Atletas do badminton são expulsas da Olimpíada por entregar jogos
A Federação Mundial de Badminton (BWF) excluiu as oito atletas acusadas de tentarem perder jogos propositadamente para manipular o chaveamento do mata-mata da competição feminina da modalidade na Olimpíada de Londres.
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Foram expulsas as chinesas Wang Xiaoli e Yu Yang, as indonésias Greysia Poli e Meiliana Jauhari, além de duas duplas sul-coreanas: Jung Kyung-eun e Kim Ha-na, e Ha Jung-eun e Kim Min Jung.
A federação investigou as atitudes das atletas e acreditou que elas sejam culpadas por não "usar todos seus esforços" para vencer jogos disputados nesta terça-feira, portando-se de uma maneira abusiva e prejudicial ao esporte. Ainda de acordo com a BWF, foi notado que as jogadoras sacavam de forma consecutiva na rede e erravam ataques regularmente.
A derrota que gerou mais repercussão foi a da dupla chinesa, número 1 do mundo, para as sul-coreanas Jung Kyung-Eun e Kim Ha-Na. De acordo com a rede britânica ITV News , Wang Xiaoli e Yu Yang teriam entregado o jogo para não enfrentar as compatriotas Tian Qing e Zhao Yunlei, segundas colocadas no ranking, nas quartas de final.
Depois dessa partida, outras duplas procuraram fazer o mesmo que as chinesas para enfrentar um adversário possivelmente mais fácil.
As delegações da Indonésia e da Coreia do Sul chegaram a pedir apelação das expulsões. Mas, com a recusa da BWF do pedido sul-coreano nesta quarta-feira, a Indonésia desistiu de prosseguir com o apelo..
As quartas de final das duplas femininas do badminton não tiveram os seus horários alterados, sendo iniciadas às 13h (de Brasília) desta quarta-feira. As equipes eliminadas foram substituídas pelas outras representantes dos seus respectivos grupos.
COI aprova exclusão e elogia "medida firme" de federação de badminton
O Comitê Olímpico Internacional (COI) elogiou a decisão da exclusão das duplas pela Federação Mundial de Badminton. "Nós aplaudimos a federação por tomar uma rápida e decisiva ação", disse Mark Adams, porta-voz da entidade.
O vice-presidente do COI, Craig Reedie,também concordou com a medida. "O esporte é competitivo. Se você perder esse elemento, tudo fica sem sentido", declarou.
Medalhista de prata no badminton em Pequim 2008, a britânica Gail Emms disse ter ficado estarrecida com o acontecimento. "Foi absolutamente chocante. As pessoas (nas arquibancadas) vaivam e gritavam 'fora, fora, fora'", relatou.
Presidente do COI, Jacques Rogge estava na quadra de badminton nesta terça-feira, mas deixou o local antes do ocorrido. Já Sebastian Coe, presidente do Comitê Organizador dos Jogos (Locog), classificou a polêmica como "deprimente".
Indonésio diz que chineses já haviam entregado jogos anteriormente
Erick Thohir, chefe da delegação olímpica da Indonésia no badminton, disse que não foi a primeira vez que a China entregou jogos na modalidade. "A China vem fazendo isso muitas vezes e nunca foram sancionados. No primeiro jogo de ontem (terça) uma dupla chinesa fez o mesmo. Se tivesse punido naquela ocasião, seria um aviso para todos", afirmou.
Os times dizem que a mudança de regulamento contribuiu para que os times tomassem essa atitude. Anteriormente, a competição era realizada em mata-mata desde o início, não podendo assim haver manipulações. Agora, há formação de grupos antes da etapa eliminatória.
Número 2 do ranking mundial entre os homens, o chinês Lin Dan criticou as compatriotas, mas também ressaltou essa falha da organização do torneio. "Claramente isso não está dentro do espírito olímpico. Porém, não é um lado só. Quem tem de fazer a regra tem de fazê-la mata-mata (desde o início)", analisou.
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