copa do Mundo na edição seguinte. Muitos jogadores, esquemas táticos ou até mesmo equipes inteiras naufragaram em Mundiais depois de terem se destacado nas Confederações e enchido a torcida de esperança. Confira:
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A Copa das Confederações começou a ser disputada em 1992, em um modelo muito mais simples do que o atual - apenas com quatro seleções participantes. A Argentina foi a campeã do torneio, com uma boa atuação do artilheiro Gabriel Batistuta. Dois anos depois, na Copa de 1994, o país sul-americano só conseguiu a classificação na terceira posição do Grupo D e caiu nas oitavas de final para a Romênia
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Já disputada no atual formato, com dois grupos de quatro seleções, a Copa das Confederações de 1997 foi vencida pela Seleção Brasileira, que contava com um ataque invejável: Romário e Ronaldo. Juntos, eles fizeram 11 dos 14 gols do time comandado por Zagallo. A dupla Ro-Ro, porém, não foi repetida na Copa de 1998 - Romário sofreu uma contusão às vésperas da estreia e foi cortado da delegação
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Outro grande destaque das Confederações de 1997 foi o meia-atacante Denílson, eleito melhor jogador da competição. O habilidoso meia, que foi negociado em seguida com o espanhol Real Betis, amargou o banco na Copa de 1998
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A grande surpresa em 1997 foi a Austrália, vice-campeã do torneio, eliminando seleções tradicionais como México e Uruguai. No entanto, o país da Oceania sequer conseguiu se classificar para a Copa do ano seguinte, perdendo a repescagem para o asiático Irã
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Dois anos depois, em 1999, o México organizou as Confederações e ficou com o título ao vencer a Seleção Brasileira na final. A equipe, porém, fez a pior campanha na edição de 2001 e parou nas oitavas de final da Copa de 2002
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Um dos artilheiros das Confederações de 1999 foi o mexicano Cuauhtemóc Blanco, com seis gols. Na Copa de 2002, o atacante balançou as redes apenas uma vez e viu seu país perder nas oitavas de final para o vizinho Estados Unidos
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O Brasil nas Confederações de 1999 foi armado por Alex, que havia acabado de conquistar a Libertadores pelo Palmeiras. O meia vestiu a camisa 10 da Seleção vice-campeã e marcou quatro gols no torneio, mas ficou fora do grupo que faturou o penta de 2002
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Campeã do mundo em 1998, a França renovou o favoritismo para levar o bi ao conquistar as Confederações de 2001. No entanto, em 2002, a equipe foi a maior decepção da Copa: ficou na última posição do Grupo A e foi eliminada sem marcar um gol sequer
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Melhor jogador e artilheiro das Confederações em 2001, o meia-atacante Robert Pires passou em branco na Copa de 2002 e não conseguiu impedir a eliminação da equipe
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A Austrália, assim como em 1997, surpreendeu em 2001: foi terceira colocada (bateu o Brasil na disputa entre os dois países eliminados na etapa semifinal), com direito até a uma vitória sobre a França na fase de grupos. Os oceânicos, porém, mais uma vez perderam a repescagem das Eliminatórias - desta vez para o Uruguai - e ficaram fora do Mundial
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Já em 2003, quem fez boa campanha nas Confederações e ficou fora da Copa de 2006 foi a seleção de Camarões. Vice-campeões do torneio de maneira honrosa, depois da morte de Marc-Vivien Foé em campo no duelo contra os Estados Unidos, os africanos só perderam para a França na prorrogação. Nas Eliminatórias, contudo, foram um fiasco e não foram se classificaram para o Mundial disputado na Alemanha três anos depois
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Giovanny Hernández levou a Colômbia ao quarto lugar da Copa das Confederações de 2003, fazendo inclusive três gols no torneio. O meia, porém, não deslanchou - assim como a seleção sul-americana, que ficou fora da Copa de 2006
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Terceira colocada da Copa de 2002 de maneira surpreendente, a Turquia repetiu a dose nas Confederações de 2003 e dava mostras de que poderia se firmar entre as grandes forças mundiais a partir de então. A seleção, entretanto, caiu de produção e nem se classificou para o Mundial de 2006
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Na Copa das Confederações de 2005 surgiu uma formação que encheu a torcida brasileira de empolgação: o quadrado mágico, composto por Kaká, Ronaldinho, Robinho e Adriano. O esquema ajudou o Brasil a chegar ao título do torneio, mas foi considerado um fracasso na Copa de 2006 - quando Ronaldo entrou no lugar de Robinho
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Adriano foi eleito craque da Copa das Confederações de 2005 e terminou a competição como artilheiro, com cinco gols em cinco jogos. Um ano depois, não foi diferencial no ataque da Seleção Brasileira eliminada pela França nas quartas de final
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Em 2005, um atacante despontou como promessa do futebol argentino: Luciano Figueroa, vice-artilheiro das Confederações com quatro gols. Uma lesão ligamentar no joelho, porém, impediu que o centroavante fosse convocado para o Mundial de 2006 e praticamente encerrou sua carreira com a camisa alviceleste. "Lucho", que defendia o espanhol Villarreal quando se machucou, passou (sem brilho) por times como River Plate, Boca Juniors, Genoa, Rosario Central e Emelec antes de chegar ao grego Panathinaikos, que defende atualmente
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O habilidoso Juan Román Riquelme foi o grande nome da Argentina vice-campeã das Confederações de 2005, sendo eleito o segundo melhor atleta da competição. Na Copa do ano seguinte, contudo, pouco se destacou e viu o país cair nas quartas de final diante da Alemanha
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A Seleção Brasileira não sobrou, mas confirmou as expectativas e conquistou a Copa das Confederações de 2009, na África do Sul, com 100% de aproveitamento. Um ano depois , porém, a equipe de Dunga não ratificou o favoritismo e perdeu para a Holanda nas quartas de final
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Kaká, que havia acabado de ser negociado com o Real Madrid, foi eleito o craque das Confederações de 2009. O meia, porém, jogou lesionado o Mundial de 2010 e não se destacou
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Ainda em 2009, os Estados Unidos impressionaram ao eliminar dois adversários de peso: a Itália na fase de grupos e a badalada Espanha na semifinal. A equipe americana ficou pertíssimo do título ao abrir uma vantagem de 2 a 0 sobre o Brasil na decisão, mas acabou sofrendo a virada no segundo tempo. O time, porém, não foi longe na Copa de 2010: perdeu de Gana nas oitavas de final
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