Boxeadoras se preparam com samba para primeira Olimpíada
- CAROLINA CAPOZZI
- Direto de Sheffield
Ao som do grupo Revelação, elas rebolam, mexem os braços, balançam a cabeça. Mas quem pensa que é um ensaio de dança não precisa de muito tempo para perceber que está longe disso. As meninas que representam o Brasil no boxe pela primeira vez nos Jogos Olímpicos optaram por treinar no dia que tinha lhes sido dado como folga. O treino em Sheffield, a 286 km de Londres, foi acompanhado com exclusividade pelo Terra.
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Roseli Feitosa (75kg), Adriana Araújo (60kg), Érica Matos (51kg) e a reserva Rosilaine Volante levaram as cores do Brasil ao Instituo Inglês de Esportes de Sheffield. O lugar, fechado para treinamentos de domingo, abriu as portas para as pugilistas brasileiras.
Após o aquecimento, foi com Maimbê Dandá ecoando no rádio que as boxeadoras colocaram as luvas para entrar no ringue. Três estão disponíveis para as atletas do Brasil em uma grande área do ginásio.
Claudio Aires, técnico da seleção de boxe, foi o responsável pela trilha sonora, assim como pelas palavras de motivação durante o treinamento.
As atletas, que chegaram na última sexta-feira 13 ao Reino Unido, contaram ao Terra que não tiveram tempo para compras e que estão tranquilas com o clima de Londres. Pelas recentes notícias de que o verão seria o mais frio dos últimos anos, elas chegaram a se preocupar. Mas ao aterrissar aqui, Roseli Feitosa garantiu, usando short e moletom, que não está tendo problemas com isso. "Nós viemos agora da Austrália, depois Canadá. Aqui está tranquilo", afirmou.
Os atletas brasileiros do boxe ficam em Sheffield até o dia 21, quando partem para Londres, mais especificamente Crystal Palace, "casa" do Brasil na capital inglesa, onde treinam mais próximo à área em que acontecem os Jogos.
Nas atividades que antecedem a Olimpíada, o objetivo da equipe é focar nas deficiências sentidas nas últimas lutas. Adriana Araújo reconhece que é preciso melhorar a velocidade dos golpes. Com treinamentos físicos no período da manhã e técnicos a tarde, a atleta acredita que estará pronta quando chegar a competição. Roseli Feitosa visa uma melhora na sequência de socos. Mas garante que o principal desafio é alinhar o psicológico às pressões que recebe para conquistar a medalha inédita no boxe feminino, que até então nunca havia disputado a maior competição esportiva do mundo. Para rebater à pressão, Érica Mattos é direta: "o boxe não veio para participar. Veio para trazer medalha!".
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