Sochi 2014: chefe dos EUA foge de polêmica e evita críticas à lei antigay
Em Sochi, os Estados Unidos evitaram ampliar ainda mais a delicada situação diplomática com a Rússia ao decidir não fazer novos comentários sobre a polêmica lei antigay, promovida pelo governo russo de Vladimir Putin. Pelo menos esse é o discurso do chefe da missão, Scott Blackmun.
"Sobre a controversa lei que proíbe a promoção de valores não tradicionais a crianças, já expressamos o nosso ponto de vista anteriormente. Agora é a hora de focar nos atletas", disse Blackmun, durante conversa com os jornalistas na Rússia.
O país europeu aprovou recentemente lei que proíbe a "propaganda a relações sexuais não-tradicionais". Na prática, isto significa que quem realizar atos em que expressa sua orientação sexual, como paradas de orgulho gay, pode pagar multas ou até ser detido.
O próprio presidente Barack Obama, que não estará presente na Rússia, já mostrou o seu descontentamento com o rival Putin e colocou alguns três ex-atletas gays, como Billie Jean King, para acompanhar a delegação.
"Ele (Obama) sabe que mostraremos ao mundo o melhor da América (EUA) - diversidade, determinação e trabalho em equipe", disse a porta-voz dos EUA, Shin Inouy.
A situação sobre o tema é tão delicada que o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, já avisou que não permitirá que nenhum atleta proteste sobre o tema no pódio e durante as competições.
Os países europeus também não escondem as críticas. O Channel 4, de Londres, alterou o seu logotipo por um dia ao incluir as cores da bandeira gay. Nesta sexta, o Google fez o mesmo ao publicar o doodle.
A expectativa agora é ver se algum atleta poderá ou não repetir os gestos dos "Panteras Negras", em 1968, na Cidade do México, quando os americanos Tommie Smith e John Carlos, medalhistas nos 200 m rasos, fizeram um gesto com punho fechado no pódio ao criticarem a segregação racial. Ambos foram expulsos da Vila Olímpica e da equipe americana.