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Copa das Confederações

Itália pode ter 7 táticas diferentes na Copa de 2014; entenda

1 jul 2013 - 02h25
(atualizado às 07h42)
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<p>Estudioso, Cesare Prandelli costuma mudar esquema tático considerando os pontos fracos de cada adversário</p>
Estudioso, Cesare Prandelli costuma mudar esquema tático considerando os pontos fracos de cada adversário
Foto: Bruno Santos / Terra

“Na Itália eu seria preso”, responde o técnico Cesare Prandelli, rindo, sobre a hipótese de escalar sete sistemas táticos diversos nas sete partidas que a seleção italiana pode disputar na Copa do Mundo de 2014. Na Copa das Confederações de 2013, o estudioso treinador não repetiu a escalação em nenhum dos cinco jogos. Ao final, terminou com o terceiro lugar na segunda competição da qual participa à frente da equipe – já havia sido vice-campeão da Eurocopa no ano passado.

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“Seria um sonho (escalar sete formações diferentes no Mundial) porque não se deve parar em um só esquema tático, sempre há uma evolução, sempre há um movimento”, afirma Prandelli. “Devemos ser competentes para procurar os pontos frágeis dos adversários, mas mantendo a filosofia de jogo. Não se deve adaptar só para se defender, mas para contra-atacar. Eu gostaria, mas talvez na Itália não estejamos ainda prontos. Seria um pouco difícil”.

Na Copa das Confederações, o treinador mudou sempre o seu time em função dos pontos fracos e fortes de cada adversário que enfrentou. Na primeira fase, escalou um 4-2-3-1, com Mario Balotelli como o único atacante, na vitória por 2 a 1 sobre o México.

A princípio manteve o esquema (apenas poupando Ignazio Abate e Claudio Marchisio por motivos físicos) contra o Japão, mas percebendo o domínio do rival colocou Sebastian Giovinco para ajudar Balotelli na frente, ainda aos 30min do primeiro tempo. A alteração foi fundamental para a Itália virar aquela partida para 4 a 3.

Para enfrentar o Brasil, nova alteração tática: Prandelli lançou mão de um 4-3-3 com dois meia-atacantes abertos pelos flancos (Emanuele Giaccherini e Antonio Candreva) para aproveitar as constantes subidas dos laterais Daniel Alves e Marcelo. A tática deu resultado, com Giaccherini fazendo um gol em jogada às costas de Marcelo, mas os erros da defesa decretaram a derrota por 4 a 2.

Na semifinal contra a Espanha, o treinador parou por muitos momentos a equipe atual campeã mundial utilizando a mesma tática que já havia dado resultado na primeira rodada da Eurocopa de 2012, no empate por 1 a 1. Foram três zagueiros, com Giaccherini e Christian Maggio como alas que criaram boas oportunidades de gol. O primeiro, invadindo a área pela esquerda, carimbou a trave de Iker Casillas, enquanto que o segundo, pela direita, chegou duas vezes à grande área com liberdade, cabeceando com perigo. A derrota veio nos pênaltis após empate sem gols no tempo normal e na prorrogação.

Na decisão do terceiro lugar, contra o Uruguai, mais uma mudança: a Itália foi escalada no 4-3-1-2, com Alessandro Diamanti fazendo a ligação e Stephan El Shaarawy formando dupla de ataque com Alberto Gilardino. Depois do empate por 2 a 2 no tempo normal e por 0 a 0 na prorrogação, Prandelli comemorou o terceiro lugar com a vitória nos pênaltis.

“Gosto muito de falar do aspecto tático, porque todos têm seu modo de interpretar a partida. Eu leio tantas avaliações, com alguns concordo e com outros não. É belo confrontar”, afirma.

3D: Itália conquista 3º lugar nos pênaltis; veja os gols:

É com bastante discussão que o técnico tenta mudar o modo como os italianos enxergam futebol. Segundo o goleiro Gianluigi Buffon, a seleção de Prandelli é a primeira da história da Itália a jogar com posse de bola de maneira propositiva desde a equipe quarta colocada da Copa do Mundo de 1978.

De acordo com o técnico, esse modo de atuar não é um “capricho” seu e sim o que melhor se encaixa aos jogadores à disposição. Para defender mudanças em uma seleção que se acostumou a ser forte na defesa e a apostar em contra-ataques, Prandelli chegou a se exaltar com os jornalistas na Copa das Confederações.

“Não vemos mais times que não dão nenhuma chance ao adversário. Basta de ter como referência o Campeonato Italiano. A referência tem de ser o Campeonato Europeu, o Mundial. A cada partida você deve oferecer quatro ou cinco chances de gol, mas deve criar seis ou sete. Caso contrário vamos ficar discutindo episódios (da arbitragem). Esse é o futebol da atualidade”, disse ele.

Na Copa das Confederações, a Itália bateu um recorde negativo ao sofrer de forma inédita oito gols em uma fase de grupos de uma competição. Prandelli rebate citando “quatro gols” que teriam sido irregulares e ressalta: “viemos com o espírito correto: de não pensar exclusivamente em defender, mas de oferecer um bom futebol”. Essa é a nova Itália de Prandelli. A Itália de Cesare Prandelli. 

Fonte: Terra
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